quarta-feira, 12 de maio de 2010

SALESIANIDADE - Subsídios para os formadores

IDENTIDADE E ESPIRITUALIDADE DOS SALESIANOS COOPERADORES

P. ANTENOR DE ANDRADE SILVA, SDB.

(Em 1876, Pio IX reconhecia de a Associação dos Cooperadores Salesianos. O novo Regulamento de Vida apostólica -RVA- foi aprovado 110 anos depois, em 09 de maio de 1986).

I – D. Bosco e os Salesianos Cooperadores

Antes de fixar uma denominação para seus colaboradores externos, não religiosos D. Bosco pensou vários anos. Foram cerca de trinta anos de dúvidas, de hesitações. O ano de 1841(a reunião dos 17) ficou marcado como o primeiro embrião de sua obra, nascida somente dezoito anos mais tarde.
Durante aqueles anos de incertezas foram os SS CC receberam as seguintes denominações:
• Promotores do Oratório de S. Francisco de Sales;
• Membros externos da congregação (ou sociedade) de S. Francisco de Sales;
• Associados à congregação de S. Francisco de Sales;
• Associados salesianos;
• Membros da União cristã;
• Membros da Associação salesiana;
• Membros da Associação das boas obras.
• “Cooperadores Salesianos” em 1876.

Co-operador (trabalhador com)

Precedendo o substantivo operador, D. Bosco juntou o prefixo Co, dando a idéia de operador, trabalhador com, para reforçar a união com a sociedade religiosa por ele fundada.
Em 1876 foi publicado em Albenga (cidade italiana na Ligúria) um Regulamento. Na introdução do texto lia-se:

«Ao leitor. Apenas começou a Obra dos Oratórios em 1841, logo alguns pios zelosos sacerdotes e leigos vieram ajudar a cultivar a messe que desde então se apresentava copiosa em meio aos jovens periclitantes. Estes Colaboradores ou Cooperadores foram sempre o sustentáculo das Obras Pias que a Divina Providencia nos colocava nas mãos».

O termo cooperador para D. Bosco envolvia três conceitos:
1. Uma associação.
2. Uma associação com a Congregação.
3. Uma associação salesiana, em vista de uma determinada ação apostólica, de acordo com o carisma salesiano.
D. Bosco pensou durante muito tempo em ligar os CC SS à Sociedade por ele fundada. Pouco antes da aprovação nas Constituições salesianas, havia um capitulo dedicado aos membros externos da Congregação. Na sua primeira redação (cerca de 1860), podia-se ler:
1. Qualquer pessoa, mesmo vivendo em sua casa, no seio da própria família pode pertencer à nossa Sociedade.
2. Eles não fazem nenhum voto, mas procurarão colocar em pratica a parte do presente regulamento que é compatível com sua idade e condição.
3. Para participara dos bens espirituais da Sociedade é necessário que se faça ao menos uma promessa ao Reitor Mor de empregar suas posses e suas energias da maneira que ele julgue que é para a maior glória de Deus.
4. Esta promessa não traz nenhuma obrigação, nem mesmo venial.

II – Identidade dos SS CC

* Um assunto de capital importância para qualquer organização é descobrir qual sua verdadeira identidade. Em nosso caso de Família Salesiana devemos procurar descobrir qual a idéia original de D. Bosco a nosso respeito.
Diante das forças do mal unidas e agressivas nosso Fundador quis reunir:

«um verdadeiro exército de apóstolos, unidos e disciplinados que se engajasse decididamente na salvação da juventude em perigo».

Um grupo destes apóstolos resolveram permanecer, vivendo em comum “estavelmente” com D. Bosco em Turim, ajudando-o no Oratório. Outros segundo o caminho normal a todos os cristãos, vivendo em suas casas, exerciam o apostolado, seguindo as orientações de Valdocco, de acordo com suas condições e possibilidades de cada um.

Vejamos pois, o que são os Salesianos Cooperadores e o que não são.

O que não são os SS CC.

a) Não se trata de membros de uma associação qualquer, pois fazem parte da Igreja, através dos Salesianos. Na Igreja de Cristo encontramos uma infinidade de organizações que não têm ligação especial com a Congregação. Eles têm seu chefe e orientador maior na pessoa do Superior Geral dos Salesianos.
b) Há pessoas generosas que doam parte de suas riquezas para obras da Igreja ou outras instituições. São benfeitores ou filantropos. Hoje, os SS CC não são mais considerados nestas categorias, embora a Congregação lhes agradeça, quando eles ajudam seus projetos e missões pelo mundo. Pode-se ser benfeitor sem estar preso a um regulamento, sem fazer parte de um grupo social.
c) Não são pessoas que faze parte da boa idade, aposentadas e que resolveram entregar aos SDBs/FMA parte de suas economias. Ou que desejam ser amigos dos mesmos, cultuar seus santos, participar das práticas de piedade ou dos movimentos salesianos. Tudo isso são práticas louváveis, mas não individualizam o SS CC, não preenchem os requisitos do RVA.
c) Os CC SS não são pessoas nossas amigas ou mesmo que atuem, segundo o carisma salesiano, que trabalhem no meio dos jovens pobres e abandonados e os promovem com sua presença. Mesmo que sejam dirigidos, ou de alguma maneira, tenham algum contato com SDBs/FMA, até mesmo espiritualmente.

Quem são os SS CC

a) No RVA lê-se que eles são «verdadeiros Salesianos no mundo» .
O Salesiano Cooperador é alguém que conhecendo o projeto apostólico de D. Bosco procura vivencia-lo no mundo leigo em que vive e trabalha. Deve ser, portanto um cristão que procure traduzir na sua vida o Evangelho como D. Bosco o fez, de modo especial, voltado para os jovens pobres e abandonados. O SS CC deve:
• Seguir o carisma salesiano, trabalhando fraterna e associadamente na missão juvenil e popular;
• Sentir-se unido com toda a Família Salesiana;
• Procurar em sua atividade o bem da Igreja e da sociedade;
• Adaptar-se às próprias condições e possibilidades concretas.
Todas estas atividades, segundo D. Bosco, são próprias da Associação do SS CCC, tanto para os leigos como para o clero secular (Cf.art. 4º).
A vocação do CC SS é um dom, mas é também uma opção livre de cada um. Vejamos o que se diz no RVA:

«Comprometer-se como Cooperador é responder à vocação salesiana, assumindo um modo específico de viver o Evangelho e de participar da missão da Igreja. É ao mesmo tempo, dom e opção livre, que qualifica a existência» .

O CGE aponta quatro características importantes para a identidade do SS CC:
1. É um verdadeiro salesiano no mundo. Um leigo ou sacerdote que mesmo sem a profissão dos religiosos procura a santidade dedicando-se ao apostolado juvenil e popular. A comunhão com a Congregação e a Igreja local são inseparáveis.
2. Sua vocação é essencialmente um chamado para servir à Igreja. Não se trata simplesmente de um serviço à Congregação, mas à Igreja nas inúmeras necessidades e ocasiões que aparecem. O Cooperador tem como

«verdadeiro fim trabalhar diretamente para o serviço da Igreja, dos bispos, dos párocos, sob a orientação responsável dos salesianos” Vós sois “instrumentos na mão dos Bispos”»

3. O Sistema Preventivo Salesiano requer sempre a presença diante de quem recebe um serviço. Está sempre vigilante «onde quer que haja um mal a impedir e um bem a promover».
4. O serviço salesiano deve ser realizado na unidade.
Dom Bosco não se cansava de insistir no trabalho em conjunto, na “união dos cristãos para apoiar e promover o bem, impedir e neutralizar o mal”. Todos trabalhando unidos conseguirão a conseqüente eficácia apostólica. Devemos

«unir as forças entre nós e com oda a Congregação. Unamo-nos, pois, olhando para o mesmo fim e utilizando os mesmos meios para o alcançar...Unamo-nos como uma única família com os vínculos do amor fraterno» .




Benfeitores da Congregação. Até à Segunda Guerra Mundial os Cooperadores Salesianos foram praticamente benfeitores da Congregação. Isso, não obstante os superiores encarregados se esforçarem para modificar o entendimento que se tinha a respeito.
Os diretores salesianos reunidos em 1926 (Valsalice) formularam a seguinte declaração:

«Chamam-se Cooperadores Salesianos aqueles que desejam se ocuparem de obras de caridade, não em geral, mas em espécie, de acordo e segundo o espírito da Congregação de Sc Francisco de Sales. Os Cooperadores porem, se diferenciam dos simples benfeitores. Nem mesmo devem se considerar como uma Fraternidade ou Associação religiosa».


Pio XII em um discurso programático (12 de setembro de 1922) inscreveu a União dos Cooperadores nas associações do laicato católico. O Vat. II (1962-1965), observando que o Regulamento era o mesmo, desde os tempos de D. Bosco, estimulou sua revisão.
Assim surgiu um Novo Regulamento apresentado de forma experimental em 1974. Estudado, emendado e melhorado recebeu o nome de «Regulamento de Vida Apostólica da Associação dos Cooperadores Salesianos». Conhecido como RVA foi aprovado pela Santa Sé, em 9 de maio de 1986 e promulgado pelo Pe. Egidio Viganò no dia 24 de maio daquele ano, dia mundial salesiano de Nossa Senhora Auxiliadora.
A imagem renovada do SS CC, delineando sua identidade, tem pelo menos três características importantes com respeito ao seu espírito, à sua missão e à organização da Associação.
Eis como o RVA delineia a figura do SS CC.
«O Cooperador é um católico que vive a sua fé inspirando-se, dentro da própria realidade secular, no projeto apostólico de Dom Bosco:
- empenha-se na mesma missão juvenil e popular, de maneira fraterna e associada;
- sente viva a comunhão com os outros membros da Família Salesiana;
- trabalha para o bem da Igreja e da sociedade;
- de maneira adequada à própria condição e às suas possibilidades concretas».
Ao procurarmos descobrir as primeiras intenções de D. Bosco sobre o Cooperador veremos que seus coadjuvantes eram cristãos e católicos, verdadeiros salesianos no mundo, não tinham votos religiosos e podiam ser leigos ou sacerdotes. Qualquer outra pessoa, amiga ou admiradora do santo, mas que não estivesse dentro destas categorias, mesmo colaborando com os Cooperadores, estaria fora da Associação, que gozava de foros públicos e eclesiais.
O mesmo Regulamento dos Cooperadores fala de uma única vocação vivida de dois modos.
«D. Bosco concebeu a Associação dos Cooperadores aberta quer aos leigos, quer ao clero secular.
O Cooperador leigo concretiza seu compromisso e vive o espírito salesiano nas situações ordinárias de vida e de trabalho, com sensibilidade e características laicais,s e difunde seus valores no próprio ambiente.
O Cooperador sacerdote ou diácono desempenha o próprio ministério inspirando-se em Dom Bosco, modelo eminente de vida sacerdotal. Nas opções pastorais dá preferência aos jovens e aos ambientes populares, enriquecendo dessa maneira, a Igreja na qual trabalha».


O SS CC deve lembrar que ao entrar e viver na Associação seu compromisso é apostólico. A promessa que ele faz exprime claramente esta idéia. Prometo empenhar-me em viver o Projeto evangélico da Associação dos Cooperadores Salesianos, isto é:
• Ser fiel discípulo de Cristo na Igreja Católica;
• Trabalhar no vosso reino, especialmente pela promoção e pela salvação dos jovens;
• Aprofundar e testemunhar o espírito salesiano;
• E colaborar, em comunhão de Família, nas iniciativas apostólicas da Igreja local.

Os SS CC são para D. Bosco apóstolos cristãos no século, no mundo em que vivem. Realizam seus compromissos no meio de suas tarefas cotidianas.

«O Cooperador realiza o seu apostolado, em primeiro lugar, nos empenhos diários. Quer seguir Jesus Cristo, Homem perfeito, enviado pelo Pai para servir os homens, no mundo. Para isso tende a realizar, nas condições ordinárias de vida, o ideal evangélico do amor de Deus e ao próximo. E o faz animado pelo espírito salesiano e dando em toda a parte uma atenção preferencial à juventude necessitada».

O artigo 9º (RVA) refere-se ao Cooperador casado, que sabendo que os pais são os «primeiros educadores dos filhos», procura “construir uma comunhão matrimonial profunda”, uma “Igreja doméstica”.

II – Identidade dos SS CC

Benfeitores da Congregação. Até à Segunda Guerra Mundial os Cooperadores Salesianos foram praticamente benfeitores da Congregação. Isso, não obstante os superiores encarregados se esforçarem para modificar o entendimento que se tinha a respeito.
Os diretores salesianos reunidos em 1926 (Valsalice) formularam a seguinte declaração:

«Chamam-se Cooperadores Salesianos aqueles que desejam se ocuparem de obras de caridade, não em geral, mas em espécie, de acordo e segundo o espírito da Congregação de Sc Francisco de Sales. Os Cooperadores porem, se diferenciam dos simples benfeitores. Nem mesmo devem se considerar como uma Fraternidade ou Associação religiosa».


Pio XII em um discurso programático (12 de setembro de 1922) inscreveu a União dos Cooperadores nas associações do laicato católico. O Vat. II (1962-1965), observando que o Regulamento era o mesmo, desde os tempos de D. Bosco, estimulou sua revisão.
Assim surgiu um Novo Regulamento apresentado de forma experimental em 1974. Estudado, emendado e melhorado recebeu o nome de «Regulamento de Vida Apostólica da Associação dos Cooperadores Salesianos». Conhecido como RVA foi aprovado pela Santa Sé, em 9 de maio de 1986 e promulgado pelo Pe. Egidio Viganò no dia 24 de maio daquele ano, dia mundial salesiano de Nossa Senhora Auxiliadora.
A imagem renovada do SS CC, delineando sua identidade, tem pelo menos três características importantes com respeito ao seu espírito, à sua missão e à organização da Associação.
Eis como o RVA delineia a figura do SS CC.
«O Cooperador é um católico que vive a sua fé inspirando-se, dentro da própria realidade secular, no projeto apostólico de Dom Bosco:
- empenha-se na mesma missão juvenil e popular, de maneira fraterna e associada;
- sente viva a comunhão com os outros membros da Família Salesiana;
- trabalha para o bem da Igreja e da sociedade;
- de maneira adequada à própria condição e às suas possibilidades concretas».
Ao procurarmos descobrir as primeiras intenções de D. Bosco sobre o Cooperador veremos que seus coadjuvantes eram cristãos e católicos, verdadeiros salesianos no mundo, não tinham votos religiosos e podiam ser leigos ou sacerdotes. Qualquer outra pessoa, amiga ou admiradora do santo, mas que não estivesse dentro destas categorias, mesmo colaborando com os Cooperadores, estaria fora da Associação, que gozava de foros públicos e eclesiais.
O mesmo Regulamento dos Cooperadores fala de uma única vocação vivida de dois modos.
«D. Bosco concebeu a Associação dos Cooperadores aberta quer aos leigos, quer ao clero secular.
O Cooperador leigo concretiza seu compromisso e vive o espírito salesiano nas situações ordinárias de vida e de trabalho, com sensibilidade e características laicais,s e difunde seus valores no próprio ambiente.
O Cooperador sacerdote ou diácono desempenha o próprio ministério inspirando-se em Dom Bosco, modelo eminente de vida sacerdotal. Nas opções pastorais dá preferência aos jovens e aos ambientes populares, enriquecendo dessa maneira, a Igreja na qual trabalha».


O SS CC deve lembrar que ao entrar e viver na Associação seu compromisso é apostólico. A promessa que ele faz exprime claramente esta idéia. Prometo empenhar-me em viver o Projeto evangélico da Associação dos Cooperadores Salesianos, isto é:
• Ser fiel discípulo de Cristo na Igreja Católica;
• Trabalhar no vosso reino, especialmente pela promoção e pela salvação dos jovens;
• Aprofundar e testemunhar o espírito salesiano;
• E colaborar, em comunhão de Família, nas iniciativas apostólicas da Igreja local.

Os SS CC são para D. Bosco apóstolos cristãos no século, no mundo em que vivem. Realizam seus compromissos no meio de suas tarefas cotidianas.

«O Cooperador realiza o seu apostolado, em primeiro lugar, nos empenhos diários. Quer seguir Jesus Cristo, Homem perfeito, enviado pelo Pai para servir os homens, no mundo. Para isso tende a realizar, nas condições ordinárias de vida, o ideal evangélico do amor de Deus e ao próximo. E o faz animado pelo espírito salesiano e dando em toda a parte uma atenção preferencial à juventude necessitada».

O artigo 9º (RVA) refere-se ao Cooperador casado, que sabendo que os pais são os «primeiros educadores dos filhos», procura “construir uma comunhão matrimonial profunda”, uma “Igreja doméstica”.


• Responsabilidades sociais.
Fiel ao Evangelho de Cristo, o SS CC ator no mundo procura construir uma consciência realmente cristã, assumindo suas responsabilidades diante da sociedade, da cultura, da economia e da política. Seu trabalho deve ser constante diante das injustiças, das violências, das marginalizações, das falcatruas. A verdade, a liberdade, a justiça, a formação da consciência dos jovens, sua educação para a fé devem ser preocupação constantes de todos os membros da FS. Assim, encarnando os ensinamentos do Cristo Ressuscitado poderão formar «Homens Novos» para criarem um Novo Mundo (Cfr, RVA. art,17).
Devem se interessar também na promoção da pastoral vocacional, auxiliados em todos os campos de suas atividades pelo Diretor local da obra.


Algumas características do CC SS.

Ao examinarmos as citações acima, notamos que elas se integram entre si.

1. A identidade cristã-eclesial. O SS CC é um batizado, membro do povo de Deus e da Igreja católica. Está portanto, em comunhão com o Corpo de Cristo e sues Pastores. Nesta situação ele assumirá seus compromissos cristãos, segundo as orientações do dos documentos do Vat. II. Desenvolve sua missão como prova e expressão de fidelidade ao Evangelho no espírito das Bem-aventuranças. (cfr.A.A.n°2, 3 ss).
2. A Identidade secular. Ele é antes de tudo um leigo. Batizado e crismado chamado a viver no mundo com tarefas seculares, seno que a primeira é a animação cristã salesiana, (porque ele é Salesiano), das realidades temporais.
3. A identidade salesiana. É um batizado leigo, chamado pelo Espírito a viver sua eclesialidade (pertença viva à Igreja) e secularidade (dimensão transformadora das realidades secular mundana) na missão e com o espírito de D. Bosco, fazendo parte da família. Deste modo torna-se um verdadeiro salesiano no mundo: os valores do espírito salesiano devem ser considerados e assumidos e vividos em sua consciência e na sua vida.
Sua especificidade salesiana se desenvolve, cresce em referencia existencial com o mundo secular.
4. A dimensão apostólica. D. Bosco ensinava que esta Associação é considerada como uma Ordem Terceira dos antigos, com a diferença de que naquelas propunha-se a perfeição cristã no exercício da piedade; aqui tem-se como fim principal a vida ativa no exercício da caridade para como próximo e especialmente para com a juventude em perigo.
No Cap. IV do RVA encontram-se uma serie de atividades, onde o SS CC pode desenvolver seu carisma salesiano. Quem pode dar mais, faça-o. Quem pode dar menos não se omita. O menos pode ser até mais para Deus. Lembremos o exemplo da velhinha do Evangelho, elogiada por Jesus.
O CGE indica alguns campos em que o SS CC pode atuar:
• O trabalho nos setores em que a juventude atual mais necessitada se encontra de auxilio, quer social quer espiritualmente;
• A preocupação pelos problemas que dizem respeito à família em geral e em particular à educação dos jovens para o matrimônio;
• O trabalho catequético sério, em formas atuais e com os meios correspondentes às exigências da nossa sociedade secularizada;
• A procura e a promoção de vocações sacerdotais, religiosas e leigas, especialmente missionárias;
• O esforço pela justiça no mundo, exercitado oportunamente e mediante formas diversas política e socialmente possíveis;
• A plena inserção nos movimentos apostólicos mundiais, especialmente naqueles que têm em vista o serviço da juventude;
• A promoção e a valorização cristã dos meios de comunicação social.
De acordo com os tempos e lugares poderão surgir ainda outras tarefas que podereis realizar segundo vosso carisma e disponibilidade.
5. A integração fundamental. Sabemos que o projeto apostólico é único: a salvação dos jovens. Isso o Cooperador procura desenvolver de acordo com a situação de cada um e suas respectivas possibilidade. Para desenvolver esta missão ele/a trabalham de acordo com o pensar e agir dos SDB e FMA (Cfr. Reg. de Dom Bosco, III).
- Empenhando-se na missão da juventude e na missão popular de forma pessoal, fraterna e associada.
- Sentindo viva a comunhão com os outros membros da FS, especialmente com os SDB e FMA.
- Trabalhando para o bem da Igreja e da sociedade. Em sua atividade procura se inserir como fermento na massa.
- Adaptando-se à sua condição e situação, afastando assim qualquer tipo de descriminação.
- Agindo como cooperador faz de tal modo que oferece um verdadeira contribuição original (os valores de sua laicidade) à FS, especialmente aos SDB.
6. A dimensão associativa. Está bastante clara no RVA.
- A vocação do SS CC tem uma dimensão essencial, a união. Ele deve se convencer dessa realidade. Jamais deve ser alguém isolado: trabalha sempre em comunhão e colaboração, de forma fraterna associada (art.3).
- Trata-se de uma fraternidade carismática: o E. Santo conserva unidos aqueles aos quais chamou e neste particular todos os membros da FS experimentam como autênticos os laços recíprocos.
- Imprescindíveis: a comunhão, a participação, a co-responsabilidade, a partilha, as trocas de experiências. Nesta atividade, de acordo com o Regulamento o cooperador está sempre crescendo, juntamente.
- O Centro local é um lugar de comunhão de trocas de experiência de vida espiritual, de trabalho apostólico e assim se torna também um lugar de formação permanente. É através do Centro que o SS CC se coloca em comunhão com todas as Inspetorias Salesianas em nível do país e do mundo (encontros, Congressos, meios de comunicação social).

III - O espírito e a espiritualidade do SS CC.

Além dos valores evangélicos, comuns à vivência de todo cristão, a situação secular laical do Cooperador deve considerar a experiência de vida cristã e salesiana em relação com o mundo, com os irmãos (comunhão com a Igreja) com Deus em Cristo (dimensão interior).
- É a mística do “da mihi animas” que anima e orienta as atividades apostólicas do SS CC. Ele conserva o estilo típico salesiano através da formação, oração e união com Deus.
- Espírito e espiritualidade tocam profundamente o coração do Cooperador até mesmo nos comportamentos mais simples e cotidianos. Claro que nem todos podem atender as atividades descritas acima (dimensão apostólica), mas devem viver e agir com estilo próprio da salesianidade (cfr. A.A. n°4). O espírito é a expressão do carisma, uma realidade ampla e profunda que abarca a totalidade da pessoa e da vida. Os SS CC mostra ao mundo uma realidade nova e original dentro da Igreja. Um modo típico de traduzir e viver a espiritualidade evangélica segundo o espírito salesiano. Vivida no século, no mundo.

• Uma escola de santidade
Nas Memórias Biográficas D. Bosco afirma que a Associação dos Cooperadores «é criada para sacudir da apatia em que jazem tantos cristãos, e difundir a energia da caridade... O Senhor acompanha com abundância de suas graças todos os que tabalham no espírito do “da mihi animas”, fazendo o bem à juventude, isso é, preparando bons cristãos e honestos cidadãos para a sociedade». (Art. 50).
Uma olhada pelo mundo salesiano e notaremos que não são poucas as pessoas que optam pelo estilo de vida dos SS CC.
Há cerca de treze anos (1997), saía na França uma espécie de propaganda (depliant) explicando porque as pessoas procuravam se engajar no estilo de vida dos SS CC. Lia-se no texto:
«Amo os jovens. Sus aspirações me interpelam e escolhi estar vizinhos a eles. Preciso de uma pedagogia moderna e de uma espiritualidade que me enriqueça. Frequentemente encontro outros leigos, salesianos religiosos, irmãs salesianas, em meio à Família Salesiana, lugar de troca, de partilha, de reflexão, de trabalho e de oração».

O objetivo de D. Bosco fundando a F. Salesiana era levar à santidade não só aos diversos grupos, mas também aos destinatários da mesma. O Cooperador não estava fora desta visão bosquiana e em nosso tempo deve continuar ainda, olhando, remando para o alto. Nesta caminhada ele vai perseguindo «um caminho eu leva à santidade». O Senhor, dono da messe, certamente vai seguindo e cumulando com suas graças todos os que trabalham dentro do espírito do “da mihi animas”. A tarefa de preparar bons cristãos para a Igreja e honestos cidadãos para a sociedade terá sempre o apoio e as bênçãos da Mãe e Mestra e de seu Filho.

Fontes:
• CGE XX, 493 ss ROMA,1971.
• RVA.
• Spiritualità Salesiana, cento parole chiave. Francis Desramaut, LAS-ROMA, 2001.1.

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