domingo, 28 de novembro de 2010

Cidade do Vaticano, 28 nov (RV)

 Bento XVI presidiu na tarde de ontem, sábado, na Basílica de São Pedro, as Primeiras Vésperas do I Domingo do Advento.

As vésperas foram inseridas no âmbito da vigília pela vida do nascituro, na perspectiva do Tempo de Advento e do Natal que se aproxima. Várias paróquias, comunidades, movimentos e associações de todo o mundo aderiram ao convite do Papa de rezar pela vida nascente.

Em sua homilia, o Santo Padre exortou os protagonistas da política, da economia e da comunicação social a promoverem uma cultura de respeito pela vida, buscar condições favoráveis e redes de apoio ao acolhimento e desenvolvimento da vida. "A vida, uma vez concebida, deve ser protegida com o máximo cuidado" – frisou Bento XVI.

O Papa agradeceu a todas as pessoas que aderiram ao convite de celebrar uma vigília pela vida do nascituro. "O início do Ano Litúrgico nos faz viver novamente a espera do Deus que se fez homem no seio da Virgem Maria, o Deus que se fez pequeno, se tornou uma criança" disse ainda o pontífice.

Bento XVI ressaltou os problemas que afetam as crianças após o nascimento como abandono, fome, miséria, doença, abusos, violência e exploração. "As muitas violações dos direitos das crianças que se comentem no mundo ferem dolorosamente a consciência de toda pessoa de boa vontade" – frisou o Papa.
"Diante deste triste cenário de injustiças perpetradas contra a vida humana, antes e depois do nascimento, faço minhas as palavras do Papa João Paulo II em favor da responsabilidade de todos e de cada um: respeita, defende, ama e serve a vida, toda vida humana. Somente neste caminho encontrarás justiça, desenvolvimento, verdadeira liberdade, paz e felicidade" – disse Bento XVI.

A vigília pela vida do nascituro marcou também a conclusão do Congresso Internacional da Família promovido pelo Pontifício Conselho para a Família. Um encontro que abordou o tema da família como sujeito ativo na pastoral e no anúncio missionário e que contou com a participação e o testemunho de vida de muitas famílias. (MJ)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Igreja no Rio de Janeiro reza pelo fim da violência


Arcebispo preside vigília eucarística na noite deste sábado
RIO DE JANEIRO, sexta-feira, 26 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – Diante do quadro de violência no Rio de Janeiro, a Igreja local, neste sábado, dia 27, vai apresentar a Deus seu clamor pela paz na cidade. Nos últimos seis dias, o Rio já soma 41 mortos [dado desta sexta-feira], no contexto de uma onda de ataques criminosos e a contrapartida da polícia e dos militares. 96 veículos foram queimados desde o domingo.
Segundo informa a arquidiocese do Rio, o arcebispo Dom Orani João Tempesta presidirá, das 22h até meia-noite, um momento de oração diante de Jesus Eucarístico.
A Rádio Catedral FM 106,7 transmitirá ao vivo esse tempo de intercessão, que reunirá todas as comunidades da arquidiocese junto de seu pastor para pedir a intervenção de Deus para que cesse a violência no Estado.

A intenção é reunir os fiéis pelas ondas da Rádio para que, em suas comunidades de origem – onde os sacerdotes encerrarão o encontro dando bênçãos com o Santíssimo Sacramento – ou mesmo em suas casas, todos façam das duas horas de oração um intenso momento de intercessão pelo Rio de Janeiro.
Em artigo divulgado à imprensa nesta sexta-feira, Dom Orani afirma que a arquidiocese do Rio “se une a todos os que passam pela tribulação e sofrem pelas atuais inseguranças e dificuldades”.

“Sabemos que é necessário buscar o desenvolvimento social, o equilíbrio cultural e fazer brotar valores dentro do coração humano. Sonhamos com um mundo novo e temos certeza de que, com a graça de Deus, poderemos ir construindo-o.”

Por isso – prossegue o arcebispo –, “é necessário, mais uma vez, falar de Paz”. “É preciso, mais uma vez, fazer nascer nos corações de todos os homens e mulheres de nossa querida cidade o anseio mais profundo de todos os seres humanos: Paz”.

“É preciso que se ouça novamente na terra o grito, o forte clamor aos homens de boa vontade”, afirma Dom Orani.

O arcebispo assinala que com o Advento, que se inicia agora “como tempo de esperança”, e prepara para a próxima celebração do Natal de Jesus, “vem-nos o forte clamor do senhor Deus pela voz do anjo que nos anuncia o nascimento do Príncipe da Paz”.

“Precisamos ser homens e mulheres de esperança, que acolhem a mensagem que nos chega da gruta de Belém: Deus ama todos os homens e mulheres da Terra e lhes dá a esperança de um tempo novo, um tempo de paz.”

“Acolhido no mais íntimo do coração, esse Amor, que nos reconcilia com Deus e com o próximo, faz nascer a Esperança da Paz. Ele torna também possível a reconciliação, para que a Igreja, como alma desta cidade, anuncie e testemunhe a alegre esperança de olhar para o futuro com confiança”, afirma Dom Orani.

O arcebispo roga a Deus que “ilumine a todos na busca da Paz para o nosso querido povo desta cidade maravilhosa, para que o seja ainda mais. Que o Senhor nos abençoe e nos guarde e faça reinar a paz em nossas fronteiras”

I Domingo do Advento – Ano A

I Domingo do Advento – Ano A
Leituras: Is. 2,1-5; Rm 13, 11-14; Mt 24, 37 – 44Visualizar blog
“Vinde, todos da casa de Jacó, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor!” (Is 2,5).
“Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo!” (Rm 13 14). 
“Ficai atentos! Porque não sabeis em que dia virá o Senhor” (Mt 24,42)

Três gritos de amor e de admoestação saídos do coração do Senhor e ecoados com paixão pela Igreja nossa Mãe. Estas admoestações são para chamar nossa atenção, muitas vezes tomada pela aparente normalidade dos acontecimentos, tal como ocorreu aos concidadãos de Noé; elas se colocam para despertar as consciências atordoadas e adormecidas pelas coisas passageiras e superficiais, para nos estimular a nos renovarmos radicalmente, assumindo sempre mais a maneira de sentir, julgar e atuar do próprio Jesus na sua relação filial com o Pai e para conosco. Revestir-se de Cristo, segundo a eficaz expressão do Apóstolo, indica o processo da nossa progressiva identificação interior com Ele. Este processo, iniciado no batismo, quando nos foi entregue o símbolo da veste branca, vai se desenvolvendo até culminar na entrada, com o próprio Cristo, na festa do reino de Deus (Ap 7,9).
Os últimos domingos do ano litúrgico – que acabou de chegar à sua conclusão com a grande celebração do Senhor Jesus, Rei e juiz do universo – alimentaram a nossa esperança mostrando que para o Senhor está orientada não somente a grande história da família humana e da criação, mas também o caminho pessoal cotidiano de cada um, vivenciado na fé como seu discípulo e discípula.
A palavra deste primeiro domingo nos diz que o nosso “hoje” é também o “hoje” de Deus, aberto por ele em vista do futuro de novas possibilidades de vida e de relações: “Vinde, todos da casa de Jacó, e deixemos nos guiar pela luz do Senhor”. Nele também o mundo do homem e da mulher de hoje se torna a casa onde pessoas, povos, raças e religiões diferentes podem encontrar novamente o lugar da recíproca reconciliação e acolhida. Nele nossa vida de cada dia se torna a porta na qual ele fica batendo, para ser reconhecido, acolhido e assim partilhar com ele a mesa da amizade e da intimidade (Ap 3,20). Casa do homem e de Deus. É preciso estar atentos! Qualquer situação e momento pode ser a ocasião certa e a situação oportuna para receber sua visita, ouvir sua palavra, gozar da sua presença íntima e transformadora.
“Agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé”. O caminho da fé é um processo dinâmico, sempre mais abrangente e capaz de unificar nossa existência pela forca interior do mesmo Espírito do Senhor. É uma verdadeira passagem das trevas do pecado e da preguiça espiritual para a luz e a fecundidade de uma vida nova. “A noite já vai adiantada, o dia vem chegando: despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz”.
O ano litúrgico, com sua constante referência à páscoa do Senhor, e através da linguagem própria de cada uma das suas etapas, alimenta a vida espiritual da Igreja e de cada cristão. É a partir desta intrínseca relação com o Cristo morto e ressuscitado através do ano litúrgico que devem encontrar a própria orientação e o próprio sentido toda iniciativa pastoral e toda forma de piedade comunitária e pessoal, como ensina o Concílio Vaticano II (SC 12,13,105) e como destaca o Papa Bento XVI na Exortação Apostólica recém publicada Verbum Domini - A Palavra do Senhor (n.52).
O Advento marca o início do novo Ano litúrgico. Mas este inicia a partir das alturas onde chegou o fim do precedente: o cumprimento de toda história da salvação e a glória do Senhor. Com o primeiro domingo, iniciamos um novo caminho de louvor e de agradecimento ao Pai, por Jesus Cristo morto e ressuscitado, fonte inesgotável de vida nova no Espírito Santo. Um caminho de profunda renovação, quase de novo nascimento pela força do Espírito, até chegar à maturidade da vida espiritual de homens e mulheres tornados adultos em Cristo.
Este dom do amor gratuito e salvador de Deus, que costumamos chamar com a venerável tradição cristã de “Mistério Pascal”, constitui o centro irradiante da história da salvação e por isso também do ano litúrgico, continuando a alimentar de domingo a domingo a vida da Igreja e a marcar o caminho de constante renovação de cada fiel. Assim a liturgia, através da íntima união entre a Palavra e a Eucaristia, como afirma a constituição Sacrosanctum Concilium, do Concílio Vaticano II, “é a primeira e necessária fonte da qual os fiéis atingem o espírito verdadeiramente cristão” (SC 14). É o dom que a Igreja pede ao Pai na oração depois da comunhão deste primeiro domingo de Advento: “A participação nos vossos mistérios nos ajude a amar desde agora o que é do céu e, caminhando entre as coisas que passam, abraçar as que não passam”. É o que destaca também o Papa na sua exortação apostólica: “A Eucaristia abre-nos à inteligência da Sagrada Escritura, como esta, por sua vez, ilumina e explica o Mistério eucarístico” (Verbum Domini. 55).
Talvez alguém, ao ouvir a palavra “Advento”, pense imediatamente no curto espaço de tempo que nos prepara ao Natal de Jesus. Idéia talvez reforçada pela vista dos arranjos natalinos que já enfeitam as lojas e as ruas das cidades ou os primeiros presépios que iniciam a ser montados com carinho nas famílias. Mas o Advento na linguagem litúrgica e na experiência da Igreja é bem mais rico de sentido espiritual e existencial. A palavra Advento provém do latim adventus, que significava a “vinda” e a visita” de uma autoridade, como o rei ou o imperador, a uma cidade a quem “manifestava” assim sua atenção e sua benevolência para com o povo.
Transferida pela comunidade cristã do âmbito social ao religioso próprio, a palavra Advento veio a indicar antes de tudo a vinda gloriosa do Senhor no fim dos tempos, vinda que esperamos com fé, como Salvador. Em segundo lugar indica a vinda/revelação do Senhor na humildade da encarnação através da qual ele manifesta o amor do Pai, e esta por sua vez se torna fundamento inabalável da sua presença fiel e carinhosa na nossa vida de cada dia até o fim dos tempos, como Jesus prometeu aos discípulos. A liturgia da Palavra dos dois primeiros domingos do Advento destaca a promessa da vinda gloriosa do Senhor e a esperança ativa com que a Igreja espera essa vinda; enquanto o terceiro e o quarto domingo nos preparam para celebrar no Natal, com alegria e agradecimento, o evento central e fundador da nossa fé: “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). “Que alegria, quando me disseram: vamos à casa do Senhor!” (Sal. Resp.)
A abertura para com as visitas e surpresas de Deus, o desejo apaixonado da sua amizade e intimidade, o sentido da necessidade que o Senhor entre na nossa vida e a dirija, são as atitudes fundamentais a serem cultivadas neste tempo de Advento. São as condições para acolher o Senhor que vem, celebrar dignamente a memória da sua encarnação, reconhecê-lo nas suas visitas misteriosas nos acontecimentos da vida e caminhar com renovada esperança ao encontro da sua vinda gloriosa.
Seremos guiados pelos profetas que anunciaram a vinda do Messias do Senhor e sustentaram a fé de Israel, e de maneira especial acompanhados pelo profeta Isaías, cujos textos são lidos com abundância nas liturgias eucarísticas e na Liturgia das Horas deste tempo. Solicitados pela palavra forte de João Batista, estaremos na doce companhia de Maria, que guarda com fé no seu coração toda Palavra de Deus e acontecimento (cf Lc 2,19). Chegaremos então, através de sua graça, a gerar também em nós o Verbo de Deus: “Isabel diz a Maria: Feliz és tu que acreditaste. Felizes sois também vós, que ouvistes e acreditastes, pois toda alma que possui a fé concebe e dá à luz a Palavra de Deus e conhece suas obras” (Santo Ambrósio).
É fácil constatar que estas atitudes interiores – e modalidades de ser e de atuar – que constituem o cerne da espiritualidade do Advento, formam verdadeiramente o âmago de toda espiritualidade cristã e a energia profunda do Espírito que anima a missão e o testemunho da Igreja e de cada cristão e cristã no mundo rumo ao cumprimento do reino de Deus. O Advento nos ajuda a redescobrir estas atitudes e a guardá-las. O Advento não é somente um tempo do ano litúrgico: é uma dimensão constitutiva da identidade cristã.
Dom Emanuele Bargellini

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

200 milhões de cristãos são perseguidos no mundo

Apresentado o Relatório sobre a Liberdade Religiosa da AIS

MADRI, quarta-feira, 24 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – O Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo 2010, que a organização católica Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) apresenta bianualmente, revela que o número de cristãos perseguidos é de 200 milhões. Outros 150 milhões são descriminados por sua religião.

O relatório indica que na Europa os católicos não são perseguidos, mas sofrem bullying. A versão espanhola do relatório da organização católica foi apresentada ontem em Madri.

Desde o relatório anterior a situação não melhorou, de acordo com AIS, organização que ajuda cristãos em todo o mundo em projetos de apoio às igrejas locais como bolsas para sacerdotes, construção de igrejas, tradução de livros, etc.

A organização indica que a crescente tendência à perseguição e discriminação por motivos religiosos deve-se tanto à radicalização do mundo islâmico quanto à chamada “cristianofobia” e à facilidade com que se ridiculariza a Igreja em alguns países desenvolvidos.

Na apresentação do relatório, Javier Menéndez Ros, diretor da AIS na Espanha, e o missionário salesiano no Paquistão Miguel Ángel Ruiz, citaram o que Bento XVI disse na véspera da beatificação do cardeal John Newman: “No tempo de hoje, o preço a pagar pela fidelidade ao Evangelho já não é ser enforcado ou esquartejado, mas sim frequentemente significa ser excluído, ridicularizado, objeto de piada”.

A fé cristã é a mais difundida e também a mais perseguida. Como explicou Javier Menéndez, o número total é similar ao do relatório de dois anos atrás, ainda que os pesquisadores que participaram este ano do trabalho asseguram que a situação piorou para os cristãos.

O relatório analisa 194 países, com problemas em cerca de noventa, entre eles vários dos países mais populosos do mundo: China, Índia, Indonésia, Rússia e Paquistão. A piora da situação, segundo salienta Menéndez, deve-se especialmente a uma maior radicalização no âmbito muçulmano, com maior fanatismo, intolerâncias e abusos a praticantes de outras religiões.

Os países onde se produzem as maiores violações à liberdade religiosa são Arábia Saudita, Bangladesh, Egito, Índia, China, Uzbequistão, Eritreia, Nigéria, Vietnã, Iêmen e Coreia do Norte.

Menéndez salientou que “onde não existe liberdade religiosa não existe a liberdade democrática”, e sublinhou “a obrigação de qualquer ser humano de respeitar o direito ao culto, a evangelizar e a viver de acordo com sua fé”. No Egito, vige uma lei de liberdade religiosa, mas os cristãos sofrem discriminações e ataques, permitidos, segundo AIS, pelo governo de Hosni Mubarak.

O missionário salesiano Miguel Ángel Ruiz descreveu a situação no Paquistão. Ele explica que o terrorismo islâmico não afeta somente os cristãos, mas “todos que não pensam como os fundamentalistas”. “Se o terrorismo se centrasse somente nos cristãos, estaríamos muito pior agora”, afirmou.

Padre Ruiz considera que a perseguição só não é mais acirrada porque os meios de comunicação dão muita atenção aos ataques.

Em sua opinião, tanto Estados Unidos como Europa têm falhado muito: “Se a Europa, e especialmente a Espanha, não desperta, continuamos mal”, disse

Adveniat visita obras ligadas aos Salesianos Cooperadores de Pernambuco

No Curado


No feriado de 15\11 recebemos visita da Alemanha: Thomas Milz e Jürgen Escher,  os quais vieram acompanhados  por Ir.Toni  e pelos  Salesianos   Cooperadores  Írio  Continho  e  Geovana, do Centro Sagrado Coração- Recife. A visita teve como objetivo conhecer o trabalho realizado pelos SSCC e a realidade  das crianças atendidas na casa. Por ser  feriado e não estava programado para abrir o Oratório neste dia, a recepção foi feita  por apenas 30 crianças e adolescentes  juntamente com  quatro SSCC , dois aspirantes  e um  vocacionado. Foi uma tarde maravilhosa, muita  alegria , pois as crianças adoram receber visitas, sentem-se amados.
Os visitantes fizeram entrevistas, tiraram  muitas fotos, lancharam com as crianças, conheceram a casa e a realidade , visitaram  uma família  de crianças assistidas na casa  e  não mais, por falta de tempo, pois a tarde passou rapidamente.
Thatiane Alves, SSCC

* Além do Curado, os alemães visitaram ainda a Escola Dom Bosco (Recife) e Caetés (Abreu e Lima)

**  A Adveniat – organização filantrópica da Igreja Católica alemã. A entidade  financia projetos de cunho social no Brasil e em outros países da América Latina e Caribe.

A voz sincera de um papa frente a um mundo em transformação. BENTO XVI

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 23 de novembro de 2010 (ZENIT.org) - O livro-entrevista "Luz do mundo", apresentado hoje no Vaticano, recolhe respostas francas de Bento XVI ao jornalista Peter Seewald sobre o Papa, a Igreja e os sinais dos tempos.
Apresentamos algumas das frases mais destacadas do livro.
* * *
Surpresa diante da sua eleição
"O fato de ver-me de repente diante dessa tarefa tão grande foi, como todos sabem, um choque para mim. A responsabilidade é realmente gigantesca."
Renúncia ao papado
"Se o papa chega a reconhecer com clareza que física, psíquica e mentalmente já não pode continuar seu ofício, tem o direito e, em certas circunstâncias, também o dever de renunciar."
Crise dos abusos
"Tudo isso foi para nós um choque e eu continuo me comovendo hoje assim como ontem, até no mais profundo."
Soluções para os abusos
"O importante é, em primeiro lugar, cuidar das vítimas e fazer todo o possível para ajudá-las e para estar ao seu lado com a vontade de contribuir para sua cura; em segundo lugar, evitar o máximo possível estes atos, por meio de uma seleção correta dos candidatos ao sacerdócio; e, em terceiro lugar, que os autores dos atos sejam castigados e excluídos de toda possibilidade de reincidir."
Enfrentar os abusos
"O que nunca deve acontecer é tentar escapar e pretender fingir não ter visto, deixando, assim, que os autores dos crimes continuem cometendo suas ações. Portanto, é necessária a vigilância da Igreja, o castigo para quem faltou e sobretudo a exclusão de todo acesso posterior às crianças."
Situação atual da Igreja
"A Igreja vive. Contemplada somente a partir da Europa, parece que se encontra em decadência. Mas esta é só uma parte do conjunto. Em outros continentes, ela cresce e vive, está repleta de dinamismo (...). Se a Igreja deixasse de estar presente, significaria um colapso de espaços vitais inteiros."
Relativismo
"Ninguém discutirá sobre o fato de que é preciso ser cuidadoso e cauteloso ao reivindicar a verdade. Mas descartá-la, sem mais nem menos, como inalcançável, exerce diretamente uma ação destrutiva."
Ecumenismo
"O mundo precisa de um potencial de testemunho a favor do Deus uno que nos fala em Cristo."
Diálogo inter-religioso
"Temos uma mensagem ética que dá orientação aos homens. E transmitir essa mensagem juntos é de suma importância na crise dos povos."
Islã
"Eu o reconheço como uma grande realidade religiosa com a qual devemos estar em diálogo."
Sexualidade
"O importante é que o homem é alma em corpo, que ele é ele mesmo enquanto corpo e que, por isso, é possível conceber o corpo de forma positiva e a sexualidade como um dom positivo. Através dela, o homem participa da condição criadora de Deus. Encontrar esta concepção positiva e cuidar desse tesouro que nos foi dado é uma grande tarefa."
Preservativos
"É óbvio que ela [a Igreja] não os vê como uma solução real e moral. Não obstante, em um ou outro caso, podem ser, na intenção de reduzir o perigo de contágio, um primeiro passo no caminho rumo a uma sexualidade vivida de forma diferente, rumo a uma sexualidade mais humana."
Pio XII
"Foi um dos grandes justos, que salvou muitos judeus, a tantos como nenhum outro."
Indissolubilidade do matrimônio
"Nós não podemos manipular essa palavra. Devemos deixá-la assim, ainda quando contradiga as formas de vida hoje dominantes."
Eucaristia
"Se é verdade - como acreditamos - que na Eucaristia Cristo está realmente presente, este é o acontecimento central, nem mais nem menos."
Celibato
"É sempre, por assim dizer, um ataque ao que o homem pensa normalmente, algo que só é realizável e crível se Deus existe."
Homossexualidade
"Se alguém tem inclinações homossexuais profundamente arraigadas - não se sabe até agora se são realmente inatas ou se surgem na primeira infância - e, em qualquer caso, se elas têm poder nessa pessoa, tais inclinações são para ela uma grande provação."
Ecologia
"Que o homem está ameaçado, que ameaça a si mesmo e ameaça o mundo, torna-se visível hoje por meio das provas científicas. Só poderá ser salvo se no seu coração crescerem as forças morais, forças que só podem vir do encontro com Deus."

A ORAÇÃO DE UM PAPA (ZENIT)

Como um papa reza?
O relato detalhado das suas experiências mais humanas como pontífice é uma das novidades do livro, fruto da terceira sessão de conversas concedidas ao jornalista alemão Peter Seewald, depois das duas anteriores, antes de ser eleito Papa, que foram traduzidas nos livros "O sal da terra" e "Deus e o mundo".
Bento XVI explica em primeira pessoa, por exemplo, como é sua relação pessoal com Deus. "A oração e o contato com Deus são agora mais necessários e também mais naturais e evidentes que antes", reconhece, e assegura que, em meio à sua intensa atividade, "acontece, sem dúvida, a experiência e a graça de estado".
"Também eu sou um simples mendigo frente a Deus, e mais que todas as demais pessoas - revela. É claro que rezo sempre em primeiríssimo lugar ao nosso Senhor, com quem tenho uma relação de tantos anos. Mas também invoco o Espírito Santo."
"Entro na comunhão dos santos - acrescenta. Com eles, fortalecido por eles, falo então também com Deus, sobretudo mendigando, mas também agradecendo ou simplesmente com alegria."
Sobre sua eleição como sucessor de João Paulo II, recorda: "Eu tinha certeza de que esse ministério não era o meu destino e que, depois de anos de grande esforço, Deus ia me conceder algo de paz e tranquilidade".
"Nesse momento, só pude dizer para mim mesmo e deixar claro: ao parecer, a vontade de Deus é outra, e começa algo totalmente diferente, novo para mim. Ele estará comigo", explica com humildade.
Bento XVI constata que a responsabilidade de um papa "é realmente gigantesca". Reconhece que percebe que suas forças vão decaindo, que "tudo isso exige demais de uma pessoa de 83 anos", mas destaca que, "graças a Deus, há muitos bons colaboradores".
Ao mesmo tempo, é consciente de que, para responder a todos os requerimentos, "é preciso ater-se com disciplina ao ritmo do dia e saber quando é preciso ter energia".
Em sua vida cotidiana, Bento XVI não pratica esportes; acompanha diariamente as notícias e às vezes também assiste a algum DVD com seus secretários. "Gostamos de ver Don Camillo e Peppone", explica. Também revela que, nos dias festivos, escutam música e batem papo.
Afirma não ter medo de um atentado e reconhece: "Poucas são as pessoas que têm tantos encontros, como eu. Sobretudo, são importantes para mim os encontros com os bispos do mundo inteiro".
Diz sentir-se reconfortado com as muitas cartas que recebe de pessoas simples que o incentivam, assim como presentes e visitas. "Sinto também o consolo 'do alto'; experimento a proximidade do Senhor na oração; e na leitura dos Padres da Igreja, vejo o esplendor da beleza da fé".
Com relação ao seu predecessor, Bento XVI afirma que se sabe "realmente um devedor seu que, com sua modesta figura, procura continuar o que João Paulo II fez como gigante. (...) Junto aos grandes, tem que haver também pequenos papas que ofereçam o pouco que têm", indica.
Renúncia ao papado
Nas conversas com Seewald, que aconteceram em Castel Gandolfo durante 6 dias do último mês de julho - uma hora por dia -, Bento XVI não fechou a porta à possibilidade de renúncia ao papado.
"É possível renunciar em um momento sereno, ou quando já não se é capaz - disse. Se o papa chega a reconhecer com clareza que física, psíquica e mentalmente já não pode suportar o peso do seu ofício, tem o direito e, em certas circunstâncias, também o dever de renunciar."
Dos seus 5 anos de pontificado, destaca as viagens a diversos países, a celebração do Ano Paulino, do Ano Sacerdotal e os dois sínodos, sobretudo o da Palavra de Deus.
"Por outro lado, estão esses grandes períodos de escândalo e as feridas na Igreja", indica, mas afirma que elas "têm para nós uma força purificadora e, no final, podem ser elementos positivos".
Com transparência, o Papa também reconhece estar decepcionado com algumas realidades: "Decepcionado sobretudo por existir no mundo ocidental esse desgosto com a Igreja, pelo fato do secularismo continuar tornando-se autônomo, pelo desenvolvimento de formas nas quais os homens são afastados cada vez mais da fé, pela tendência geral da nossa época de continuar sendo oposta à Igreja"

O PAPA VISITA A ESPANHA

Espanha: visita do Papa é líder de audiência nas emissoras públicas
MADRI, terça-feira, 9 de novembro de 2010 (ZENIT.org) - Somente na emissora de televisão pública espanhola, quase 12,4 milhões de espectadores viram, em algum momento, a visita de Bento XVI a Santiago de Compostela e Barcelona, de acordo com a Rádio e Televisão Espanhola (TVE).
Na rede pública galega, a audiência acumulada chegou a mais de 1 milhão de pessoas e na rede catalã, a mais de um milhão e seiscentas mil.
Durante o fim de semana, TVE emitiu um total de 2 horas de informação exclusiva sobre a visita papal às duas cidades espanholas.
A Missa do domingo na Igreja da Sagrada Família, em Barcelona, foi vista por 931.000 espectadores. A do sábado, em Santiago de Compostela, por 593.000 espectadores.
As emissoras encarregadas de gerar o sinal das imagens oficiais da visita do Papa Bento XVI a Santiago e Barcelona foram precisamente as locais Televisão da Galícia e da Catalunha. As imagens foram repassadas a mais de mil redes de televisão em todo o mundo.
Para isso, destinaram recursos humanos e técnicos extraordinários. A TV da Galícia utilizou 60 câmeras para cobrir todo o percurso papal desde o aeroporto até o centro da cidade, além das celebrações na catedral, a Missa na Plaza del Obradoiro e a volta ao aeroporto.
Foram mais de 500 profissionais, entre técnicos e jornalistas, trabalhando na cobertura da visita pela emissora galega.
A TV3, da Catalunha, informou que também utilizou 60 câmeras dotadas de tecnologia de última geração, além de um helicóptero. Os espectadores puderam assistir imagens captadas em equipamentos 3D, câmeras "aranha" que passeavam pela parte superior da catedral e numerosas microcâmeras que não perdiam nenhum movimento do Pontífice nem os detalhes da celebração.
De acordo com a Conferência Episcopal Espanhola, mais de 150 milhões de pessoas ao redor do mundo puderam acompanhar a visita do Papa, incluindo os internautas, que puderam acompanhar a transmissão ao vivo.

O PAPA FALA SOBRE A FAMÍLIA

Educação e família
Por outro lado, o Papa referiu-se ao plano pastoral dos bispos italianos dedicado a como enfrentar a “emergência educativa”.
A atual crise que o homem contemporâneo atravessa, assinala Bento XVI, é na realidade uma “crise de confiança na vida” e influencia “de forma relevante no processo educativo, no qual as referências seguras se fazem fugazes”.
Indicadores desta crise são, afirma, o “eclipse do sentido de Deus e o ofuscamento da dimensão da interioridade, a formação incerta da identidade pessoal no contexto plural e fragmentado, as dificuldades do diálogo entre gerações, a separação entre inteligência e afetividade”.
O homem contemporâneo “investiu muitas energias no desenvolvimento da ciência e da técnica”, mas este progresso “aconteceu frequentemente às custas dos fundamentos do cristianismo, nos quais se enraíza a história fecunda do continente europeu”.
“A esfera moral foi confinada ao âmbito subjetivo e Deus, quando não é negado, é contudo excluído da consciência pública”.
Perante isso, é necessária “uma relação pessoal de fidelidade entre sujeitos ativos, protagonistas da relação, capazes de tomar partido e pôr em jogo sua própria liberdade”.
Esta nova visão deve necessariamente “partir de uma nova proximidade à família, que reconheça e apoie sua primazia educativa: é dentro dela onde se molda o rosto de um povo”.

Chegou edição Boletim Salesiano nov/dez 2010

Prezados conselheiros e colaboradores do Boletim Salesiano,

Começa a chegar a todas as escolas, obras e paróquias salesianas do Brasil mais uma edição do Boletim Salesiano.

Neste número de novembro/dezembro de 2010, o artigo principal trata do Natal e de sua preparação, o tempo do Advento.

Outra matéria de destaque é a reportagem sobre os jovens missionários salesianos que se preparam para um período de um ano de voluntariado em Angola.

O BS traz ainda um artigo sobre a Geração Internet, uma matéria sobre o Encontro Nacional de Congregações que trabalham com as Juventudes e uma entrevista sobre os dez anos da TV Educar, emissora educativa dirigida pelos Salesianos.

Desejamos a todos uma boa leitura e pedimos que, na medida do possível, nos ajudem a divulgar o Boletim Salesiano em cada inspetoria.

Aproveitamos a oportunidade para reafirmar que o Boletim Salesiano está aberto a sugestões de matérias e temas que possam ser tratados pela revista em 2011. Contamos com a sua colaboração para fazer do Boletim Salesiano, cada vez mais, um órgão de formação e informação da Família Salesiana no Brasil.

Atenciosamente,
--

Ana Cosenza
Editora do Boletim Salesiano
Para acessar o Boletim Salesiano: http://www.boletimsalesiano.org.br/

Boletim FS de novembro 2010

 


Já está disponível o Boletim do Mês de novembro, é só clicar na figura acima e fazer e visualizá-lo e/ ou fazer o download (850k).