segunda-feira, 31 de maio de 2010

PENSAMENTOS DE DOM BOSCO

- PARA FAZERMOS O BEM, PRECISAMOS TER UM POUCO DE CORAGEM. III, 52.

- É DEUS  QUE QUER FAZER E NÓS DEVEMOS REZAR PARA QUE ELE NOS ESCOLHA. X. 1080.

- É COM A ORAÇÃO E O SACRIFÍCIO QUE SE PREPARA A AÇÃO. XIX, 220.

- NOSSA SENHORA NOS GUIE A TODOS PELAS ESTRADAS DO CÉU. XVIII, 250.

- MARIA GOSTA DOS JOVENS, PORTANTO GOSTA E AJUDA A TODOS QUE GOSTAM DELES. XVI, 284.

URNA DE DOM BOSCO EM NATAL: 29/01/2010.

sábado, 29 de maio de 2010

EVANGELHO DOMINICAL

OVIEDO, sexta-feira, 28 de maio de 2010 (ZENIT.org). Publicamos o comentário ao Evangelho do domingo da Santíssima Trindade, 30 de maio (João 16, 12-15), escrito por Dom Jesus Sanz Montes, ofm, arcebispo de Oviedo, administrador apostólico de Huesca e de Jaca.

* * *

A Santíssima Trindade não é uma palavra cruzada para os cristãos eruditos nem qualquer teorema de complicado. Trindade é aquela casa de Deus que os homens - sem Ele - não podem construir. "Se o Senhor não constrói a casa, em vão se cansam os pedreiros". E é que é impossível que se levante uma casa quando aqueles que a projetam, a financiam, a constroem e a vendem, rejeitaram a única pedra angular possível: "Jesus é a pedra que vós descartais, arquitetos, e que se converteu em pedra angular". Por isso, surpreende ver que há cristãos que são tão incondicionalmente acríticos e tão submissamente disciplinados para com os desígnios e ditames daqueles que fazem um mundo sem Deus ou contra Ele (e, portanto, sem humanidade ou contra ela), e continuam suspeitando e clamando contra aqueles que, com verdade e liberdade, são as novas vozes dos que continuam sem ter voz nos fóruns do nosso mundo.

Jesus nos abriu a porta que o pecado, infelizmente, fechou. Ele é a primeira pedra de um edifício novo, o lar da Santíssima Trindade entre nós. Não é uma casa concluída, sendo que Ele convida cada um a ser pedra viva daquele novo lar. O Pai, o Filho e o Espírito, com quem fazemos nosso sinal da cruz, com cujos nomes começamos a Eucaristia e com cuja bênção terminamos... eles são nossa casa, nossa nostalgia, nossa origem e também nosso destino. A Trindade, como casa de amor, de paz e concórdia; como casa de beleza e bondade, de justiça e verdade, de luz e de vida.

"Jesus não perdeu seus anos sofrendo e interpelando a maldade da época. Ele resolveu a questão de um modo muito simples: criando o cristianismo" (Péguy). Há tanta coisa a fazer, que não podemos perder tempo em lamentos e acusações. As babéis, seus projetos e proclamações, sempre tiveram data de expiração. Façamos o cristianismo, sejamos o cristianismo, deixando que o Espírito nos conduza à verdade plena. E que nosso coração e nossas comunidades cristãs, como parte da Trindade, como pedras vivas de sua casa estreada na história de cada dia, possam mostrar o espetáculo da bem-aventurança, que dá graça, que dá felicidade.

sábado, 22 de maio de 2010

Evangelho de Pentecostes: Como brisa tempestuosa

Por Dom Jesús Sanz Montes, ofm, arcebispo de Oviedo

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Temos percorrido as grandes etapas da vida do Senhor no decorrer da liturgia. Domingo passado celebramos a Ascensão do Senhor. Impressiona sobremaneira ver que esta "última Palavra" que Deus envia, seu Filho, seja dita com tanta precariedade. Porque não será este último dizer de Deus uma Palavra contundente e retumbante, mas humilde e livre como todas as suas. Acampou sua Palavra em nossas terras condenadas a tantos extermínios e abriu sua Morada para se unir conosco no Encontro mais estremecedor e decisivo, para estrear a felicidade, a verdadeira humanidade e a dita bem-aventurança de um amor sem preço nem ficção.

Podemos ter acesso ao que Jesus disse em seu aramaico, em seu Oriente Médio, já há tantos anos? Aqui arriscamos tudo. Porque este "tudo" se reduz a saber se aquilo que aconteceu então, é possível voltar a ocorrer hoje, aqui e agora. E Pentecostes é a graça de perpetuar, dia após dia, lugar após lugar, idioma após idioma, a Palavra e a Presença de Jesus.

Assim o prometeu Ele: "Já lhes disse tudo estando entre vós, mas meu Pai vos enviará o Espírito Santo para que vos ensine e recorde tudo o que eu vos disse". Esta foi a promessa cumprida por Jesus. E a história cristã conta que em todo o tempo, em cada canto da terra e em todas as línguas, Jesus se fez presente e audível onde houve um cristão e uma comunidade que permitiu que o Espírito Santo ensinasse e recordasse o que o Pai nos falou e mostrou em Jesus.

O Espírito prometido por Jesus nos faz continuadores daquela maravilha, quando homens, amedrontados e fugitivos poucos dias antes, começam a anunciar a passagem de Deus por suas vidas em cada uma das línguas dos que os escutam. Queira Deus que possamos prolongar tal acontecimento, sendo portadores de outra Presença e porta-vozes de outra Palavra, maior que as nossas, se consentirmos que também em nós o Espírito ensine e recorde Jesus, de maneira que possamos ser testemunhas de seu reino, da bondade e beleza características de uma nova criação, na qual a vida de Deus e a nossa brindarão em taça de bem-aventuranças. (Zenit).

sexta-feira, 21 de maio de 2010

CASAMENTO

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“O CASAMENTO NÃO É MAIS QUE UM”

Entrevista com José Pedro Manglano
Por Miriam Díez i Bosch
ROMA, DOMINGO, 9 de maio de 2010 (ZENIT.org).- Existe um só matrimônio: não há um casamento civil e outro religioso, declara nessa entrevista concedida a ZENIT um escritor sacerdote, autor de "O livro do matrimônio" (Planeta, 2010), no qual repassa esta instituição e oferece chaves para compreender o que ele chama de "misteriosa união".
Professor de Antropologia no Centro Universitário Vilanova (Universidade Complutense de Madri) e capelão, José Pedro Manglano (www.manglano.org) é doutor em filosofia e combina seu trabalho sacerdotal com cursos, palestras e com a direção do Planeta Testimonio.
Manglano é membro do Conselho Assessor do Observatório para a Liberdade Religiosa e de Consciências (www.libertadreligiosa.es).
-Quantos casamentos existem?
Manglano: Não existe mais que um casamento.
Não podemos esquecer que só se casa quem se casa. Ninguém casa! Quando fazem o ato livre de entrega total ao seu ser masculino e feminino, geram uma relação particular que chamamos "matrimônio". Consiste em uma união orgânica, de modo que dois formam "uma só carne". Isso - insisto - só pode fazer quem se casa. Só eles fundam ou criam um novo matrimônio.
Portanto, não há um matrimônio civil e outro religioso. Não. Isso são instâncias que reconhecem ou não o matrimônio, o único matrimônio. O Estado diz: "Se querem que eu os reconheça como matrimônio, se querem que minha legislação sobre o matrimônio se aplique, Eu - Estado - exijo seu consentimento diante de um funcionário, com tantas testemunhas, para preencher esse formulário...e o que for", a fim de estabelecer pela autoridade civil. Falamos então de um casal que realizou um casamento civil.
Também a Igreja, para reconhecer aos cristãos seu matrimônio, pode exigir algumas formalidades a fim de começá-lo. Então falamos de casamento religioso, mas é o único matrimônio.
-A aliança, o arroz, dotes... Conte-me: de onde surge tudo isso?
Manglano: Tudo isso? Impossível. Cada uma dessas tradições se formam em um lugar e momento determinado, se configura pouco a pouco, têm raízes também em outros lugares...
Trata-se de expressões de linguagem simbólicas. Isto é, nas realidades abstratas ou espirituais - como pode ser o desejo de prosperidade, o desejo de descendência, a pertença de um ao outro...- se pode expressar e manifestar de maneira física, corporal e material. Os homens necessitam fazê-lo. Estes símbolos e rituais são profundamente humanos. Convém conhecer seu sentido e realizá-los com autenticidade. Do contrário, se convertem em formalismos ou em elementos ornamentais, que terminam por afogar com liturgias cheias de vazio.
-O matrimônio é um sacramento de dois, enquanto os outros sacramentos são "individuais". Por que é assim?
Manglano. Efetivamente, são dois que "sofrem" a ação do Espírito de Deus, ação que faz de ambos uma só carne. Poderíamos falar que a ação transformadora que opera esses sacramentos é a de realizar uma unidade, uma comunhão total de vida e amor.
A partir de seu ato livre por decidirem se unir, o Espírito constitui uma comunhão que a liberdade de ambos deverá realizar progressivamente em suas vidas.
É um sacramento de dois no sentido de que antes são dois e é um sacramento de um no sentido que depois são um.
-O matrimônio... se descobre ou se cria?
Manglano: Parece-me que essa é a questão moderna mais interessante. Em um século XX marcado pela filosofia da suspeita - suspeita antes de tudo que parece imposta ao homem -, decidimos reinventar o matrimônio. Levamos cinquenta anos experimentando, afirmando: ‘o matrimônio significa que os casais se amam, e ninguém tem que dizer como viver, nem ditar regras que rompam a espontaneidade livre da relação".
A revista Time publicou recentemente que a última pesquisa do Pew Reserarch Center concluía que os jovens do milênio - quem tem 18 anos - resultam em algo convencional: 52% deles marcam como primeiro objetivo ser um pai exemplar e ter um matrimônio estável e fiel. É visível que os inventos têm gerado mais dor que felicidade. Poderíamos dizer que o matrimonio institucional - por contrapor ao matrimônio a la carte, fabricada pelo casal - segue sendo o ideal.
Parece-me interessante estudar essa questão em diálogo com as letras das canções de Joaquín Sabina. Ele afirma que acreditava se tratar de estrelas e resultaram ser tubos de néon; isso é, que não se trata de um mistério mas algo de fabricação cultural. Contudo, estou convencido que o matrimônio, longe de inventá-lo, nos inventa. O matrimônio tem seu DNA particular, não estipulado por nada além da verdade do amor conjugal.
-Historicamente havia casamentos entre recém nascidos... Melhoramos, não?
Manglano: Melhoramos muito, e também pioramos muito. O matrimônio, em si mesmo, é um modo de vida que faz bem e trás felicidade ao homem. O matrimônio resulta intensamente em um atrativo tal, mas está sempre ameaçado pela maldade do homem. O homem geralmente ataca - sem má intenção, mas ataca - a verdade do matrimônio para manipulá-lo segundo seu interesse.
No século VIII o resultado dessa manipulação foi este: quando os missionários cristãos levavam o Evangelho aos povos bárbaros, na Bulgária e em outros povos germânicos encontraram a tradição de casar as crianças apenas recém nascidas. Era uma forma de alcançar as alianças familiares e seus benefícios econômicos ou políticos, adiantando o tempo. O protagonismo do casamento, então, não tinha o amor. Isso só chegou em torno do século XI, precisamente quando a teologia cristã estuda a Trindade e redescobre que Deus é um movimento eterno de amor; portanto, o amor é importante, e nos matrimônios deverá ser respeitado seu papel, seu insubstituível protagonismo.
Sim, nessa percepção melhoramos. Mas ao mesmo tempo perdemos outras percepções, como o valor libertador da instituição, ou a necessidade da paciência e o "domínio de si" para realizar com fidelidade e em plenitude o projeto criado, ou o poder destrutivo da anticoncepção...
-O senhor afirma que sem vínculos não há liberdade. É uma provocação?
Manglano: Eu gosto. Enquanto não se provoca a razão, o racionalismo nos limita de tal forma que o conhecimento nos afasta da beleza da vida real. Sim, não podemos reduzir os mistérios da existência do homem a fórmulas matemáticas e silogismos a todos os níveis. A verdade dos mistérios humanos, como é o fato de sua liberdade, são sempre paradoxais para a razão.
Por esse motivo abordo a questão, de acordo com o método do caso no diálogo com Antoine de Saint-Exupery e sua mulher Consuelo. São duas pessoas ‘libertinas' que esperam que a felicidade lhes proporcione independência e autonomia. Saint-Exupery, como o Pequeno Príncipe criado por ele, viaja por distintos planetas da vida; conhece outras tanta rosas iguais a sua... Consuelo, também de abordagem libertina, sofre pelas ausências de seu marido e as relações que mantém com seus amantes.
Saint-Exupery, no final, descobre uma grande verdade: sua rosa é única, nenhuma tem valor, mas sim aquela a quem foi entregue; só quem está cativado encontra sentido para a sua existência; é então quando a raposa lhe ensina que domesticar é estabelecer laços, criar vínculos. Muitos não sabem que o Pequeno Príncipe é uma carta de amor de Antoine a sua mulher, movida por um profundo arrependimento.
É assim: se queremos independência, o matrimônio é um mal caminho. Se pretendemos ser felizes, este vínculo com nós mesmos, nos permite sermos livres realizando o projeto concreto que somos. Sendo mais intensamente esposo, sou mais livre, sendo mais inteira e elegantemente esposa, sou mais livre. A vida diz que é assim, e a razão diz que é o mais sensato... Assim são os mistérios humanos.

SALESIANIDADE

O Sistema Preventivo na educação dos jovens

P. Antenor de Andrade Silva, sdb.

Como surgiu o SPS. A vida numa escola salesiana. Um modo de estar diferente na escola. O diretor salesiano. Os passeios. A grande preocupação das férias. As festas escolares, os teatros, os recreios. A boa noite, a palavrinha ao ouvido. Pedagogia preventiva, comunicação e ecologia. O professor salesiano e os coordenadores leigos. Recordações confidenciais aos Diretores (1863). Conclusão.

O Sistema Salesiano de Educação envolve todas as situações educativas e re-educativas. D. Bosco o realizou, não apenas no oratório, no internato, orfanato, colégio, escola, associação ou grupo, mas também em seus encontros particulares com jovens e em sua obra publicitária. Os destinatários são homens e mulheres de todas as idades, condições, comportamentos e classes sociais. A aplicação é possível tanto para a educação individual, personalizada, como para a educação de multidões.
A figura central do Sistema Preventivo Salesiano [SPS], também chamado Sistema Preventivo de D. Bosco é o próprio D. Bosco. Trata-se de uma metodologia pedagógica desenvolvida e atuada universalmente pela Congregação Salesiana. Fundamenta-se na experiência educativa do santo de Valdocco, por ele vivida no meio dos jovens de Turim.
D. Bosco não tolerava o sistema repressivo reinante na Europa do século XIX e ainda utilizado em alguns países. O método bosquiano de educar teve em sua origem na influência de alguns fenômenos visionários, os famosos “sonhos”. Alguns métodos pedagógicos se inspiraram no S. Preventivo Salesiano, hoje objeto de estudos em diversas universidades. Sinteticamente este Sistema orienta o educador a “prevenir” o educando para as dificuldades, os problemas que ele poderá enfrentar e o orienta para construir um futuro melhor para a vida.

«A dimensão preventiva está no fato de prever. Uma atitude responsável de prospecção em harmonia com a criação no sentido de um desenvolvimento persistente e eficaz de potenciar a vida futura. “O educando é capacitado a agir e a dar forma ao futuro na vivência de um presente antecipador».

• Como surgiu o Sistema Preventivo Salesiano

O SPS não foi forjado em um escritório, nem tampouco nasceu de uma literatura pedagógica. Se quisermos entendê-lo, devemos procura-lo na mesma pessoa de D. Bosco, em sua biografia. Assim veremos que o educador de Turim foi um dos expoentes mais destacados do seu século, também na prática pedagógica. Concluiremos que sua atuação teve grandes ressonâncias no desenvolvimento da pedagogia do século XX.
A convivência diária com os moços na Turim da segunda metade do século XIX deu ocasião à prática do SPS. Através do espírito de observação do jovem padre, de seu amor pelos jovens, de sua perspicácia e, sobretudo, como já notamos, o reconhecimento e a prática de certas orientações sobrenaturais o visionário inquieto a moldou e ofereceu aos educadores um modo diferente de tratar com os educandos e conduzi-los a uma vida melhor. Para ele sua proposta educacional iria oferecer uma resposta adequada às necessidades de suas pessoas e seu tempo.
Outras fontes, onde podemos conhecer os princípios do SPS, além das Memórias Biográficas de D. Bosco e da Carta de Roma são As Memórias do Oratório (de 1815 a 1855), onde são descritas entre outras informações as atividades pastorais e educativas realizadas naquele ambiente. Há também um pequeno escrito de muito valor intitulado O Sistema Preventivo na Educação da Juventude (1877).
Os historiadores concluem que D. Bosco não deixou um corpus metódico que nos oferecesse um estudo ordenado do SPS. Os salesianos teriam que arregaçar as mangas e realizarem esta tarefa.

O Sistema Repressivo substituído pelo SPS é descrito por ele mesmo nos Regulamentos para as Casas da Sociedade de São Francisco de Sales. A severidade do educador repressivo é criticada e rechaçada como algo que não se coaduna com a verdadeira educação. A ameaça, a distância, o castigo físico são armas constantes e normais do SR, ao contrário da razão, da religião e da familiaridade. Além disso, este sistema não garante uma real formação para a vida do educando.

«Pode impedir uma desordem, mas dificilmente melhorará os culpados. Diz a experiência que os jovens não esquecem os castigos recebidos, e geralmente conservam ressentimento acompanhado do desejo de sacudir o jugo e até de tirar vingança.» ...«O Sistema Preventivo pelo contrário, granjeia a amizade do menino que vê no assistente (educador) um benfeitor que o adverte, quer fazê-lo bom, livrá-lo de dissabores, castigos e desonra».

Na época em que D. Bosco escrevia os princípios do SPS, o SR era conhecido e aplicado como essencial na educação européia. Costumava-se dizer que a letra entra com sangue. Como já afirmamos em muitos lugares o SR continua adotado não só em países em desenvolvimento, mas também em sociedades do primeiro mundo. Em 2006 a BBC falava em 109 nações que haviam abolido os castigos físicos na escola. E os demais países?

• Um modo de estar diferente na escola

A pedagogia salesiana prega um modo de estar diferente na escola e no pátio, pois o ambiente salesiano com seus educadores deve ser uma casa que acolhe o jovem para fazê-lo feliz.
A dignidade, o respeito pelo educando, a dedicação obrigam o educador a uma constante reflexão sobre seu papel, sua missão, não só, mas sobre os conceitos do ensino e da educação. A educação segundo o SPS é uma viagem, uma aventura em que educador e educando embarcam juntos. De ambos vai depender o final feliz da formidável tarefa, mas, sobretudo do professor.
Nesta caminhada a assistência amiga, diaconal é um fator importante para a formação, para apoiar o jovem. Assim o educador com os jovens,

« em interação, treinam as competências emocionais, intelectuais, espirituais e práticas. Trata-se de cultivar o ser humano na sua totalidade num ambiente de desenvolvimento natural espontâneo e global. O pedagogo D. Bosco supera o pensar seletivo, causal e apelativo – moral. No centro de sua pedagogia está a pessoa, o jovem todo, aceito tal como ele é. Trata-se de acordar os seus talentos e despertá-los para a metamorfose. A educação não pode estar alheia à disciplina à persistência, à vontade e à autoconsciência Uma vez descobertos os talentos próprios trata-se de despertar alegria no que se faz. Trabalho e alegria andam juntos. D. Bosco convencia porque tinha uma vivência, uma visão de homem e de sociedade».

Note-se que D. Bosco com seu sistema não visava apenas o profissionalismo do educando, seu carreirismo, seu bem estar material ou sua segurança física. Essa lógica fomentaria prisioneiros do sistema, cujos cárceres em seu tempo abarrotados, continuam apresentando nos nossos dias os mesmos filmes. Por que as constantes irracionalidades, as violências, as insatisfações universais continuam acontecendo e o mundo desejando e precisando cada vez mais de paz? Creio que um dos motivos é um sistema de educação estático e sem criatividade que não ensina o homem a viver. Que não é capaz de levar o único animal racional a usar de sua racionalidade para seu bem, para uma família, cuja felicidade já poderia, em parte, ser experimentada abaixo dos céus.
As ideologias são o esconderijo da alienação. A realidade cede lugar às idéias, idéias e estratégias de adaptação e imitação, nem sempre positivas e construtivas.
O que os santos nos ensinam - e D. Bosco era um grande mestre nesse aspecto - , quando nos aconselham a “vivermos na presença de Deus”, é a nos acostumarmos a viver o momento presente, tornando-o criativo e gratificante. Seu sistema tentava incutir esta verdade nos jovens de seu Oratório.

«Na presença de Deus não há idéias nem normas, extingue-se o passado e o futuro, o agora é tudo, é acontecer para lá de qualquer estrutura, na relação total de qualquer orientação: o amor é ágape».

Ele queria, sobretudo a felicidade a realização pessoal dos jovens. Programas e notas não lhe interessavam tanto, não desenvolvem uma verdadeira personalidade, podendo criar robores que se adéquam a certos tipos de sociedades ou instituições. O aluno tem que se acostumar a refletir, a pensar, a conscientizar as razões de suas atitudes.

Um saber apenas funcionalista que vise tão somente o cultivo do intelecto torna-se unilateral, redutor, materialista. O jovem deve descobrir que há outros mundos além das simples cortinas do pensamento. Deus nos fez a sua imagem e semelhança com capacidades de galgarmos os degraus do infinito. O educador deve ajudar o aluno a ir além dos palcos do intelecto. Não alcançam por si sós as complexas e fantásticas realidades dos mundos exteriores e da introspecção. Podemos parafrasear a expressão paulina: vós sóis os templos de Deus... A escola deve levar à maravilhosa descoberta de que do encontro do mestre com o aluno se chega a Deus. Ela deverá ser este templo e os educadores seus sacerdotes. Possível? Tentemos.
O acontecer e o observar são mais importantes que o saber. Deste pode-se responder a um processo de responsabilidade global capaz de ver além das coisas e das ilusões. Nesta metánoia está um dos grandes papéis do educador que deve ser companheiro do educando, colocar-se ao seu lado. Presencia e presencializa com ele a sua resposta ao universo e à humanidade. Em ambos se encontram lado a lado criação e humanidade. Por isso é essencial a relação de simpatia, de amorevolezza com o jovem. No SPS os dois devem viver empaticamente. Não é suficientemente amar os jovens, eles têm que perceber este amor.

Neste processo a aprendizagem torna-se uma recreação, e acontecerá num ambiente de carinho e mútua confiança. Daí poderá nascer uma rica experiência espiritual e comum que o educador deve descobrir e carrear para o bem de seu discípulo. Neste particular e numa feliz observação, o professor Antônio da Cunha afirma:

«Educar torna-se a arte de aprender, de observar e viver a vida toda, ajudar a ser compreendido e a compreender, num despertar da consciência humana e do mundo. Educar é aprender a descobrir-se descobrindo, num processo dinâmico e contínuo de ipseidade-alteridade num triálogo eu-tu-nós, à imagem da fórmula da realidade trinitária».

segunda-feira, 17 de maio de 2010

SALESIANIDADE

MISSÃO E FAMÍLIA SALESIANA

Pe. Antenor de Andrade Silva, sdb.

1. Missão em geral e na Família salesiana.
2. A missão salesiana na Igreja.
3. A atividade missionária da Família Salesiana na Igreja.
4. A Família Salesiana e sua dimensão missionária.
5. Missão ad gentes e Vida consagrada.

1. Missão:
a) em geral.
b) na F. Salesiana.

a). O verbete missão em Aurélio, entre outras acepções, significa encargo, incumbência, envio, dever a cumprir.
Missionário era aquele que propagava a fé, que instruía em matéria religiosa. O Grande missionário de todos os tempos foi o Filho de Deus que recebeu o encargo do Pai de trazer à humanidade a doutrina da Boa Nova do Evangelho. Aparecendo aos Onze, após a ressurreição, o Senhor ordenava-lhes: ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura (Mc. 16,15). E em Mateus: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide pois e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 19 s). Em outro lugar dirá, passando sua missão aos discípulos: assim como o Pai me enviou, eu também vos envio a vós.
No decorrer do século XX o termo latino missio (missão) teve uso muito freqüente em amplos setores da teologia cristã.
b). Na época de D. Bosco e até não muito longe de nós, a palavra missão ou missões mesmo entre os Salesianos, significava a obra evangelizadora dos povos que ainda não conheciam o Evangelho, missão entre os pagãos, missão no meio daqueles que ainda não faziam parte da Igreja Católica.
Roma enviava seus missionários para os paises e Continentes, a fim de evangelizarem os gentios ou os pobres selvagens. Assim eram chamados pelos europeus os habitantes da América.
Os SDB realizaram seu Capitulo Geral Especial em 1971-1972, época em que fizeram a reforma das Constituições. Até então falava-se simplesmente de missões estrangeiras.
Eis senão quando as coisas tomam outro aspecto. O entendimento oficial dos SDB e das FMA a respeito de missão passa a ser considerado de um modo bem mais diferenciado, repensado e re-elaborado, segundo as exigências do Vat. II (1962-1965):

«A missão dá a toda a nossa existência o seu tom concreto, especifica a tarefa que temos na Igreja e determina o lugar que ocupamos entre as famílias religiosas» .

As Constituições renovadas das Filhas de Maria Auxiliadora no Art. 1º afirmam que o Instituto: «participa na Igreja da missão salvífica de Cristo, realizando o projeto de educação cristã próprio do Sistema Preventivo».
O Vat. II usa constantemente as palavras: missão da Igreja. Na Gaudium et Spes: «a Igreja em virtude de sua missão divina prega o Evangelho e concede os tesouros da graça a todos os povos» .
A missão de anunciar o Reino de Cristo, confiada aos Apóstolos, foi também confiada a cada batizado. Este mandato está cima de todo particularismo, de qualquer raça ou nação. Trata-se de algo espiritual, apolítico, superando qualquer perspectiva econômica ou social.
Os documentos: Lumen Gentium (Constituição dogmática sobre a Igreja), Gaudium et Spes (Constituição pastoral sobre a Igreja no mundo de hoje), Apostolicam Auctuositatem (Decreto sobre o apostolado dos leigos), Ad Gentes (Decreto sobre a atividade missionária da Igreja), Presbyterorum Ordinis (sobre o ministério e vida dos presbíteros) insistem em apresentar a missão recebida pela Igreja e pelos cristãos como algo de natureza religiosa e humana. Por um lado busca a salvação integral do homem, tanto em termos espirituais como temporais. Por outro, se interessa pela construção de um mundo melhor baseado na verdade e na justiça .
A Missão e as missões da Família Salesiana seguem naturalmente a orientação descrita no Vat. II.

2. A Missão salesiana na Igreja.

O Capítulo Geral Especial dos SDB (Roma, 1971) quando resolveu introduzir o termo missão, como parte da descrição da «identidade» salesiana procurou cuidadosamente justificar seu uso . Após explicar, em cinco números, sua intenção definiu de um modo geral a missão salesiana.

«Falar da “missão dos Salesianos” significa então evidenciar desde o início o sentido da própria vocação e da própria presença na Igreja. Deus os “chama” e os “envia” para prestar um serviço específico na Igreja: cooperar diretamente com a salvação integral dos jovens, sobretudo pobres» .

No mesmo texto o Capítulo tece algumas considerações no sentido de que a nossa missão não se destina apenas aos jovens, mas também aos adultos.
Não é fácil estabelecer de modo exato o objeto e o conteúdo da missão salesiana, observa Pe. Francis Desramaut. Para as Constituições renovadas certas orientações de D. Bosco, afirma o pesquisador francês, impedem delinear os confins bem definidos da missão salesiana, quer se trate dos destinatários, que se trate de seus métodos.
Não se discute sobre os destinatários primordiais que são os jovens especialmente os mais pobres. O espírito é o mesmo apresentado por D. Bosco no seu opúsculo, escrito em 1877, sobre o Sistema Preventivo na educação da juventude.
A única missão que existe é a da Igreja, por conseguinte a missão da F. Salesiana deve ser a mesma da Igreja.

«Formamos um só corpo com um só fim e com a mesma missão. Deus nos chama na Igreja, através da Igreja, com a Igreja para salvar a humanidade. Participamos então da única missão da Igreja. Na Igreja há uma só missão e muitos ministérios, muitas vocações; daí uma só missão com funções especializadas» .

As funções de cada grupo da Família salesiana emergem da missão particular de cada uma dessas entidades. Encontram-se descritas nas Constituições renovadas dos SDB; das FMA; das Voluntárias de D. Bosco e no Regulamento de Vida Apostólica dos Salesianos Cooperadores.
No excelente trabalho do Pe. F. Desramaut encontramos alguns artigos basilares sobre a «missão».
• SDB – Nas Constituições de 1984: «os Salesianos formamos uma comunidade de batizados que, dóceis à voz do Espírito intentam realizar numa forma específica de vida religiosa o projeto apostólico do fundador: ser na Igreja sinais e portadores do amor de Deus aos jovens, especialmente aos mais pobres. No cumprimento desta missão, encontramos o caminho da nossa santificação» .
• FMA – Um dos assuntos desenvolvidos pelo Capítulo Geral XVII das FMA (1982) tem como título: «Enviadas para as jovens no Espírito do “Da mihi animas”» .
Notar a palavra enviadas, ou seja, aquelas que receberam uma missão.

A nossa missão

«nasce da iniciativa do Pai que nos chama a participar, na Igreja, - como comunidade apostólica salesiana – do ministério profético, sacerdotal e real de Cristo, com o testemunho, o anúncio da Palavra e a celebração da salvação. Supõe o dom da “predileção” pelas jovens e nos empenha a sermos para elas, na escola de Maria, sinal e mediação da caridade de Cristo Bom Pastor, através de projeto cristão de educação integral no estilo do Sistema Preventivo» .

• VOLUNTÁRIAS - «As Voluntárias são cristãs que, chamadas a seguir a Cristo mais de perto, procuram viver em profunda harmonia consagração, secularidade e salesianidade» , desenvolvendo sua missão na Igreja e no mundo.
• SS CC – D. Bosco os convidou para «cooperar na sua missão de salvação dos jovens, sobretudo os pobres e abandonados» .

«Colaboram ativamente na sua missão em nome da Igreja, unidos à Congregação Salesiana, sob a autoridade do Reitor-Mor, como Sucessor de D. Bosco, em espírito de fidelidade aos Pastores e em colaboração com as outras forças eclesiais .

• ADMA – Na F. Salesiana os associados da procuram «sublinhar e difundir a devoção popular mariana, como instrumento de evangelização e de promoção das classes sociais menos favorecidas e da juventude carente» .
• EX ALUNOS – Fazem parte da F. Salesiana pela formação recebida nas Obras salesianas. Gozam de inúmeras possibilidades de viverem no século o «bom cristão e o honesto cidadão». Podem ser grandes apóstolos na formação de «um mundo novo».
Os dois primeiros artigos do Capítulo I do Regulamento Reformado dos Ex-alunos/as de D. Bosco tratam da identidade e missão da Associação. O Regulamento atual, foi ratificado em 12 de abril de 2008 pela Junta Confederativa dos Ex-alunos/as Mundiais de D. Bosco.

• Identidade – O artigo 1º descreve muito claramente a posição dos antigos alunos/as quanto à identidade de ambos na missão conjunta com a Família Salesiana.

«Ex-alunos e Ex-alunas de D. Bosco são aqueles que, por terem freqüentado um Oratório, uma Escola ou qualquer outra obra salesiana, receberam uma preparação para a vida segundo os princípios do Sistema Preventivo de D. Bosco. A educação recebida que conserva os vínculos de filiação e gratidão a D. Bosco que leva o Ex-aluno a participar da missão salesiana no mundo, manifesta-se assumindo, segundo as próprias possibilidades e sua situação específica de leigos, responsabilidade de efetiva colaboração para realizar as finalidades próprias do projeto educativo salesiano»( Regulamento. Art. 1º ).

O segundo indica a posição e atuação deste grupo que ocupou os pátios das Obras de D. Bosco.
• Missão – Estes colaboradores da missão salesiana formam um exército numeroso que pode atuar com conhecimento um Sistema que viveram durante os tempos de internos ou externos nos Colégios da Congregação.

«O Ex-aluno/a conserva e aprofunda os princípios educativos recebidos, para traduzi-los em autênticos empenhos de vida mediante a caridade fraterna e a mútua assistência. Para tal finalidade o Ex-alunos/a, pessoalmente ou em grupo, faz própria a Carta de Comunhão e a Carta da Missão da F. Salesiana, considerando fundamental a complementaridade com os diversos ramos da F. Salesiana para conseguir os seus objetivos. Além disso, eles/as empenham-se seriamente em:
a) Renovar propósitos e dar testemunho da vida cristã permanecendo fiel ao espírito de D. Bosco;
b) Participar com uma presença concreta, às finalidades evangelizadoras da Igreja;
c) Enfrentar os problemas das realidades temporais, colocando à disposição os valores humanos e cristãos do quais, como leigos/as, têm direta experiência no âmbito familiar, profissional e social;
d) Estimular e valorizar o espírito ecumênico entre os cristãos;
e) Solicitar das outras religiões a abertura ao diálogo».(Regulamento. Art. 2º ).
.
Carta de Comunhão.
Este documento de 1995, quando fala da sobre a Missão juvenil e popular da F. Salesiana tem uma afirmação muito sucinta e clara:

«Os discípulos de D. Bosco fazem experiência de Deus, através daqueles aos quais são enviados: os jovens e as classes populares» .

3. A atividade missionária da F. Salesiana na Igreja.

Dom Bosco tinha sessenta anos, em 1875, quando enviou seus primeiros missionários para fora da Itália.
O objetivo era divulgar o Evangelho a quem não o conhecia. Introduzir os pagãos na Igreja Católica única arca de salvação, na mentalidade do tempo. A missão de seus missionários era evangelizadora, mas tinha também o aspecto civilizador. Ensinava-se que missão era ao mesmo tempo «trabalho de humanização e de propagação da fé». Camões em Os Lusíadas cantará as memórias gloriosas «daqueles Reis que foram dilatando a Fé e o Império». As naves descobridoras levavam em seus bojos guerreiros e missionários: conquistadores de Continentes e de almas.
Em uma Carta aos Cooperadores D. Bosco escrevia que a atividade missionária era livrar os selvagens da barbárie secular.
A América do Sul, a Ásia e a África foram invadidas pelos missionários e missionárias salesianos. Homens e mulheres de heróicas virtudes espirituais e humanas dedicaram suas vidas ao da mihi animas coetera tolle. Muitos ou quase todos, após deixarem suas famílias e suas terras, nunca mais voltaram para revê-las. Outros e outras foram martirizados deixando seus sangues e seus ossos em terras estrangeiras e hostis. As biografias destes santos e santas nos mostram que antes da Primeira Grande Guerra Mundial cento e cinqüenta e cinco missionários salesianos e cento e cinqüenta e uma missionária salesianas partiram de seus paises para as missões estrangeiras .
O santo de Valdocco não se contentou em salvar almas apenas no Piemonte ou no Continente Europeu. Seus apóstolos em poucos anos transportam-se para o Novo Mundo. O grito ecumênico do profeta Galileu “ide por todo o orbe”, ressoava constantemente em seus ouvidos e o “da mihi animas” envolvia todos os filhos de Deus. Na América, além das preocupações com os jovens, “selvagens” e órfãos, D. Bosco recomendava aos missionários o cuidado para com os imigrantes italianos e seus filhos A febre amarela, a varíola e outros males dizimavam muitas famílias, deixando inúmeros órfãos.
No Brasil, uma outra tarefa dos missionários piemonteses era a preocupação pelos “ingênuos”, ou seja os filhos libertos de escravos após a promulgação da Lei do Ventre Livre .
O jovem João Bosco no Seminário de Chieri já pensava em ser missionário. Seus sonhos incentivavam-no e orientavam-no naquele sentido e na escolha do local para onde enviaria os Salesianos. Não fosse a oposição de seu amigo Cafasso e teria também partido para alguma região de missão, logo após a ordenação sacerdotal.
A segunda Congregação missionária da Igreja, em termos de religiosos enviados às terras de missões, em poucos anos atravessa os Oceanos e ocupa os desertos gelados da Patagônia e da Terra do Fogo. Diversos foram os salesianos massacrados em todos os Continentes pelos ódios tribais contra os brancos ou estrangeiros. Sofrimentos, enfermidades, saudades da terra e da família distantes eram companheiros de todas as horas.
Aos 14 de dezembro de 1875, o primeiro grupo de missionários salesianos saídos da Itália, tendo à frente o Pe. João Cagliero, chega ao porto de Buenos Aires na Argentina. O capítulo XVI e XVII de “Annali”, nos dizem como os Salesianos foram recebidos, falam sobre o bem que faziam, sobre a fama que gozavam nas repúblicas americanas e as dificuldades por que D. Bosco passava para custear as expedições missionárias.
Em 11 de Novembro de 1876, parte o segundo grupo ainda para a América. Os que se destinavam a Argentina embarcaram em Gênova, tendo à frente o Pe. Bodrato. Aqueles destinados a Montevidéu, entre eles o Pe. L. Lasagna, tomaram o navio na cidade francesa de Bordeaux. As passagens foram pagas pelo governo uruguaio.
A terceira expedição realizou-se em novembro de 1877. Dela fizeram parte o Pe. Costamagna e o Pe. Vespignani. Até dezembro de 1887 seguiram-se sete outras levas de SDB e FMA, com destino ao Continente Sul Americano.

• Vaticano II.
Na segunda metade do Século XX, o VAT. II trouxe à palavra missão um novo entendimento não só teológico, como também antropológico. Diversos documentos conciliares nos falam que o Espírito de Deus sempre atuou no mundo e continua a fazê-lo. O Verbo jamais abandonou suas criaturas humanas.
Naquele Conclave afirma-se ainda que as culturas devem ser respeitadas e que a evangelização deve olhar para cada uma em particular. A missão que é ambivalente, não se ocupa tão somente da ordem espiritual. Sua atividade engloba os aspectos da paz, da justiça social, da distribuição dos bens, da melhoria da vida no planeta. Há muitas maneiras de se construir o Reino de Deus, muitos modos de se fazer missão .
Os missionários, salesianos ou não, continuam mesmo após o Vat. II com sua missão evangelizadora. O que passou a ser diferente foram os métodos, as etapas evangelizadoras. Em Fevereiro de 1991, D. Eugenio Viganó escrevia aos Salesianos: « O missionário é convidado a renovar-se sem se desviar».

4. A F. Salesiana e sua « dimensão missionária».

Já se afirmou que toda a F. Salesiana tem uma alma missionária.
Os SDB e FMA têm sua dimensão missionária exaradas nas suas Constituições renovadas, seguindo as orientações do Vat. II.
Referindo-se os povos não evangelizados os SDB dizem o seguinte:

«Os povos ainda não-evangelizados foram objeto especial dos cuidados e do ardor apostólico de D. Bosco. Eles continuam a solicitar e a manter vivo o nosso zelo; reconhecemos no trabalho missionário um traço essencial da nossa Congregação.
Com a ação missionária realizamos um trabalho de paciente evangelização e fundação da Igreja num grupo humano. Esse trabalho mobiliza todos os compromissos educativos e pastorais próprios do nosso carisma.
A exemplo do Filho de Deus que em tudo se fez semelhante a seus irmãos, o missionário salesiano assume os valores desses povos e partilha suas angustias e esperanças».

Afirmam ainda importância da «promoção humana» na pastoral missionária.

«Nas paróquias e residências missionárias contribuímos para a difusão do Evangelho e promoção do povo, colaborando com a pastoral da Igreja particular mediante as riquezas de uma vocação específica.
Oferecemos nosso serviço pedagógico e catequético na área juvenil por meios de centros especializados» .

As FMA ampliaram bastante a compreensão sobre os artigos referentes à missão, uma vez que anteriormente entendiam a evangelização mais como anúncio explícito da Palavra. «Limaram os artigos constitucionais em mérito» . O mesmo autor afirma que as Irmãs Salesianas realizaram uma escolha melhor, em comparação com os SDBs. Souberam reunir em um único título (falamos acima deste ponto, cfr. nota 10) o conjunto da obra evangelizadora, onde quer que venha a ser atuada.
Em um dos artigos de suas Constituições resume de modo geral:

«Procurando manter vivo o espírito missionário das origens, trabalhamos para o Reino de Deus nos países cristãos e nos que ainda não foram evangelizados ou se descristianizaram, atentas às exigências dos tempos e às urgências das Igrejas particulares».

Outro artigo sobre missão fala do entendimento e da inculturação exigida pela Igreja contemporânea na tarefa da evangelização hodierna.

«A dimensão missionária, - elemento essencial da identidade do Instituto e expressão de sua universalidade – está presente em nossa historia desde as origens. Trabalhamos entre os povos ainda não atingidos pelo anúncio da Palavra, para que possam encontrar em Cristo o significado profundo de suas aspirações e de seus valores culturais. Sendo presença de Igreja, contribuímos para que amadureça nestes nossos irmãos – especialmente nos jovens – a experiência do amor pessoal de Deus, que poderá fazer nascer neles o desejo de acolher o Evangelho e de serem, por sua vez, testemunhas e apóstolos» .

VDB – O Regulamento da Voluntária de D. Bosco lembra que ela deve estar «atenta às necessidades e às mudanças do ambiente em que vive, trabalha responsavelmente com a criatividade e a flexibilidade próprias do espírito salesiano» .
As oportunidades são aproveitadas para prestarem seu serviço às missões.

SS CC – Devem se sentir unidos aos demais grupos da F. Salesiana.

«Os Salesianos Cooperadores se sentem unidos a todos os grupos pertencentes à F. Salesiana. Estão abertos e promovem qualquer forma de colaboração, de modo particular com os grupos leigos, no respeito pela identidade e autonomia de cada um deles» .

ADMA – O Regulamento renovado informa que a Associação faz parte do grande movimento fundado por D. Bosco, visando a missão apostólica entre os jovens e as classes populares. E que ela é considerada pelo fundador como parte integrante da F. Salesiana.
Seu programa de ação está delineado no Regulamento.
Vê-se que a F. Salesiana preparou cuidadosamente a retomada do espírito salesiano, deixado pelo Fundador.

5. Missão ad gentes e vida consagrada.

O missionário é, em última análise, alguém que tenta fazer prosélitos, mudar uma ideologia, realizar uma conversão. Em nosso tempo o proselitismo não seria um atentado contra a liberdade de consciência? O tempo das missões não estaria superado? Todas as religiões não nos levam para Deus?
Alguém poderá fazer tais interrogações. No entanto, não é isto o que pensa a Igreja de Jesus Cristo, o Missionário por excelência ad gentes (sobre a atividade missionária da Igreja). O anúncio da Palavra de Deus, realizado pelo Cristo morto e ressuscitado continua fazendo parte integrante da bagagem de todo missionário.
Toda a F. Salesiana, cada grupo de acordo com sua própria fisionomia, permanece ativa e impulsionada a participar, com máximo empenho, da tarefa missionária da Igreja de Cristo.
Para o missionário, para o consagrado ou consagrada, evangelizar é consolidar, fortificar sua própria fé.
Missão ad gentes oferece ao leigo/a, aos SDB, às Filhas de Maria Auxiliadora, aos SS CC, a ADMA, aos Ex-alunos, às Voluntárias de D. Bosco, enfim, a toda a F. Salesiana oportunidades privilegiadas para exercerem uma ação apostólica missionária em nome da Igreja de Cristo. A presença característica desses missionários/as irá difundindo aquele sal vivificador e aquela luz que brilhará nas trevas. O espírito de D. Bosco que estes grupos aberta ou silenciosamente poderão imprimir, forjarão um novo aspecto humano, uma nova consciência e mentalidade. Modificarão as mesmas estruturas da sociedade e criarão um «Novo Homem», plasmado à imagem e semelhança do Evangelho.

Recife, março 2010.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos à Salesiana Cooperadora Darclei e ao Salesiano Cooperador Irio a materia postada no Blog da nossa Família.

P. Antenor.

ENCONTRO DE FORMAÇÃO DOS SALESIANOS COOPERADORES EM NATAL

Nos dias 15 e 16 de maio na cidade de Natal,; salesianos cooperadores de 15 centros da inspetoria participaram do encontro de formação  para coordenadores e formadores. o encontro foi contemplado com palestras sobre o tema cidadania e participação social, a família e a dependência química. A partilha de conhecimentos, oração, adoração   e o aprofundamento na espiritualidade salesiana fortaleceram o compromisso do salesiano cooperador em relação ao tema do encontro: Levemos o evangelho aos jovens, e ao lema: As característica do rosto salesiano.
 O encontro de formação  fortaleceu a posição laical  do Salesiano Cooperador que vem do fato de ser "um verdadeiro salesiano no mundo", ou seja, de ser parte da corrente carismática salesiana e , portanto, de assumir o projeto de Dom Bosco como próprio, como algo que lhe pertence  e viver autenticamente sua vocação.

Por: Darclei  Tabanela - Salesiana Cooperadora

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Salesianos Cooperadores

Salesianos Cooperadores: “verdadeiros salesianos no mundo”.Dom Bosco

É possível ser Salesiano(a) vivendo as realidades exteriores da família e do mercado de trabalho? É possível ser Salesiano(a) sem morar numa comunidade religiosa? A resposta é: sim. Dom Bosco idealizou, seus sucessores endossaram e a Igreja Católica aprovou. Esse é o caminho do terceiro ramo da Família Salesiana, os Salesianos Cooperadores. Nesse artigo tentarei explicar qual a origem, quem são e o que fazem os Salesianos Cooperadores.
São João Bosco teve como missão de vida a salvação da juventude. Para tanto juntou pessoas de boa vontade e com vontade de trabalhar e fundou um grupo que mais tarde viria a ser uma das maiores congregações religiosas da Igreja Católica, os Salesianos de Dom Bosco (SDB). Para o cuidado com a juventude feminina, ao lado de Maria Mazarello, fez nascer as Filhas de Maria Auxiliadora. O projeto original de Dom Bosco era que sua congregação fosse formada também por membros exteriores que não fazendo os votos tivessem o mesmo comprometimento dos internos, a saber, o cuidado com a juventude e com as classes populares.
Na época, a Santa Sé não permitiu a Dom Bosco incluir um capítulo nas constituições sobre os salesianos externos (os Cooperadores). Com isso, Dom Bosco resolve criar um grupo a mais, o terceiro ramo da família Salesiana, os Salesianos Cooperadores, cujo superior é o mesmo dos Salesianos, o Reitor –Mor.
Hoje, os Salesianos Cooperadores (SSCC) formam um grupo de leigos aprovado pela Igreja Católica. O Salesiano Cooperador é um leigo que em seu cotidiano de família, trabalho e amigos, busca a própria santificação e a cristianização do mundo através do carisma salesiano. Nossa associação é regida pelo Projeto de Vida Apostólica (PVA), texto que regula o funcionamento da associação e mostra que caminho deve seguir o Salesiano Cooperador dentro da Igreja e na sociedade.
No mundo todo os Salesianos Cooperadores são mais de 35000 pessoas engajadas em várias obras para a educação juvenil e assistência às camadas populares. No nordeste brasileiro possuímos 19 centros de Salesianos Cooperadores.
O Salesiano Cooperador pode prestar seu serviço em diversos âmbitos da Igreja, da família salesiana e da sociedade. Na Igreja o Salesiano Cooperador trabalha nas diversas pastorais. Existem também Salesianos Cooperadores ordenados, que em sua vocação específica levam o jeito de ser salesiano em sua bagagem pastoral. O Salesiano Cooperador pode ainda apoiar as obras de outros ramos da família salesiana, ou abrir obras próprias. Ainda no âmbito da sociedade deve buscar a justiça e apoio a projetos que beneficiem os menos favorecidos (acompanhando a Doutrina Social da Igreja).
Para tornar-se um Salesiano Cooperador basta ser alguém comprometido com a Igreja e a sociedade. A Associação dos Salesianos Cooperadores nos ajuda nesse comprometimento e nos torna parceiros de Dom Bosco que aponta para Cristo e nos impele a seguí-lo na formação do “bom cristão e honesto cidadão”. Ser um membro de nossa Associação é deixar a vocação própria secular (pessoas na sociedade, trabalho e família) amadurecer através da formação contínua, retiros, oração com os irmãos e participação mais engaja nos eventos da Família Salesiana e da Igreja. A ponto de encontrar a própria realização em ser alguém dedicado ao Cristo dentro das realidades sociais.
Para conhecer melhor a Associação dos Salesianos Cooperadores basta se dirigir a um centro local de sua preferência ou entre em contato com o Delegado da Família Salesiana na Inspetoria Pe. Antenor, ou ainda, com o coordenador dos Salesianos Cooperadores dessa inspetoria, SC Írio Coutinho.< www.salesianoscooperadores.org SC Írio Coutinho- coordenador Inspetorial SSCC do Nordeste - iriocoutinho@uol.com.br

Quem somos

Dom Bosco inspirou o início de um vasto movimento de pessoas que trabalham de diversos modos em favor da juventude.
Ele mesmo fundou não só a Sociedade de São Francisco de Sales (Salesianos de Dom Bosco), como também o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora e a Associação dos Cooperadores Salesianos.
Incluindo estes e outros que surgiram em diversas partes do mundo, a Família Salesiana compreende hoje 26 grupos oficialmente reconhecidos com um total de 402.500 membros.
Esses grupos vivem em comunhão recíproca, compartilham o mesmo espírito e continuam a missão iniciada por ele com vocações especificamente distintas.
O carisma de Dom Bosco continua a inspirar pessoas de boa vontade. Existem atualmente outros 30 grupos que desejam ser membros da Família Salesiana

Veja grupos da Família Salesiana, clique aqui

SALESIANIDADE - Subsídios para os formadores

IDENTIDADE E ESPIRITUALIDADE DOS SALESIANOS COOPERADORES

P. ANTENOR DE ANDRADE SILVA, SDB.

(Em 1876, Pio IX reconhecia de a Associação dos Cooperadores Salesianos. O novo Regulamento de Vida apostólica -RVA- foi aprovado 110 anos depois, em 09 de maio de 1986).

I – D. Bosco e os Salesianos Cooperadores

Antes de fixar uma denominação para seus colaboradores externos, não religiosos D. Bosco pensou vários anos. Foram cerca de trinta anos de dúvidas, de hesitações. O ano de 1841(a reunião dos 17) ficou marcado como o primeiro embrião de sua obra, nascida somente dezoito anos mais tarde.
Durante aqueles anos de incertezas foram os SS CC receberam as seguintes denominações:
• Promotores do Oratório de S. Francisco de Sales;
• Membros externos da congregação (ou sociedade) de S. Francisco de Sales;
• Associados à congregação de S. Francisco de Sales;
• Associados salesianos;
• Membros da União cristã;
• Membros da Associação salesiana;
• Membros da Associação das boas obras.
• “Cooperadores Salesianos” em 1876.

Co-operador (trabalhador com)

Precedendo o substantivo operador, D. Bosco juntou o prefixo Co, dando a idéia de operador, trabalhador com, para reforçar a união com a sociedade religiosa por ele fundada.
Em 1876 foi publicado em Albenga (cidade italiana na Ligúria) um Regulamento. Na introdução do texto lia-se:

«Ao leitor. Apenas começou a Obra dos Oratórios em 1841, logo alguns pios zelosos sacerdotes e leigos vieram ajudar a cultivar a messe que desde então se apresentava copiosa em meio aos jovens periclitantes. Estes Colaboradores ou Cooperadores foram sempre o sustentáculo das Obras Pias que a Divina Providencia nos colocava nas mãos».

O termo cooperador para D. Bosco envolvia três conceitos:
1. Uma associação.
2. Uma associação com a Congregação.
3. Uma associação salesiana, em vista de uma determinada ação apostólica, de acordo com o carisma salesiano.
D. Bosco pensou durante muito tempo em ligar os CC SS à Sociedade por ele fundada. Pouco antes da aprovação nas Constituições salesianas, havia um capitulo dedicado aos membros externos da Congregação. Na sua primeira redação (cerca de 1860), podia-se ler:
1. Qualquer pessoa, mesmo vivendo em sua casa, no seio da própria família pode pertencer à nossa Sociedade.
2. Eles não fazem nenhum voto, mas procurarão colocar em pratica a parte do presente regulamento que é compatível com sua idade e condição.
3. Para participara dos bens espirituais da Sociedade é necessário que se faça ao menos uma promessa ao Reitor Mor de empregar suas posses e suas energias da maneira que ele julgue que é para a maior glória de Deus.
4. Esta promessa não traz nenhuma obrigação, nem mesmo venial.

II – Identidade dos SS CC

* Um assunto de capital importância para qualquer organização é descobrir qual sua verdadeira identidade. Em nosso caso de Família Salesiana devemos procurar descobrir qual a idéia original de D. Bosco a nosso respeito.
Diante das forças do mal unidas e agressivas nosso Fundador quis reunir:

«um verdadeiro exército de apóstolos, unidos e disciplinados que se engajasse decididamente na salvação da juventude em perigo».

Um grupo destes apóstolos resolveram permanecer, vivendo em comum “estavelmente” com D. Bosco em Turim, ajudando-o no Oratório. Outros segundo o caminho normal a todos os cristãos, vivendo em suas casas, exerciam o apostolado, seguindo as orientações de Valdocco, de acordo com suas condições e possibilidades de cada um.

Vejamos pois, o que são os Salesianos Cooperadores e o que não são.

O que não são os SS CC.

a) Não se trata de membros de uma associação qualquer, pois fazem parte da Igreja, através dos Salesianos. Na Igreja de Cristo encontramos uma infinidade de organizações que não têm ligação especial com a Congregação. Eles têm seu chefe e orientador maior na pessoa do Superior Geral dos Salesianos.
b) Há pessoas generosas que doam parte de suas riquezas para obras da Igreja ou outras instituições. São benfeitores ou filantropos. Hoje, os SS CC não são mais considerados nestas categorias, embora a Congregação lhes agradeça, quando eles ajudam seus projetos e missões pelo mundo. Pode-se ser benfeitor sem estar preso a um regulamento, sem fazer parte de um grupo social.
c) Não são pessoas que faze parte da boa idade, aposentadas e que resolveram entregar aos SDBs/FMA parte de suas economias. Ou que desejam ser amigos dos mesmos, cultuar seus santos, participar das práticas de piedade ou dos movimentos salesianos. Tudo isso são práticas louváveis, mas não individualizam o SS CC, não preenchem os requisitos do RVA.
c) Os CC SS não são pessoas nossas amigas ou mesmo que atuem, segundo o carisma salesiano, que trabalhem no meio dos jovens pobres e abandonados e os promovem com sua presença. Mesmo que sejam dirigidos, ou de alguma maneira, tenham algum contato com SDBs/FMA, até mesmo espiritualmente.

Quem são os SS CC

a) No RVA lê-se que eles são «verdadeiros Salesianos no mundo» .
O Salesiano Cooperador é alguém que conhecendo o projeto apostólico de D. Bosco procura vivencia-lo no mundo leigo em que vive e trabalha. Deve ser, portanto um cristão que procure traduzir na sua vida o Evangelho como D. Bosco o fez, de modo especial, voltado para os jovens pobres e abandonados. O SS CC deve:
• Seguir o carisma salesiano, trabalhando fraterna e associadamente na missão juvenil e popular;
• Sentir-se unido com toda a Família Salesiana;
• Procurar em sua atividade o bem da Igreja e da sociedade;
• Adaptar-se às próprias condições e possibilidades concretas.
Todas estas atividades, segundo D. Bosco, são próprias da Associação do SS CCC, tanto para os leigos como para o clero secular (Cf.art. 4º).
A vocação do CC SS é um dom, mas é também uma opção livre de cada um. Vejamos o que se diz no RVA:

«Comprometer-se como Cooperador é responder à vocação salesiana, assumindo um modo específico de viver o Evangelho e de participar da missão da Igreja. É ao mesmo tempo, dom e opção livre, que qualifica a existência» .

O CGE aponta quatro características importantes para a identidade do SS CC:
1. É um verdadeiro salesiano no mundo. Um leigo ou sacerdote que mesmo sem a profissão dos religiosos procura a santidade dedicando-se ao apostolado juvenil e popular. A comunhão com a Congregação e a Igreja local são inseparáveis.
2. Sua vocação é essencialmente um chamado para servir à Igreja. Não se trata simplesmente de um serviço à Congregação, mas à Igreja nas inúmeras necessidades e ocasiões que aparecem. O Cooperador tem como

«verdadeiro fim trabalhar diretamente para o serviço da Igreja, dos bispos, dos párocos, sob a orientação responsável dos salesianos” Vós sois “instrumentos na mão dos Bispos”»

3. O Sistema Preventivo Salesiano requer sempre a presença diante de quem recebe um serviço. Está sempre vigilante «onde quer que haja um mal a impedir e um bem a promover».
4. O serviço salesiano deve ser realizado na unidade.
Dom Bosco não se cansava de insistir no trabalho em conjunto, na “união dos cristãos para apoiar e promover o bem, impedir e neutralizar o mal”. Todos trabalhando unidos conseguirão a conseqüente eficácia apostólica. Devemos

«unir as forças entre nós e com oda a Congregação. Unamo-nos, pois, olhando para o mesmo fim e utilizando os mesmos meios para o alcançar...Unamo-nos como uma única família com os vínculos do amor fraterno» .




Benfeitores da Congregação. Até à Segunda Guerra Mundial os Cooperadores Salesianos foram praticamente benfeitores da Congregação. Isso, não obstante os superiores encarregados se esforçarem para modificar o entendimento que se tinha a respeito.
Os diretores salesianos reunidos em 1926 (Valsalice) formularam a seguinte declaração:

«Chamam-se Cooperadores Salesianos aqueles que desejam se ocuparem de obras de caridade, não em geral, mas em espécie, de acordo e segundo o espírito da Congregação de Sc Francisco de Sales. Os Cooperadores porem, se diferenciam dos simples benfeitores. Nem mesmo devem se considerar como uma Fraternidade ou Associação religiosa».


Pio XII em um discurso programático (12 de setembro de 1922) inscreveu a União dos Cooperadores nas associações do laicato católico. O Vat. II (1962-1965), observando que o Regulamento era o mesmo, desde os tempos de D. Bosco, estimulou sua revisão.
Assim surgiu um Novo Regulamento apresentado de forma experimental em 1974. Estudado, emendado e melhorado recebeu o nome de «Regulamento de Vida Apostólica da Associação dos Cooperadores Salesianos». Conhecido como RVA foi aprovado pela Santa Sé, em 9 de maio de 1986 e promulgado pelo Pe. Egidio Viganò no dia 24 de maio daquele ano, dia mundial salesiano de Nossa Senhora Auxiliadora.
A imagem renovada do SS CC, delineando sua identidade, tem pelo menos três características importantes com respeito ao seu espírito, à sua missão e à organização da Associação.
Eis como o RVA delineia a figura do SS CC.
«O Cooperador é um católico que vive a sua fé inspirando-se, dentro da própria realidade secular, no projeto apostólico de Dom Bosco:
- empenha-se na mesma missão juvenil e popular, de maneira fraterna e associada;
- sente viva a comunhão com os outros membros da Família Salesiana;
- trabalha para o bem da Igreja e da sociedade;
- de maneira adequada à própria condição e às suas possibilidades concretas».
Ao procurarmos descobrir as primeiras intenções de D. Bosco sobre o Cooperador veremos que seus coadjuvantes eram cristãos e católicos, verdadeiros salesianos no mundo, não tinham votos religiosos e podiam ser leigos ou sacerdotes. Qualquer outra pessoa, amiga ou admiradora do santo, mas que não estivesse dentro destas categorias, mesmo colaborando com os Cooperadores, estaria fora da Associação, que gozava de foros públicos e eclesiais.
O mesmo Regulamento dos Cooperadores fala de uma única vocação vivida de dois modos.
«D. Bosco concebeu a Associação dos Cooperadores aberta quer aos leigos, quer ao clero secular.
O Cooperador leigo concretiza seu compromisso e vive o espírito salesiano nas situações ordinárias de vida e de trabalho, com sensibilidade e características laicais,s e difunde seus valores no próprio ambiente.
O Cooperador sacerdote ou diácono desempenha o próprio ministério inspirando-se em Dom Bosco, modelo eminente de vida sacerdotal. Nas opções pastorais dá preferência aos jovens e aos ambientes populares, enriquecendo dessa maneira, a Igreja na qual trabalha».


O SS CC deve lembrar que ao entrar e viver na Associação seu compromisso é apostólico. A promessa que ele faz exprime claramente esta idéia. Prometo empenhar-me em viver o Projeto evangélico da Associação dos Cooperadores Salesianos, isto é:
• Ser fiel discípulo de Cristo na Igreja Católica;
• Trabalhar no vosso reino, especialmente pela promoção e pela salvação dos jovens;
• Aprofundar e testemunhar o espírito salesiano;
• E colaborar, em comunhão de Família, nas iniciativas apostólicas da Igreja local.

Os SS CC são para D. Bosco apóstolos cristãos no século, no mundo em que vivem. Realizam seus compromissos no meio de suas tarefas cotidianas.

«O Cooperador realiza o seu apostolado, em primeiro lugar, nos empenhos diários. Quer seguir Jesus Cristo, Homem perfeito, enviado pelo Pai para servir os homens, no mundo. Para isso tende a realizar, nas condições ordinárias de vida, o ideal evangélico do amor de Deus e ao próximo. E o faz animado pelo espírito salesiano e dando em toda a parte uma atenção preferencial à juventude necessitada».

O artigo 9º (RVA) refere-se ao Cooperador casado, que sabendo que os pais são os «primeiros educadores dos filhos», procura “construir uma comunhão matrimonial profunda”, uma “Igreja doméstica”.

II – Identidade dos SS CC

Benfeitores da Congregação. Até à Segunda Guerra Mundial os Cooperadores Salesianos foram praticamente benfeitores da Congregação. Isso, não obstante os superiores encarregados se esforçarem para modificar o entendimento que se tinha a respeito.
Os diretores salesianos reunidos em 1926 (Valsalice) formularam a seguinte declaração:

«Chamam-se Cooperadores Salesianos aqueles que desejam se ocuparem de obras de caridade, não em geral, mas em espécie, de acordo e segundo o espírito da Congregação de Sc Francisco de Sales. Os Cooperadores porem, se diferenciam dos simples benfeitores. Nem mesmo devem se considerar como uma Fraternidade ou Associação religiosa».


Pio XII em um discurso programático (12 de setembro de 1922) inscreveu a União dos Cooperadores nas associações do laicato católico. O Vat. II (1962-1965), observando que o Regulamento era o mesmo, desde os tempos de D. Bosco, estimulou sua revisão.
Assim surgiu um Novo Regulamento apresentado de forma experimental em 1974. Estudado, emendado e melhorado recebeu o nome de «Regulamento de Vida Apostólica da Associação dos Cooperadores Salesianos». Conhecido como RVA foi aprovado pela Santa Sé, em 9 de maio de 1986 e promulgado pelo Pe. Egidio Viganò no dia 24 de maio daquele ano, dia mundial salesiano de Nossa Senhora Auxiliadora.
A imagem renovada do SS CC, delineando sua identidade, tem pelo menos três características importantes com respeito ao seu espírito, à sua missão e à organização da Associação.
Eis como o RVA delineia a figura do SS CC.
«O Cooperador é um católico que vive a sua fé inspirando-se, dentro da própria realidade secular, no projeto apostólico de Dom Bosco:
- empenha-se na mesma missão juvenil e popular, de maneira fraterna e associada;
- sente viva a comunhão com os outros membros da Família Salesiana;
- trabalha para o bem da Igreja e da sociedade;
- de maneira adequada à própria condição e às suas possibilidades concretas».
Ao procurarmos descobrir as primeiras intenções de D. Bosco sobre o Cooperador veremos que seus coadjuvantes eram cristãos e católicos, verdadeiros salesianos no mundo, não tinham votos religiosos e podiam ser leigos ou sacerdotes. Qualquer outra pessoa, amiga ou admiradora do santo, mas que não estivesse dentro destas categorias, mesmo colaborando com os Cooperadores, estaria fora da Associação, que gozava de foros públicos e eclesiais.
O mesmo Regulamento dos Cooperadores fala de uma única vocação vivida de dois modos.
«D. Bosco concebeu a Associação dos Cooperadores aberta quer aos leigos, quer ao clero secular.
O Cooperador leigo concretiza seu compromisso e vive o espírito salesiano nas situações ordinárias de vida e de trabalho, com sensibilidade e características laicais,s e difunde seus valores no próprio ambiente.
O Cooperador sacerdote ou diácono desempenha o próprio ministério inspirando-se em Dom Bosco, modelo eminente de vida sacerdotal. Nas opções pastorais dá preferência aos jovens e aos ambientes populares, enriquecendo dessa maneira, a Igreja na qual trabalha».


O SS CC deve lembrar que ao entrar e viver na Associação seu compromisso é apostólico. A promessa que ele faz exprime claramente esta idéia. Prometo empenhar-me em viver o Projeto evangélico da Associação dos Cooperadores Salesianos, isto é:
• Ser fiel discípulo de Cristo na Igreja Católica;
• Trabalhar no vosso reino, especialmente pela promoção e pela salvação dos jovens;
• Aprofundar e testemunhar o espírito salesiano;
• E colaborar, em comunhão de Família, nas iniciativas apostólicas da Igreja local.

Os SS CC são para D. Bosco apóstolos cristãos no século, no mundo em que vivem. Realizam seus compromissos no meio de suas tarefas cotidianas.

«O Cooperador realiza o seu apostolado, em primeiro lugar, nos empenhos diários. Quer seguir Jesus Cristo, Homem perfeito, enviado pelo Pai para servir os homens, no mundo. Para isso tende a realizar, nas condições ordinárias de vida, o ideal evangélico do amor de Deus e ao próximo. E o faz animado pelo espírito salesiano e dando em toda a parte uma atenção preferencial à juventude necessitada».

O artigo 9º (RVA) refere-se ao Cooperador casado, que sabendo que os pais são os «primeiros educadores dos filhos», procura “construir uma comunhão matrimonial profunda”, uma “Igreja doméstica”.


• Responsabilidades sociais.
Fiel ao Evangelho de Cristo, o SS CC ator no mundo procura construir uma consciência realmente cristã, assumindo suas responsabilidades diante da sociedade, da cultura, da economia e da política. Seu trabalho deve ser constante diante das injustiças, das violências, das marginalizações, das falcatruas. A verdade, a liberdade, a justiça, a formação da consciência dos jovens, sua educação para a fé devem ser preocupação constantes de todos os membros da FS. Assim, encarnando os ensinamentos do Cristo Ressuscitado poderão formar «Homens Novos» para criarem um Novo Mundo (Cfr, RVA. art,17).
Devem se interessar também na promoção da pastoral vocacional, auxiliados em todos os campos de suas atividades pelo Diretor local da obra.


Algumas características do CC SS.

Ao examinarmos as citações acima, notamos que elas se integram entre si.

1. A identidade cristã-eclesial. O SS CC é um batizado, membro do povo de Deus e da Igreja católica. Está portanto, em comunhão com o Corpo de Cristo e sues Pastores. Nesta situação ele assumirá seus compromissos cristãos, segundo as orientações do dos documentos do Vat. II. Desenvolve sua missão como prova e expressão de fidelidade ao Evangelho no espírito das Bem-aventuranças. (cfr.A.A.n°2, 3 ss).
2. A Identidade secular. Ele é antes de tudo um leigo. Batizado e crismado chamado a viver no mundo com tarefas seculares, seno que a primeira é a animação cristã salesiana, (porque ele é Salesiano), das realidades temporais.
3. A identidade salesiana. É um batizado leigo, chamado pelo Espírito a viver sua eclesialidade (pertença viva à Igreja) e secularidade (dimensão transformadora das realidades secular mundana) na missão e com o espírito de D. Bosco, fazendo parte da família. Deste modo torna-se um verdadeiro salesiano no mundo: os valores do espírito salesiano devem ser considerados e assumidos e vividos em sua consciência e na sua vida.
Sua especificidade salesiana se desenvolve, cresce em referencia existencial com o mundo secular.
4. A dimensão apostólica. D. Bosco ensinava que esta Associação é considerada como uma Ordem Terceira dos antigos, com a diferença de que naquelas propunha-se a perfeição cristã no exercício da piedade; aqui tem-se como fim principal a vida ativa no exercício da caridade para como próximo e especialmente para com a juventude em perigo.
No Cap. IV do RVA encontram-se uma serie de atividades, onde o SS CC pode desenvolver seu carisma salesiano. Quem pode dar mais, faça-o. Quem pode dar menos não se omita. O menos pode ser até mais para Deus. Lembremos o exemplo da velhinha do Evangelho, elogiada por Jesus.
O CGE indica alguns campos em que o SS CC pode atuar:
• O trabalho nos setores em que a juventude atual mais necessitada se encontra de auxilio, quer social quer espiritualmente;
• A preocupação pelos problemas que dizem respeito à família em geral e em particular à educação dos jovens para o matrimônio;
• O trabalho catequético sério, em formas atuais e com os meios correspondentes às exigências da nossa sociedade secularizada;
• A procura e a promoção de vocações sacerdotais, religiosas e leigas, especialmente missionárias;
• O esforço pela justiça no mundo, exercitado oportunamente e mediante formas diversas política e socialmente possíveis;
• A plena inserção nos movimentos apostólicos mundiais, especialmente naqueles que têm em vista o serviço da juventude;
• A promoção e a valorização cristã dos meios de comunicação social.
De acordo com os tempos e lugares poderão surgir ainda outras tarefas que podereis realizar segundo vosso carisma e disponibilidade.
5. A integração fundamental. Sabemos que o projeto apostólico é único: a salvação dos jovens. Isso o Cooperador procura desenvolver de acordo com a situação de cada um e suas respectivas possibilidade. Para desenvolver esta missão ele/a trabalham de acordo com o pensar e agir dos SDB e FMA (Cfr. Reg. de Dom Bosco, III).
- Empenhando-se na missão da juventude e na missão popular de forma pessoal, fraterna e associada.
- Sentindo viva a comunhão com os outros membros da FS, especialmente com os SDB e FMA.
- Trabalhando para o bem da Igreja e da sociedade. Em sua atividade procura se inserir como fermento na massa.
- Adaptando-se à sua condição e situação, afastando assim qualquer tipo de descriminação.
- Agindo como cooperador faz de tal modo que oferece um verdadeira contribuição original (os valores de sua laicidade) à FS, especialmente aos SDB.
6. A dimensão associativa. Está bastante clara no RVA.
- A vocação do SS CC tem uma dimensão essencial, a união. Ele deve se convencer dessa realidade. Jamais deve ser alguém isolado: trabalha sempre em comunhão e colaboração, de forma fraterna associada (art.3).
- Trata-se de uma fraternidade carismática: o E. Santo conserva unidos aqueles aos quais chamou e neste particular todos os membros da FS experimentam como autênticos os laços recíprocos.
- Imprescindíveis: a comunhão, a participação, a co-responsabilidade, a partilha, as trocas de experiências. Nesta atividade, de acordo com o Regulamento o cooperador está sempre crescendo, juntamente.
- O Centro local é um lugar de comunhão de trocas de experiência de vida espiritual, de trabalho apostólico e assim se torna também um lugar de formação permanente. É através do Centro que o SS CC se coloca em comunhão com todas as Inspetorias Salesianas em nível do país e do mundo (encontros, Congressos, meios de comunicação social).

III - O espírito e a espiritualidade do SS CC.

Além dos valores evangélicos, comuns à vivência de todo cristão, a situação secular laical do Cooperador deve considerar a experiência de vida cristã e salesiana em relação com o mundo, com os irmãos (comunhão com a Igreja) com Deus em Cristo (dimensão interior).
- É a mística do “da mihi animas” que anima e orienta as atividades apostólicas do SS CC. Ele conserva o estilo típico salesiano através da formação, oração e união com Deus.
- Espírito e espiritualidade tocam profundamente o coração do Cooperador até mesmo nos comportamentos mais simples e cotidianos. Claro que nem todos podem atender as atividades descritas acima (dimensão apostólica), mas devem viver e agir com estilo próprio da salesianidade (cfr. A.A. n°4). O espírito é a expressão do carisma, uma realidade ampla e profunda que abarca a totalidade da pessoa e da vida. Os SS CC mostra ao mundo uma realidade nova e original dentro da Igreja. Um modo típico de traduzir e viver a espiritualidade evangélica segundo o espírito salesiano. Vivida no século, no mundo.

• Uma escola de santidade
Nas Memórias Biográficas D. Bosco afirma que a Associação dos Cooperadores «é criada para sacudir da apatia em que jazem tantos cristãos, e difundir a energia da caridade... O Senhor acompanha com abundância de suas graças todos os que tabalham no espírito do “da mihi animas”, fazendo o bem à juventude, isso é, preparando bons cristãos e honestos cidadãos para a sociedade». (Art. 50).
Uma olhada pelo mundo salesiano e notaremos que não são poucas as pessoas que optam pelo estilo de vida dos SS CC.
Há cerca de treze anos (1997), saía na França uma espécie de propaganda (depliant) explicando porque as pessoas procuravam se engajar no estilo de vida dos SS CC. Lia-se no texto:
«Amo os jovens. Sus aspirações me interpelam e escolhi estar vizinhos a eles. Preciso de uma pedagogia moderna e de uma espiritualidade que me enriqueça. Frequentemente encontro outros leigos, salesianos religiosos, irmãs salesianas, em meio à Família Salesiana, lugar de troca, de partilha, de reflexão, de trabalho e de oração».

O objetivo de D. Bosco fundando a F. Salesiana era levar à santidade não só aos diversos grupos, mas também aos destinatários da mesma. O Cooperador não estava fora desta visão bosquiana e em nosso tempo deve continuar ainda, olhando, remando para o alto. Nesta caminhada ele vai perseguindo «um caminho eu leva à santidade». O Senhor, dono da messe, certamente vai seguindo e cumulando com suas graças todos os que trabalham dentro do espírito do “da mihi animas”. A tarefa de preparar bons cristãos para a Igreja e honestos cidadãos para a sociedade terá sempre o apoio e as bênçãos da Mãe e Mestra e de seu Filho.

Fontes:
• CGE XX, 493 ss ROMA,1971.
• RVA.
• Spiritualità Salesiana, cento parole chiave. Francis Desramaut, LAS-ROMA, 2001.1.

SALESIANIDADE - Subsídios para os formadores da Família Salesina (SSCC)

IDENTIDADE E ESPIRITUALIDADE DOS SALESIANOS COOPERADORES]

P. ANTENOR DE ANDRADE SILVA, SDB.

(Em 1876, Pio IX reconhecia de a Associação dos Cooperadores Salesianos. O novo Regulamento de Vida apostólica -RVA- foi aprovado 110 anos depois, em 09 de maio de 1986).

I – D. Bosco e os Salesianos Cooperadores

Antes de fixar uma denominação para seus colaboradores externos, não religiosos D. Bosco pensou vários anos. Foram cerca de trinta anos de dúvidas, de hesitações. O ano de 1841(a reunião dos 17) ficou marcado como o primeiro embrião de sua obra, nascida somente dezoito anos mais tarde.
Durante aqueles anos de incertezas foram os SS CC receberam as seguintes denominações:
• Promotores do Oratório de S. Francisco de Sales;
• Membros externos da congregação (ou sociedade) de S. Francisco de Sales;
• Associados à congregação de S. Francisco de Sales;
• Associados salesianos;
• Membros da União cristã;
• Membros da Associação salesiana;
• Membros da Associação das boas obras.
• “Cooperadores Salesianos” em 1876.

Co-operador (trabalhador com)

Precedendo o substantivo operador, D. Bosco juntou o prefixo Co, dando a idéia de operador, trabalhador com, para reforçar a união com a sociedade religiosa por ele fundada.
Em 1876 foi publicado em Albenga (cidade italiana na Ligúria) um Regulamento. Na introdução do texto lia-se:

«Ao leitor. Apenas começou a Obra dos Oratórios em 1841, logo alguns pios zelosos sacerdotes e leigos vieram ajudar a cultivar a messe que desde então se apresentava copiosa em meio aos jovens periclitantes. Estes Colaboradores ou Cooperadores foram sempre o sustentáculo das Obras Pias que a Divina Providencia nos colocava nas mãos».

O termo cooperador para D. Bosco envolvia três conceitos:
1. Uma associação.
2. Uma associação com a Congregação.
3. Uma associação salesiana, em vista de uma determinada ação apostólica, de acordo com o carisma salesiano.
D. Bosco pensou durante muito tempo em ligar os CC SS à Sociedade por ele fundada. Pouco antes da aprovação nas Constituições salesianas, havia um capitulo dedicado aos membros externos da Congregação. Na sua primeira redação (cerca de 1860), podia-se ler:
1. Qualquer pessoa, mesmo vivendo em sua casa, no seio da própria família pode pertencer à nossa Sociedade.
2. Eles não fazem nenhum voto, mas procurarão colocar em pratica a parte do presente regulamento que é compatível com sua idade e condição.
3. Para participara dos bens espirituais da Sociedade é necessário que se faça ao menos uma promessa ao Reitor Mor de empregar suas posses e suas energias da maneira que ele julgue que é para a maior glória de Deus.
4. Esta promessa não traz nenhuma obrigação, nem mesmo venial.

II – Identidade dos SS CC

* Um assunto de capital importância para qualquer organização é descobrir qual sua verdadeira identidade. Em nosso caso de Família Salesiana devemos procurar descobrir qual a idéia original de D. Bosco a nosso respeito.
Diante das forças do mal unidas e agressivas nosso Fundador quis reunir:

«um verdadeiro exército de apóstolos, unidos e disciplinados que se engajasse decididamente na salvação da juventude em perigo».

Um grupo destes apóstolos resolveram permanecer, vivendo em comum “estavelmente” com D. Bosco em Turim, ajudando-o no Oratório. Outros segundo o caminho normal a todos os cristãos, vivendo em suas casas, exerciam o apostolado, seguindo as orientações de Valdocco, de acordo com suas condições e possibilidades de cada um.

Vejamos pois, o que são os Salesianos Cooperadores e o que não são.

O que não são os SS CC.

a) Não se trata de membros de uma associação qualquer, pois fazem parte da Igreja, através dos Salesianos. Na Igreja de Cristo encontramos uma infinidade de organizações que não têm ligação especial com a Congregação. Eles têm seu chefe e orientador maior na pessoa do Superior Geral dos Salesianos.
b) Há pessoas generosas que doam parte de suas riquezas para obras da Igreja ou outras instituições. São benfeitores ou filantropos. Hoje, os SS CC não são mais considerados nestas categorias, embora a Congregação lhes agradeça, quando eles ajudam seus projetos e missões pelo mundo. Pode-se ser benfeitor sem estar preso a um regulamento, sem fazer parte de um grupo social.
c) Não são pessoas que faze parte da boa idade, aposentadas e que resolveram entregar aos SDBs/FMA parte de suas economias. Ou que desejam ser amigos dos mesmos, cultuar seus santos, participar das práticas de piedade ou dos movimentos salesianos. Tudo isso são práticas louváveis, mas não individualizam o SS CC, não preenchem os requisitos do RVA.
c) Os CC SS não são pessoas nossas amigas ou mesmo que atuem, segundo o carisma salesiano, que trabalhem no meio dos jovens pobres e abandonados e os promovem com sua presença. Mesmo que sejam dirigidos, ou de alguma maneira, tenham algum contato com SDBs/FMA, até mesmo espiritualmente.

Quem são os SS CC

a) No RVA lê-se que eles são «verdadeiros Salesianos no mundo» .
O Salesiano Cooperador é alguém que conhecendo o projeto apostólico de D. Bosco procura vivencia-lo no mundo leigo em que vive e trabalha. Deve ser, portanto um cristão que procure traduzir na sua vida o Evangelho como D. Bosco o fez, de modo especial, voltado para os jovens pobres e abandonados. O SS CC deve:
• Seguir o carisma salesiano, trabalhando fraterna e associadamente na missão juvenil e popular;
• Sentir-se unido com toda a Família Salesiana;
• Procurar em sua atividade o bem da Igreja e da sociedade;
• Adaptar-se às próprias condições e possibilidades concretas.
Todas estas atividades, segundo D. Bosco, são próprias da Associação do SS CCC, tanto para os leigos como para o clero secular (Cf.art. 4º).
A vocação do CC SS é um dom, mas é também uma opção livre de cada um. Vejamos o que se diz no RVA:

«Comprometer-se como Cooperador é responder à vocação salesiana, assumindo um modo específico de viver o Evangelho e de participar da missão da Igreja. É ao mesmo tempo, dom e opção livre, que qualifica a existência» .

O CGE aponta quatro características importantes para a identidade do SS CC:
1. É um verdadeiro salesiano no mundo. Um leigo ou sacerdote que mesmo sem a profissão dos religiosos procura a santidade dedicando-se ao apostolado juvenil e popular. A comunhão com a Congregação e a Igreja local são inseparáveis.
2. Sua vocação é essencialmente um chamado para servir à Igreja. Não se trata simplesmente de um serviço à Congregação, mas à Igreja nas inúmeras necessidades e ocasiões que aparecem. O Cooperador tem como

«verdadeiro fim trabalhar diretamente para o serviço da Igreja, dos bispos, dos párocos, sob a orientação responsável dos salesianos” Vós sois “instrumentos na mão dos Bispos”»

3. O Sistema Preventivo Salesiano requer sempre a presença diante de quem recebe um serviço. Está sempre vigilante «onde quer que haja um mal a impedir e um bem a promover».
4. O serviço salesiano deve ser realizado na unidade.
Dom Bosco não se cansava de insistir no trabalho em conjunto, na “união dos cristãos para apoiar e promover o bem, impedir e neutralizar o mal”. Todos trabalhando unidos conseguirão a conseqüente eficácia apostólica. Devemos

«unir as forças entre nós e com oda a Congregação. Unamo-nos, pois, olhando para o mesmo fim e utilizando os mesmos meios para o alcançar...Unamo-nos como uma única família com os vínculos do amor fraterno» .




Benfeitores da Congregação. Até à Segunda Guerra Mundial os Cooperadores Salesianos foram praticamente benfeitores da Congregação. Isso, não obstante os superiores encarregados se esforçarem para modificar o entendimento que se tinha a respeito.
Os diretores salesianos reunidos em 1926 (Valsalice) formularam a seguinte declaração:

«Chamam-se Cooperadores Salesianos aqueles que desejam se ocuparem de obras de caridade, não em geral, mas em espécie, de acordo e segundo o espírito da Congregação de Sc Francisco de Sales. Os Cooperadores porem, se diferenciam dos simples benfeitores. Nem mesmo devem se considerar como uma Fraternidade ou Associação religiosa».


Pio XII em um discurso programático (12 de setembro de 1922) inscreveu a União dos Cooperadores nas associações do laicato católico. O Vat. II (1962-1965), observando que o Regulamento era o mesmo, desde os tempos de D. Bosco, estimulou sua revisão.
Assim surgiu um Novo Regulamento apresentado de forma experimental em 1974. Estudado, emendado e melhorado recebeu o nome de «Regulamento de Vida Apostólica da Associação dos Cooperadores Salesianos». Conhecido como RVA foi aprovado pela Santa Sé, em 9 de maio de 1986 e promulgado pelo Pe. Egidio Viganò no dia 24 de maio daquele ano, dia mundial salesiano de Nossa Senhora Auxiliadora.
A imagem renovada do SS CC, delineando sua identidade, tem pelo menos três características importantes com respeito ao seu espírito, à sua missão e à organização da Associação.
Eis como o RVA delineia a figura do SS CC.
«O Cooperador é um católico que vive a sua fé inspirando-se, dentro da própria realidade secular, no projeto apostólico de Dom Bosco:
- empenha-se na mesma missão juvenil e popular, de maneira fraterna e associada;
- sente viva a comunhão com os outros membros da Família Salesiana;
- trabalha para o bem da Igreja e da sociedade;
- de maneira adequada à própria condição e às suas possibilidades concretas».
Ao procurarmos descobrir as primeiras intenções de D. Bosco sobre o Cooperador veremos que seus coadjuvantes eram cristãos e católicos, verdadeiros salesianos no mundo, não tinham votos religiosos e podiam ser leigos ou sacerdotes. Qualquer outra pessoa, amiga ou admiradora do santo, mas que não estivesse dentro destas categorias, mesmo colaborando com os Cooperadores, estaria fora da Associação, que gozava de foros públicos e eclesiais.
O mesmo Regulamento dos Cooperadores fala de uma única vocação vivida de dois modos.
«D. Bosco concebeu a Associação dos Cooperadores aberta quer aos leigos, quer ao clero secular.
O Cooperador leigo concretiza seu compromisso e vive o espírito salesiano nas situações ordinárias de vida e de trabalho, com sensibilidade e características laicais,s e difunde seus valores no próprio ambiente.
O Cooperador sacerdote ou diácono desempenha o próprio ministério inspirando-se em Dom Bosco, modelo eminente de vida sacerdotal. Nas opções pastorais dá preferência aos jovens e aos ambientes populares, enriquecendo dessa maneira, a Igreja na qual trabalha».


O SS CC deve lembrar que ao entrar e viver na Associação seu compromisso é apostólico. A promessa que ele faz exprime claramente esta idéia. Prometo empenhar-me em viver o Projeto evangélico da Associação dos Cooperadores Salesianos, isto é:
• Ser fiel discípulo de Cristo na Igreja Católica;
• Trabalhar no vosso reino, especialmente pela promoção e pela salvação dos jovens;
• Aprofundar e testemunhar o espírito salesiano;
• E colaborar, em comunhão de Família, nas iniciativas apostólicas da Igreja local.

Os SS CC são para D. Bosco apóstolos cristãos no século, no mundo em que vivem. Realizam seus compromissos no meio de suas tarefas cotidianas.

«O Cooperador realiza o seu apostolado, em primeiro lugar, nos empenhos diários. Quer seguir Jesus Cristo, Homem perfeito, enviado pelo Pai para servir os homens, no mundo. Para isso tende a realizar, nas condições ordinárias de vida, o ideal evangélico do amor de Deus e ao próximo. E o faz animado pelo espírito salesiano e dando em toda a parte uma atenção preferencial à juventude necessitada».

O artigo 9º (RVA) refere-se ao Cooperador casado, que sabendo que os pais são os «primeiros educadores dos filhos», procura “construir uma comunhão matrimonial profunda”, uma “Igreja doméstica”.

II – Identidade dos SS CC

Benfeitores da Congregação. Até à Segunda Guerra Mundial os Cooperadores Salesianos foram praticamente benfeitores da Congregação. Isso, não obstante os superiores encarregados se esforçarem para modificar o entendimento que se tinha a respeito.
Os diretores salesianos reunidos em 1926 (Valsalice) formularam a seguinte declaração:

«Chamam-se Cooperadores Salesianos aqueles que desejam se ocuparem de obras de caridade, não em geral, mas em espécie, de acordo e segundo o espírito da Congregação de Sc Francisco de Sales. Os Cooperadores porem, se diferenciam dos simples benfeitores. Nem mesmo devem se considerar como uma Fraternidade ou Associação religiosa».


Pio XII em um discurso programático (12 de setembro de 1922) inscreveu a União dos Cooperadores nas associações do laicato católico. O Vat. II (1962-1965), observando que o Regulamento era o mesmo, desde os tempos de D. Bosco, estimulou sua revisão.
Assim surgiu um Novo Regulamento apresentado de forma experimental em 1974. Estudado, emendado e melhorado recebeu o nome de «Regulamento de Vida Apostólica da Associação dos Cooperadores Salesianos». Conhecido como RVA foi aprovado pela Santa Sé, em 9 de maio de 1986 e promulgado pelo Pe. Egidio Viganò no dia 24 de maio daquele ano, dia mundial salesiano de Nossa Senhora Auxiliadora.
A imagem renovada do SS CC, delineando sua identidade, tem pelo menos três características importantes com respeito ao seu espírito, à sua missão e à organização da Associação.
Eis como o RVA delineia a figura do SS CC.
«O Cooperador é um católico que vive a sua fé inspirando-se, dentro da própria realidade secular, no projeto apostólico de Dom Bosco:
- empenha-se na mesma missão juvenil e popular, de maneira fraterna e associada;
- sente viva a comunhão com os outros membros da Família Salesiana;
- trabalha para o bem da Igreja e da sociedade;
- de maneira adequada à própria condição e às suas possibilidades concretas».
Ao procurarmos descobrir as primeiras intenções de D. Bosco sobre o Cooperador veremos que seus coadjuvantes eram cristãos e católicos, verdadeiros salesianos no mundo, não tinham votos religiosos e podiam ser leigos ou sacerdotes. Qualquer outra pessoa, amiga ou admiradora do santo, mas que não estivesse dentro destas categorias, mesmo colaborando com os Cooperadores, estaria fora da Associação, que gozava de foros públicos e eclesiais.
O mesmo Regulamento dos Cooperadores fala de uma única vocação vivida de dois modos.
«D. Bosco concebeu a Associação dos Cooperadores aberta quer aos leigos, quer ao clero secular.
O Cooperador leigo concretiza seu compromisso e vive o espírito salesiano nas situações ordinárias de vida e de trabalho, com sensibilidade e características laicais,s e difunde seus valores no próprio ambiente.
O Cooperador sacerdote ou diácono desempenha o próprio ministério inspirando-se em Dom Bosco, modelo eminente de vida sacerdotal. Nas opções pastorais dá preferência aos jovens e aos ambientes populares, enriquecendo dessa maneira, a Igreja na qual trabalha».


O SS CC deve lembrar que ao entrar e viver na Associação seu compromisso é apostólico. A promessa que ele faz exprime claramente esta idéia. Prometo empenhar-me em viver o Projeto evangélico da Associação dos Cooperadores Salesianos, isto é:
• Ser fiel discípulo de Cristo na Igreja Católica;
• Trabalhar no vosso reino, especialmente pela promoção e pela salvação dos jovens;
• Aprofundar e testemunhar o espírito salesiano;
• E colaborar, em comunhão de Família, nas iniciativas apostólicas da Igreja local.

Os SS CC são para D. Bosco apóstolos cristãos no século, no mundo em que vivem. Realizam seus compromissos no meio de suas tarefas cotidianas.

«O Cooperador realiza o seu apostolado, em primeiro lugar, nos empenhos diários. Quer seguir Jesus Cristo, Homem perfeito, enviado pelo Pai para servir os homens, no mundo. Para isso tende a realizar, nas condições ordinárias de vida, o ideal evangélico do amor de Deus e ao próximo. E o faz animado pelo espírito salesiano e dando em toda a parte uma atenção preferencial à juventude necessitada».

O artigo 9º (RVA) refere-se ao Cooperador casado, que sabendo que os pais são os «primeiros educadores dos filhos», procura “construir uma comunhão matrimonial profunda”, uma “Igreja doméstica”.


• Responsabilidades sociais.
Fiel ao Evangelho de Cristo, o SS CC ator no mundo procura construir uma consciência realmente cristã, assumindo suas responsabilidades diante da sociedade, da cultura, da economia e da política. Seu trabalho deve ser constante diante das injustiças, das violências, das marginalizações, das falcatruas. A verdade, a liberdade, a justiça, a formação da consciência dos jovens, sua educação para a fé devem ser preocupação constantes de todos os membros da FS. Assim, encarnando os ensinamentos do Cristo Ressuscitado poderão formar «Homens Novos» para criarem um Novo Mundo (Cfr, RVA. art,17).
Devem se interessar também na promoção da pastoral vocacional, auxiliados em todos os campos de suas atividades pelo Diretor local da obra.


Algumas características do CC SS.

Ao examinarmos as citações acima, notamos que elas se integram entre si.

1. A identidade cristã-eclesial. O SS CC é um batizado, membro do povo de Deus e da Igreja católica. Está portanto, em comunhão com o Corpo de Cristo e sues Pastores. Nesta situação ele assumirá seus compromissos cristãos, segundo as orientações do dos documentos do Vat. II. Desenvolve sua missão como prova e expressão de fidelidade ao Evangelho no espírito das Bem-aventuranças. (cfr.A.A.n°2, 3 ss).
2. A Identidade secular. Ele é antes de tudo um leigo. Batizado e crismado chamado a viver no mundo com tarefas seculares, seno que a primeira é a animação cristã salesiana, (porque ele é Salesiano), das realidades temporais.
3. A identidade salesiana. É um batizado leigo, chamado pelo Espírito a viver sua eclesialidade (pertença viva à Igreja) e secularidade (dimensão transformadora das realidades secular mundana) na missão e com o espírito de D. Bosco, fazendo parte da família. Deste modo torna-se um verdadeiro salesiano no mundo: os valores do espírito salesiano devem ser considerados e assumidos e vividos em sua consciência e na sua vida.
Sua especificidade salesiana se desenvolve, cresce em referencia existencial com o mundo secular.
4. A dimensão apostólica. D. Bosco ensinava que esta Associação é considerada como uma Ordem Terceira dos antigos, com a diferença de que naquelas propunha-se a perfeição cristã no exercício da piedade; aqui tem-se como fim principal a vida ativa no exercício da caridade para como próximo e especialmente para com a juventude em perigo.
No Cap. IV do RVA encontram-se uma serie de atividades, onde o SS CC pode desenvolver seu carisma salesiano. Quem pode dar mais, faça-o. Quem pode dar menos não se omita. O menos pode ser até mais para Deus. Lembremos o exemplo da velhinha do Evangelho, elogiada por Jesus.
O CGE indica alguns campos em que o SS CC pode atuar:
• O trabalho nos setores em que a juventude atual mais necessitada se encontra de auxilio, quer social quer espiritualmente;
• A preocupação pelos problemas que dizem respeito à família em geral e em particular à educação dos jovens para o matrimônio;
• O trabalho catequético sério, em formas atuais e com os meios correspondentes às exigências da nossa sociedade secularizada;
• A procura e a promoção de vocações sacerdotais, religiosas e leigas, especialmente missionárias;
• O esforço pela justiça no mundo, exercitado oportunamente e mediante formas diversas política e socialmente possíveis;
• A plena inserção nos movimentos apostólicos mundiais, especialmente naqueles que têm em vista o serviço da juventude;
• A promoção e a valorização cristã dos meios de comunicação social.
De acordo com os tempos e lugares poderão surgir ainda outras tarefas que podereis realizar segundo vosso carisma e disponibilidade.
5. A integração fundamental. Sabemos que o projeto apostólico é único: a salvação dos jovens. Isso o Cooperador procura desenvolver de acordo com a situação de cada um e suas respectivas possibilidade. Para desenvolver esta missão ele/a trabalham de acordo com o pensar e agir dos SDB e FMA (Cfr. Reg. de Dom Bosco, III).
- Empenhando-se na missão da juventude e na missão popular de forma pessoal, fraterna e associada.
- Sentindo viva a comunhão com os outros membros da FS, especialmente com os SDB e FMA.
- Trabalhando para o bem da Igreja e da sociedade. Em sua atividade procura se inserir como fermento na massa.
- Adaptando-se à sua condição e situação, afastando assim qualquer tipo de descriminação.
- Agindo como cooperador faz de tal modo que oferece um verdadeira contribuição original (os valores de sua laicidade) à FS, especialmente aos SDB.
6. A dimensão associativa. Está bastante clara no RVA.
- A vocação do SS CC tem uma dimensão essencial, a união. Ele deve se convencer dessa realidade. Jamais deve ser alguém isolado: trabalha sempre em comunhão e colaboração, de forma fraterna associada (art.3).
- Trata-se de uma fraternidade carismática: o E. Santo conserva unidos aqueles aos quais chamou e neste particular todos os membros da FS experimentam como autênticos os laços recíprocos.
- Imprescindíveis: a comunhão, a participação, a co-responsabilidade, a partilha, as trocas de experiências. Nesta atividade, de acordo com o Regulamento o cooperador está sempre crescendo, juntamente.
- O Centro local é um lugar de comunhão de trocas de experiência de vida espiritual, de trabalho apostólico e assim se torna também um lugar de formação permanente. É através do Centro que o SS CC se coloca em comunhão com todas as Inspetorias Salesianas em nível do país e do mundo (encontros, Congressos, meios de comunicação social).

III - O espírito e a espiritualidade do SS CC.

Além dos valores evangélicos, comuns à vivência de todo cristão, a situação secular laical do Cooperador deve considerar a experiência de vida cristã e salesiana em relação com o mundo, com os irmãos (comunhão com a Igreja) com Deus em Cristo (dimensão interior).
- É a mística do “da mihi animas” que anima e orienta as atividades apostólicas do SS CC. Ele conserva o estilo típico salesiano através da formação, oração e união com Deus.
- Espírito e espiritualidade tocam profundamente o coração do Cooperador até mesmo nos comportamentos mais simples e cotidianos. Claro que nem todos podem atender as atividades descritas acima (dimensão apostólica), mas devem viver e agir com estilo próprio da salesianidade (cfr. A.A. n°4). O espírito é a expressão do carisma, uma realidade ampla e profunda que abarca a totalidade da pessoa e da vida. Os SS CC mostra ao mundo uma realidade nova e original dentro da Igreja. Um modo típico de traduzir e viver a espiritualidade evangélica segundo o espírito salesiano. Vivida no século, no mundo.

• Uma escola de santidade
Nas Memórias Biográficas D. Bosco afirma que a Associação dos Cooperadores «é criada para sacudir da apatia em que jazem tantos cristãos, e difundir a energia da caridade... O Senhor acompanha com abundância de suas graças todos os que tabalham no espírito do “da mihi animas”, fazendo o bem à juventude, isso é, preparando bons cristãos e honestos cidadãos para a sociedade». (Art. 50).
Uma olhada pelo mundo salesiano e notaremos que não são poucas as pessoas que optam pelo estilo de vida dos SS CC.
Há cerca de treze anos (1997), saía na França uma espécie de propaganda (depliant) explicando porque as pessoas procuravam se engajar no estilo de vida dos SS CC. Lia-se no texto:
«Amo os jovens. Sus aspirações me interpelam e escolhi estar vizinhos a eles. Preciso de uma pedagogia moderna e de uma espiritualidade que me enriqueça. Frequentemente encontro outros leigos, salesianos religiosos, irmãs salesianas, em meio à Família Salesiana, lugar de troca, de partilha, de reflexão, de trabalho e de oração».

O objetivo de D. Bosco fundando a F. Salesiana era levar à santidade não só aos diversos grupos, mas também aos destinatários da mesma. O Cooperador não estava fora desta visão bosquiana e em nosso tempo deve continuar ainda, olhando, remando para o alto. Nesta caminhada ele vai perseguindo «um caminho eu leva à santidade». O Senhor, dono da messe, certamente vai seguindo e cumulando com suas graças todos os que trabalham dentro do espírito do “da mihi animas”. A tarefa de preparar bons cristãos para a Igreja e honestos cidadãos para a sociedade terá sempre o apoio e as bênçãos da Mãe e Mestra e de seu Filho.

Fontes:
• CGE XX, 493 ss ROMA,1971.
• RVA.
• Spiritualità Salesiana, cento parole chiave. Francis Desramaut, LAS-ROMA, 2001.1.