domingo, 8 de agosto de 2010

A ORAÇÃO CRISTÃ

A oração cristã. (P.Antenor)

S. Agostinho nos ensina que a oração é um dialogo com Deus e se baseia na objetividade do mundo, na realidade, na história. A verdadeira oração deve fazer parte da realidade e não se afastar dela.
Uma religião puramente conceitual pode conduzir a uma alienação, tornando a oração um repetir-se de palavras, de conceitos transcendentes sem efeitos espirituais práticos para o orante.
Através de Cristo podemos ver quem é verdadeiramente Deus, quais os relacionamentos do mundo e da história com Ele. O homem descobrirá que há Alguém que o ama como Pai e que há um pacto de amizade, uma Aliança entre o Criador e a criatura. Este pacto conduz a um diálogo constante de admiração e agradecimento.
A escuta e a humildade são fundamentais no diálogo de quem acredita na Aliança Deus-homem. Esta escuta atenta revela-se de modo especial na oração mental muito apreciada pelos santos espanhóis do século V.
Os cultores da oração mental firmam que ela é o fundamento de toda a oração.
Os momentos mais intensos da oração são justamente os de uma mais acentuada interioridade pessoal.
São mais benéficos:
• os momentos de meditação que os dos sentimentos;
• os de silêncio que os de loquacidade;
• os de contemplação que os de racionalização.

«Quando quiseres orar entra em teu quarto, fecha a porta. Depois reza a Deus teu Pai, que vê também o que está escondido» (Mt. 6,6).

O que se afirma aqui não é a condenação da oração comunitária, mas sublinha-se a condição prévia para que se possa fazê-la melhor.
Oração mental é um momento amigável com Deus (S. Teresa).
O esforço de fixar em Deus o olhar e o coração, o que se chama contemplação, torna-se o ato mais alto e mais pleno do Espírito
Olhando para a vida de D. Bosco poderemos compreender um pouco mais o sentido da “contemplação”.

«O Senhor nos deu D. Bosco como pai e mestre.
Nós o estudamos e imitamos, admirando nele esplendida harmonia de natureza e graça. Profundamente homem, rico das virtudes de seu povo, era aberto às realidades terrenas; profundamente homem de Deus, cheio dos dons do E. Santo vivia “como se visse o invisível.
Estes dois aspectos fundiram-se num projeto de vida fortemente unitário: o serviço dos jovens».

S. Francisco de Sales com seu testemunho nos faz compreender melhor a intensidade orante do da mihi animas, respiro da oração de D. Bosco, na expressão de D. Viganò.
No Tratado sobre o Amor de Deus, obra muito apreciada e estudada pelos primeiros salesianos, o santo bispo fala de “êxtase”. O sentido que lhe dá não é uma perda de sentidos ou algo como desconectar-se da realidade, como em certos fenômenos paramísticos. Francisco a quem D. Bosco muito admirou e cultuou não se deixava conduzir por certas evasões emotivas, por vezes alucinatórias ou ilusórias.
Ele entende por “êxtase”, o sair fora de si. Isto faz com que Deus nos conduza até Ele e por seu intermédio nos eleve acima de nós. Esta sua espiritualidade ele a denomina de “salesiana”.

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