quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Bento XVI anima a lutar pela proibição das armas nucleares

Ao receber o novo embaixador do Japão na Santa Sé
ROMA, terça-feira, 30 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – “Uma parte das somas dedicadas às armas poderia ser destinada a projetos de desenvolvimento econômico e social, à educação e à saúde”, afirmou o Papa ao receber em audiência, no sábado, o novo embaixador do Japão na Santa Sé, Hidekazu Yamaguchi. No início de seu discurso, o Papa quis recordar que este ano se celebra o 65º aniversário do trágico bombardeio atômico de Hiroshima e Nagasaki, ao final da Segunda Guerra Mundial.
“A recordação deste obscuro episódio da história da humanidade vai sendo cada vez mais dolorosa, à medida que morrem quantos foram testemunhas de tal horror – afirmou o pontífice –, sublinhando que esta tragédia nos recorda com insistência quão necessário é perseverar nos esforços a favor da não proliferação das armas nucleares e do desarme”.
A propósito disso – prosseguiu –, o Japão “deve ser citado como exemplo para o apoio constante à busca de soluções políticas que permitam não só impedir a proliferação das armas nucleares, mas também de evitar que a guerra seja considerada como um meio para resolver os conflitos entre as nações e entre os povos”.
Partilhando as preocupações do Japão sobre as armas nucleares, o Papa assegurou que “a Santa Sé anima todas as nações a instaurar pacientemente os vínculos econômicos e políticos da paz”.
Estes vínculos – afirmou – devem se “elevar como uma praça forte contra toda pretensão de recurso às armas, e permitam promover o desenvolvimento humano integral de todos os povos”.
“A arma nuclear continua sendo uma fonte de grande preocupação. Sua posse e o risco de um eventual uso geram tensões e desconfianças em numerosas regiões do mundo”, assegurou.
O Papa chamou também a atenção sobre a “instabilidade dos mercados e do emprego” ligada à crise econômica global, da qual não se salvou nenhum país, e por isso anima a usar o dinheiro das armas para outros fins.
Neste cenário – explicou –, “o lugar que o Japão ocupa na economia internacional continua sendo muito importante e, com motivo da crescente globalização do sistema comercial e dos movimentos de capitais, que é uma realidade, as decisões que seu governo tomar continuarão tendo repercussões muito além de suas fronteiras”.
Por isso, o pontífice aludiu ao financiamento assegurado por Tóquio aos países em vias de desenvolvimento, assegurando que representam algo essencial para obter a paz.
Por sua parte, o novo embaixador japonês dirigiu-se a Bento XVI reafirmando a vontade de seu país de “trabalhar com todas as forças pelo desarmamento total”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário