quinta-feira, 8 de julho de 2010

O PAPA FALA SOBRE SANTA MARIA GORETTI

Papa recorda “exemplo heroico” de Santa Maria Goretti
Aos jovens, doentes e recém-casados

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 7 de julho de 2010 (ZENIT.org) - Hoje, no final da audiência geral, o Papa Bento XVI quis propor o exemplo de Santa Maria Goretti - cuja memória litúrgica foi celebrada ontem - em sua tradicional saudação aos doentes, jovens e recém-casados.

Esta santa italiana, afirmou o Papa aos presentes, "ainda muito jovem, soube demonstrar força e valor contra o mal".

"Eu a invoco por vós, queridos jovens, para que vos ajude a escolher sempre o bem, mesmo quando custar; por vós, queridos doentes, para que vos sustente na tarefa de suportar os sofrimentos de cada dia; e por vós, queridos recém-casados, para que vosso amor seja sempre fiel e esteja repleto de respeito mútuo."

Nascida em Corinaldo (na região italiana das Marcas) no dia 16 de outubro de 1890, de uma família de camponeses pobres, mas honrados e religiosos, Maria Goretti transcorreu sua infância em Nettuno, onde é considerada padroeira da juventude; ajudava sua mãe nas tarefas domésticas e era assídua na oração.

Em 6 de julho de 1902, um jovem de 20 anos, chamado Alessandro Serenelli, tentou abusar dela. Frente à forte resistência da menina, Alessandro a esfaqueou 14 vezes.

Segundo testemunho do próprio agressor, Maria preferiu ser barbaramente assassinada a perder sua pureza, cultivada como uma flor intacta e defendida com grande valor.

O agressor foi preso em Noto, onde permaneceu por 15 anos. Lá, ele se converteu.

Na cela 45, onde atualmente se encontra uma capela, Maria Goretti apareceu em sonhos a Alessandro: estava vestida de branco e recolhia lírios brancos que, colocados nas mãos do seu assassino, transformavam-se em luzes semelhantes a velas.

Alessandro Serenelli cumpriu sua pena e, ao sair da prisão, retirou-se a um convento dos frades menores para terminar lá sua vida.

Maria Goretti foi proclamada beata como mártir da fé no dia 27 de abril de 1947, por Pio XII, o mesmo Papa que, em 24 de junho de 1950 a proclamou santa, na Praça de São Pedro, em presença, entre milhares de fiéis, da idosa mãe, Assunta, e do assassino da santa.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Encontro Inspetorial no final de julho

06/07/2010


Caríssimos Diretores, Párocos, encarregados,



para conhecimento dos coordenadores de pastoral, animadores vocacionais, coordenadores de oratório, encarregados da Comunicação Social, Animadores da AJS, Coordenadores de Crisma, animadores de grupos da Família Salesiana de todas as obras e comunidades

Entre os dias 30 de julho e 01 de agosto, realizaremos nosso segundo Encontro Inspetorial Conjunto. Marcado inicialmente para os dias 19-20 de juhno, por motivos vários, foi transferido para estes dias. Terá inicio com o almoço do dia 30/07 – conclusão – almoço 01/08). JABOATÃO COLÔNIA. Taxa: R$ 120,00. Participarão conosco também alguns coordenadores de grupos da Família Salesiana.

Este encontro terá como objetivos:
- avaliar o primeiro semestre e encaminhar o segundo (dando destaque ao XV – Festival);
-Aprofundar os conhecimentos sobre a Pastoral juvenil Salesiana – Pasoral Organica;
- avaliar os impactos do “Manual de Relações e Funções do Coordenador(a) de Pastoral, Animadores das Comissões, apresentado no encontro anterior;
- dar continuidade a construção de um projeto orgânico em favor dos adolescentes e jovens;
-estreitar e fortalecer os laços com os grupos da Família salesiana.

Agradecemos o empenho de todos neste primeiro semestre. Os vários projetos pastorais promovidos e animados pelas equipes locais e inspetoriais, fortalecem a juventude e a missão.Carta Convite para o ENCONTRO INSPETORIAL DE ANIMAÇÃO PASTORAL, como também, a AGENDA PASTORAL do mês de Julho.

Para acessar a carta convite, com maiores informações, clique aqui

(ou vá a seção "Subsídios deste site" e clique em "Pastoral Inspetorial")



Pe. Gilberto Antônio da Silva

Delegado Inspetorial da Pastoral Juvenil

terça-feira, 6 de julho de 2010

PRISÕES DE S. PEDRO E S. PAULO

Restaurada e reaberta à visitação a prisão onde estiveram São Pedro e São Paulo
Aguardaram pelo martírio no Cárcere Mamertino

Por Elizabeth Lev

ROMA, segunda-feira, 5 de julho de 2010 (ZENIT.org) - Após um ano de escavações, o Cárcere Mamertino, prisão onde foram mantidos São Pedro e São Paulo enquanto aguardavam pelo martírio, foi restaurado e novamente aberto à visitação.

A prisão se encontra ao lado do antigo Fórum Romano, numa área escavada na rocha do Capitólio que abrigava o Senado. Acredita-se que o Cárcere Mamertino ou Tuliano, como é também conhecido, tenha sido construído pelo rei romano Sérvio Túlio no século VI a.C.; consiste em duas celas, posicionadas uma sobre a outra. A cela inferior, um espaço pequeno e úmido, era acessível apenas através de um buraco no pavimento da cela superior, e foi usada durante os períodos da República e do Império como prisão e também como local para execuções.

O chefe gaulês Vercingetorix foi estrangulado nesta cela, após o triunfo de Júlio César; Jugurta, rei dos Numídios, foi lá abandonado para que morresse de fome.

Escrevendo no século I a.C., a autor romano Sallustio descreveu a prisão como "profunda 12 pés, fechada por paredes e pedras. Seu aspecto é horrivelmente repugnante, pelo abandono, escuridão e mau cheiro".

Um século após Sallustio fazer sua descrição do Cárcere Mamertino, São Pedro e São Paulo vieram a ocupar a cela inferior, nos últimos dias antes de seu martírio, executado por ordem do imperador Nero.

A presença dos dois apóstolos transformou aquele lugar de desespero num espaço de esperança, oração e catequese para seus carcereiros, Processo e Martiniano. Quando os dois soldados romanos pediram para ser batizados, não havia água no local; então São Pedro golpeou a rocha do pavimento com seu bastão, que imediatamente verteu água, segundo a tradição.

Os carcereiros ajudaram Pedro a escapar da prisão, mas este, após encontrar Cristo na Via Apia, retornou à prisão e aceitou a morte voluntariamente; foi crucificado no circo de Nero, na colina do Vaticano.

Na semana passada, a Superintendência Romana de Arqueologia anunciou que as escavações haviam revelado vestígios de afrescos que documentavam a transformação do local em uma igreja, juntamente com outras estruturas do Fórum. As escavações puderam evidenciar as diversas fases das obras, que possibilitaram "uma transformação realmente rápida" da antiga caverna em um centro de devoção petrina.

Hoje a prisão original encontra-se sob a igreja de São José Artigiano, construída no século XVII; o local, porém, pertence ao Vicariato de Roma e deve ser reaberta à visitação ainda no mês de julho.

Os peregrinos poderão prestar sua homenagem a São Pedro e São Paulo, que, em um Fórum repleto de imagens dedicadas a homens transformados em deuses, tiveram coragem para anunciar o Evangelho do Deus que se fez homem

segunda-feira, 5 de julho de 2010

ENTREVISTA COM O FUTE

PERGUNTAS FEITAS PARA O DIABO


QUEM O CRIOU?
Lúcifer : Fui criado pelo próprio Deus, bem antes da existência do homem. [Ezequiel 28:15]

COMO VOCÊ ERA QUANDO FOI CRIADO?
Lúcifer : Vim à existência já na forma adulta e, como Adão, não tive infância. Eu era um símbolo de perfeição, cheio de sabedoria e formosura e minhas vestes foram preparadas com pedras preciosas. [Ezequiel 28:12,13]

ONDE VOCÊ MORAVA?
Lúcifer : No Jardim do Éden e caminhava no brilho das pedras preciosas do monte Santo de Deus. [Ezequiel 28:13]

QUAL ERA SUA FUNÇÃO NO REINO DE DEUS?
Lúcifer : Como querubim da guarda, ungido e estabelecido por Deus, minha função era guardar a Glória de Deus e conduzir os louvores dos anjos. Um terço deles estava sob o meu comando. [Ezequiel 28:14; Apocalipse 12:4]
ALGUMA COISA FALTAVA A VOCÊ?
Lúcifer : (reflexivo, diminuiu o tom de voz) Não, nada. [Ezequiel 28:13]

O QUE ACONTECEU QUE O AFASTOU DA FUNÇÃO DE MAIOR HONRA QUE UM SER VIVO PODERIA TER?
Lúcifer : Isso não aconteceu de repente. Um dia eu me vi nas pedras (como espelho) e percebi que sobrepujava os outros anjos (talvez não a Miguel ou Gabriel) em beleza, força e inteligência. Comecei então a pensar como seria ser adorado como deus e passei a desejar isto no meu coração. Do desejo passei para o planejamento, estudando como firmar o meu trono acima das estrelas de Deus e ser semelhante a Ele. Num determinado dia tentei realizar meu desejo, mas acabei expulso do Santo Monte de Deus. [Isaías 14:13,14; Ezequiel 28: 15-17]

O QUE DETONOU FINALMENTE A SUA REBELIÃO?
Lúcifer : Quando percebi que Deus estava para criar alguém semelhante a Ele e, por conseqüência, superior a mim, não consegui aceitar o fato. Manifestei então os verdadeiros propósitos do meu coração. [Isaías 14:12-14]

O QUE ACONTECEU COM OS ANJOS QUE ESTAVAM SOB O SEU COMANDO?
Lúcifer : Eles me seguiram e também foram expulsos. Formamos juntos o império das trevas. [Apocalipse 12:3,4]

COMO VOCÊ ENCARA O HOMEM?
Lúcifer : (com raiva) Tenho ódio da raça humana e faço tudo para destruí-la, pois eu a invejo. Eu é que deveria ser semelhante a Deus. [1Pedro 5:8]

QUAIS SÃO SUAS ESTRATÉGIAS PARA DESTRUIR O HOMEM?
Lúcifer : Meu objetivo maior é afastá-los de Deus. Eu estimulo a praticar o mal e confundo suas idéias com um mar de filosofias, pensamentos e religiões cheias de mentiras, misturadas com algumas verdades. Envio meus mensageiros travestidos, para confundir aqueles que querem buscar a Deus. Torno a mentira parecida com a verdade, induzindo o homem ao engano e a ficar longe de Deus, achando que está perto. E tem mais. Faço com que a mensagem de Jesus pareça uma tolice anacrônica, tento estimular o orgulho, a soberba, o egoísmo, a inimizade e o ódio dos homens. Trabalho arduamente com o meu séquito para enfraquecer as igrejas, lançando divisões, desânimo, críticas aos líderes, adultério, mágoas, friezas espirituais, avareza e falta de compromisso (ri às escaras). Tento destruir a vida dos pastores, principalmente com o sexo, ingratidão, falta de tempo para Deus e orgulho. [1Pedro 5:8; Tiago 4:7; Gálatas 5:19-21; 1 coríntios 3:3; 2 Pedro 2:1; 2 Timóteo 3:1-8; Apocalipse 12:9]

E SOBRE O FUTURO?
Lúcifer : (com o semblante de ódio) Eu sei que não posso vencer a Deus e me resta pouco tempo para ir ao lago de fogo, minha prisão eterna. Eu e meus anjos trabalharemos com afinco para levarmos o maior número possível de pessoas conosco. [Ezequiel 28:19; Judas 6; Apocalipse 20:10,15]

MEDITE NESSA MENSAGEM. VEJAM QUE FOI ELABORADA COM BASE NOS VERSÍCULOS BÍBLICOS, POR ISSO É UMA ILUSTRAÇÃO DA MAIS PURA VERDADE.

"COMO DIZ O ESPÍRITO SANTO: HOJE, SE OUVIRDES A SUA VOZ, NÃO ENDUREÇAIS OS VOSSOS CORAÇÕES." HEBREUS 3:7,8

"Ninguém tem maior amor do que este: de dar a Sua vida em favor dos Seus amigos." João 15:13
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O TRÁFICO DE SERES HUMANOS EM NOSSOS DIAS

Formas modernas de escravidão

A praga do tráfico de seres humanos
Por Pe. John Flynn, L. C.
ROMA, domingo, 4 de junho de 2010 (ZENIT.org) - Milhões de fãs por todo mundo, colados às telas da televisão, enquanto seguem o Mundial, talvez não percebam uma grande preocupação: o fato de que a Copa do Mundo pode favorecer um aumento no tráfico de seres humanos.
O cardeal Wilfrid Fox Napier, arcebispo de Durban, África do Sul, mencionou isto a ZENIT em uma entrevista publicada a 5 de maio. Dizia que havia sinais de que as máfias do crime organizado estavam fazendo que pessoas entrassem ilegalmente no país para proporcionar serviço sexuais durante o Mundial.
Em coincidência com isto, pouco depois do começo do Mundial de Futebol, o Departamento de Estado norte-americano publicou sua Pesquisa sobre Tráfico de Pessoas 2010. É o décimo ano destas pesquisas, que seguem os fatos ligados ao comércio de seres humanos. Uma declaração que acompanha a pesquisa admite que a luta contra o tráfico humano está em suas primeiras etapas. Muitos países ainda estão aprendendo e explorando as formas de enfrentá-lo com eficácia, observa.
Ainda que a maior parte da atenção dos meios de comunicação se centre no tráfico para fins sexuais, o Departamento de Estado aponta que são traficadas pessoas com maior frequência para trabalho forçado do que para comércio sexual. Ainda assim, os traficantes utilizam a violência sexual como forma de obrigar as mulheres a trabalhar no campo ou nas fábricas.
Alguns dos principais resultados da pesquisa de 2010 são os seguintes:
– 12,3 milhões de adultos e crianças sofrem trabalho forçado ou escravo; já a prostituição forçada no mundo fica com 56% desse valor entre mulheres e meninas.
– O valor deste comércio para os traficantes é estimado em 32 bilhões de dólares ao ano.
– O predomínio de vítimas de tráfico no mundo é calculado em cerca de 1,8 por cada 1.000 habitantes. O número varia por região, alcançando 3 para cada 1.000 na Ásia e no Pacífico.
– Houve 4.166 condenações por tráfico em 2009, um aumento de 40% em relação a 2008.
– Contudo, são 62 países que não condenaram nenhum traficante sob leis adaptadas ao Protocolo de Palermo (um documento adotado por Nações Unidas sobre o tráfico de pessoas).
– Não menos de 104 países não têm leis políticas ou disposições que prevejam a deportação das vítimas.
Protocolo
A pesquisa explica que o Protocolo de Palermo foi o primeiro instrumento internacional sobre o tema do tráfico de seres humanos. Pediu uma atitude que se baseie no paradigma dos “3P’s”: prevenção, perseguição e proteção das vítimas. Não é suficiente perseguir os traficantes, explica a pesquisa, é preciso ouvir os afetados e adotar medidas para garantir que ninguém mais seja uma nova vítima.
A pesquisa comenta que o tráfico pode adotar muitas formas. Em ocasiões pode implicar no engano e no sequestro de vítimas à força, mas geralmente envolve pessoas que são forçadas e exploradas e que, inicialmente, entraram em uma forma concreta de serviço de modo voluntário ou migrando por vontade própria.
O Departamento de Estado cita estudos recentes que mostram que a maioria do tráfico no mundo adota a forma de trabalho forçado. Segundo estimativas da Organização Mundial do Trabalho, por cada vítima de tráfico submetida a prostituição à força, nove pessoas são forçadas a trabalhar. As circunstâncias de altos índices de desemprego, pobreza, discriminação e corrupção são fatores que facilitam estas práticas.
Um tipo de trabalho é o que ocorre por uma relação ou dívida. Isso ocorre quando os traficantes ou recrutadores exploram uma dívida inicial, que o trabalhador assume como parte das condições de trabalho. Isso também pode ser inter-geracional. Segundo a pesquisa, no sul da Ásia estima-se que há milhões de vítimas de tráfico que trabalham para pagar as dívidas de seus antepassados.
A servidão doméstica involuntária, o trabalho infantil forçado, as crianças-soldado e os jovens-soldados, o tráfico sexual de crianças são algumas das principais formas de tráfico de pessoas.
A ampla gama de formas de tráfico resulta que este não é somente um assunto de direitos humanos, mas que também está relacionado com temas fundamentais de liberdade civil, observa o Departamento de Estado.
Não é uma prioridade
Apesar da seriedade deste problema, a pesquisa lamenta o baixo número de processos. A pesquisa afirma que, ainda que o tráfico de pessoas é um crime relacionado com o assassinato, violação e sequestro, o número de processos é cada ano mais baixo, comparado com o alcance do problema. Com somente pouco mais de 4 mil processos por ano passado, este é um sinal de que as injustiças cometidas não são vistas como uma prioridade pelas autoridades.
Com grande frequência, as vítimas do tráfico são vistas como desperdício da sociedade, sem suficiente importância para ser um tema de preocupação. Ainda quando são tomadas medidas, são limitadas a punir os delinquentes, sem oferecer assistência às vítimas, além de garantir que seu testemunho ajude no processo de condenação. De fato, comenta o relatório, se as vítimas estão no país de forma ilegal, muitas vezes são detidas e deportadas à força para seu país de origem.
O relatório observa que tal resposta pode ser por próprio interesse dos governos, que se livram de potenciais cargas, mas fazem pouco para ajudar às vítimas. Por exemplo, impedem os esforços para ajudá-los a superar os traumas sofridos durante seu período de trabalho forçado.
Logo, enviando de volta as vítimas a seu país de origem, frequentemente sem informá-las de que existem outras opções, não só as expõem ao possível trauma associado ao não ser identificada como vítima de tráfico, mas simplesmente as levam às mesmas circunstâncias e pressões que contribuíram com sua experiência de tráfico inicial.
Dadas as dificuldades em lidar com o tráfico, a pesquisa recomenda uma maior cooperação entre as autoridades. Isso inclui cooperação tanto entre governos como com organizações não-governamentais.
Devem ser criados grupos de trabalho especializados e é necessário estabelecer protocolos com as associações comerciais para certificar que as redes de abastecimento do comércio estejam livres da utilização de trabalho escravo.
O relatório também defende a utilização dos meios de comunicação para denunciar a exploração. Em outra medida, se consumidores e investidores exigirem maior transparência e responsabilidade das empresas, será mais difícil que os modernos comerciantes de escravos ganhem dinheiro.
Contexto amplo
Um dos pontos mais interessantes abordado na pesquisa é a necessidade de ver o problema do tráfico de pessoas num contexto mais amplo. O Departamento de Estado observa, por exemplo, que o problema da corrupção dos funcionários públicos é o principal obstáculo ao enfrentar este tema.
Os índices para classificar os países por suas liberdades civis e por corrupção mostram que os governos que pontuam mal no tráfico também sofrem de corrupção e de falta de liberdades civis.
O arcebispo Agostino Marchetto, secretário do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, dirigiu-se aos participantes no Fórum de Viena para a Luta contra o Tráfico de Seres Humanos, reunido de 13 a 15 de fevereiro de 2008, para analisar este problema.
Ele enfatizou que “o tráfico de seres humanos é uma ofensa terrível contra a dignidade humana”.
As soluções fáceis não existem, admite Dom Marchetto. O que é necessário, contudo, são soluções que não só punam os envolvidos na organização deste tráfico, mas que também atuem para o melhor interesse das vítimas.
Ele convidou todos para se esforçarem para lutar contra tais atividades criminosas e proteger as vítimas do tráfico humano. Mas também apontou que é necessário tratar o lado da demanda dessa exploração.
Ainda que a atenção esteja voltada normalmente para os criminosos e as vítimas, o ponto destacado por Dom Marchetto é digno de reflexão. Se queremos que os produtos e serviços que adquirimos venham de fontes corretas eticamente, como consumidores, temos um papel a desempenhar para garantir isso.
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Carta de um missionário salesiano ao New York Times

"uma arvore que cai,
faz mais barulho que uma floresta que cresce".


Segue carta do padre salesiano uruguaio Martín Lasarte, que trabalha em Angola, de 06 de abril e endereçada ao jornal norte-americano The New York Times. Nela expressa seus sentimentos diante da onda midiática despertada pelos abusos sexuais de alguns sacerdotes enquanto surpreende o desinteresse que o trabalho de milhares religiosos suscita nos meios de comunicação.

Eis a carta.

Querido irmão e irmã jornalista: sou um simples sacerdote católico. Sinto-me orgulhoso e feliz com a minha vocação. Há vinte anos vivo em Angola como missionário. Sinto grande dor pelo profundo mal que pessoas, que deveriam ser sinais do amor de Deus, sejam um punhal na vida de inocentes. Não há palavras que justifiquem estes atos. Não há dúvida de que a Igreja só pode estar do lado dos mais frágeis, dos mais indefesos. Portanto, todas as medidas que sejam tomadas para a proteção e prevenção da dignidade das crianças será sempre uma prioridade absoluta.
Vejo em muitos meios de informação, sobretudo em vosso jornal, a ampliação do tema de forma excitante, investigando detalhadamente a vida de algum sacerdote pedófilo. Assim aparece um de uma cidade dos Estados Unidos, da década de 70, outro na Austrália dos anos 80 e assim por diante, outros casos mais recentes...

Certamente, tudo condenável! Algumas matérias jornalísticas são ponderadas e equilibradas, outras exageradas, cheias de preconceitos e até ódio.

É curiosa a pouca notícia e desinteresse por milhares de sacerdotes que consomem a sua vida no serviço de milhões de crianças, de adolescentes e dos mais desfavorecidos pelos quatro cantos do mundo!

Penso que ao vosso meio de informação não interessa que eu precisei transportar, por caminhos minados, em 2002, muitas crianças desnutridas de Cangumbe a Lwena (Angola), pois nem o governo se dispunha a isso e as ONGs não estavam autorizadas; que tive que enterrar dezenas de pequenos mortos entre os deslocados de guerra e os que retornaram; que tenhamos salvo a vida de milhares de pessoas no Moxico com apenas um único posto médico em 90.000 km2, assim como com a distribuição de alimentos e sementes; que tenhamos dado a oportunidade de educação nestes 10 anos e escolas para mais de 110.000 crianças...

Não é do interesse que, com outros sacerdotes, tivemos que socorrer a crise humanitária de cerca de 15.000 pessoas nos aquartelamentos da guerrilha, depois de sua rendição, porque os alimentos do Governo e da ONU não estavam chegando ao seu destino.

Não é notícia que um sacerdote de 75 anos, o padre Roberto, percorra, à noite, a cidade de Luanda curando os meninos de rua, levando-os a uma casa de acolhida, para que se desintoxiquem da gasolina, que alfabetize centenas de presos; que outros sacerdotes, como o padre Stefano, tenham casas de passagem para os menores que sofrem maus tratos e até violências e que procuram um refúgio.

Tampouco que Frei Maiato com seus 80 anos, passe casa por casa confortando os doentes e desesperados.
Não é notícia que mais de 60.000 dos 400.000 sacerdotes e religiosos tenham deixado sua terra natal e sua família para servir os seus irmãos em um leprosário, em hospitais, campos de refugiados, orfanatos para crianças acusadas de feiticeiros ou órfãos de pais que morreram de Aids, em escolas para os mais pobres, em centros de formação profissional, em centros de atenção a soropositivos... ou, sobretudo, em paróquias e missões dando motivações às pessoas para viver e amar.

Não é notícia que meu amigo, o padre Marcos Aurelio, por salvar jovens durante a guerra de Angola, os tenha transportado de Kalulo a Dondo, e ao voltar à sua missão tenha sido metralhado no caminho; que o irmão Francisco, com cinco senhoras catequistas, tenham morrido em um acidente na estrada quando iam prestar ajuda nas áreas rurais mais recônditas; que dezenas de missionários em Angola tenham morrido de uma simples malária por falta de atendimento médico; que outros tenham saltado pelos ares por causa de uma mina, ao visitarem o seu pessoal. No cemitério de Kalulo estão os túmulos dos primeiros sacerdotes que chegaram à região... Nenhum passa dos 40 anos.

Não é notícia acompanhar a vida de um Sacerdote “normal” em seu dia a dia, em suas dificuldades e alegrias consumindo sem barulho a sua vida a favor da comunidade que serve. A verdade é que não procuramos ser notícia, mas simplesmente levar a Boa-Notícia, essa notícia que sem estardalhaço começou na noite da Páscoa. Uma árvore que cai faz mais barulho do que uma floresta que cresce.

Não pretendo fazer uma apologia da Igreja e dos sacerdotes. O sacerdote não é nem um herói nem um neurótico. É um homem simples, que com sua humanidade busca seguir Jesus e servir os seus irmãos. Há misérias, pobrezas e fragilidades como em cada ser humano; e também beleza e bondade como em cada criatura...
Insistir de forma obsessiva e perseguidora em um tema perdendo a visão de conjunto cria verdadeiramente caricaturas ofensivas do sacerdócio católico na qual me sinto ofendido.

Só lhe peço, amigo jornalista, que busque a Verdade, o Bem e a Beleza. Isso o fará nobre em sua profissão.

Em Cristo,

Pe. Martín Lasarte, SDB.

quinta-feira, 1 de julho de 2010