terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

“Vós sois o sal da terra... Bento XVI aos peregrinos em Roma.

CIDADE DO VATICANO, domingo, 6 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - Apresentamos a seguir as palavras que Bento XVI pronunciou hoje ao introduzir o Angelus com os peregrinos reunidos na praça de São Pedro.
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Queridos irmãos e irmãs!
No Evangelho deste domingo, o Senhor Jesus diz a seus discípulos: “Vós sois o sal da terra... vós sois a luz do mundo” (Mt 5,13-14). Mediante estas imagens cheias de significado, Ele quer transmitir-lhes o sentido de sua missão e de seu testemunho. O sal, na cultura do Oriente Médio, evoca diversos valores como a aliança, a solidariedade, a vida e a sabedoria. A luz é a primeira obra de Deus Criador e é fonte da vida; a própria Palavra de Deus é comparada com a luz, como proclama o salmista: “Lâmpada para meus passos é tua palavra e luz no meu caminho” (Sal 119, 105). E de novo na Liturgia de hoje, o profeta Isaías: “se entregares ao faminto o que mais gostarias de comer, matando a fome de um humilhado, então a tua luz brilhará nas trevas, o teu escuro será igual ao meio-dia” (58,10). A sabedoria resume em si os efeitos benéficos do sal e da luz: de fato, os discípulos do Senhor são chamados a dar novo “sabor” ao mundo, e a preservá-lo da corrupção, com a sabedoria de Deus, que resplandece plenamente sobre o rosto do Filho, porque Ele é a “luz verdadeira que ilumina cada homem” (Jo 1, 9). Unidos a Ele, os cristãos podem difundir em meio às trevas da indiferença e do egoísmo a luz do amor de Deus, verdadeira sabedoria que dá significado à existência e à atuação dos homens.
No próximo dia 11 de fevereiro, memória da Beata Virgem de Lourdes, celebramos o Dia Mundial do Doente. Esta ocasião é propícia para refletir, para rezar e para fazer crescer a sensibilidade das comunidades eclesiais e da sociedade civil para com os irmãos e irmãs enfermos. Na Mensagem para este Dia, inspirado em uma frase da Primeira Carta de Pedro: “Por suas feridas fostes curados” (2, 24), convido todos a contemplar Jesus, o Filho de Deus, que sofreu, morreu, mas ressuscitou. Deus se opõe radicalmente à prepotência do mal. O Senhor cuida do homem em cada situação, partilha o sofrimento e abre o coração à esperança. Exorto, portanto, todos os agentes de saúde, a reconhecer no doente não só um corpo marcado pela fragilidade, mas antes de tudo uma pessoa, a quem dedicar toda solidariedade e oferecer respostas adequadas e competentes.
Neste contexto recordo, além disso, que hoje se celebra na Itália o “Dia pela Vida”. Desejo que todos se comprometam em fazer crescer a cultura da vida, para colocar no centro, em qualquer circunstância, o valor do ser humano. Segundo a fé e a razão, a dignidade da pessoa é irredutível a suas faculdades ou às capacidades que possa manifestar e, portanto, não diminui quando a própria pessoa é frágil, inválida e necessitada de ajuda.
Queridos irmãos e irmãs, invoquemos a intercessão maternal da Virgem Maria para os pais, avós, professores, sacerdotes e para todos que trabalham na educação, para que possam formar as jovens gerações na sabedoria do coração, para que cheguem à plenitude da vida.

Desativada a bomba demográfica

Contagem regressiva rumo aos 7 bilhões de habitantes no planeta
Por padre John Flynn, L.C.
ROMA, domingo, 6 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) – No fim deste ano, a população mundial atingirá 7 bilhões. Em artigo no site Spiked, Brendan O'Neill observa que este fato levará, inevitavelmente, a uma série de predições malthusianas.
A revista National Geographic publicou este ano várias matérias sobre população, destacando numa reportagem de janeiro alguns representantes pessimistas. Entre eles, Jared Diamond, cujo livro Collapse afirma que o massacre de centenas de milhares de ruandeses em 1994 foi causado, em parte, pela superpopulação.
O artigo, porém, apresenta o contraponto de algumas fontes autorizadas. "A população, em seu conjunto, não está a caminho de uma explosão", diz Hania Zlotnik, diretora da Divisão de População das Nações Unidas, organismo que publica as informações estatísticas da organização (não é, portanto, a agência de planejamento familiar).
Zlotnik também afirma à revista que a velocidade com que a fertilidade decaiu em muitos países e culturas "é espantosa", e que ainda não há um entendimento sobre como o fenômeno ocorreu.
Um chamativo exemplo de até que ponto a fertilidade decaiu aparece num estudo publicado no último 25 de junho pelo Pew Research Center.
Quase uma em cada cinco mulheres norte-americanas termina seus anos férteis sem ter tido nenhum filho, quando nos anos setenta a taxa era de uma em cada dez.
Segundo o estudo, as mulheres brancas têm mais probabilidade de encerrarem o ciclo sem terem tido nenhum filho. Na última década, entretanto, a porcentagem de mulheres sem filhos aumentou mais rapidamente entre as mulheres negras, hispanas e asiáticas, o que diminuiu as diferenças raciais.
Os dados de outros países variam muito pouco. O relatório aponta que das mulheres nascidas em 1960, 22% das do Reino Unido não tiveram filhos; 19% das da Finlândia e da Holanda, e 17% das da Itália e da Irlanda. A porcentagem oscila entre 12% e 14% na Espanha, Noruega, Dinamarca, Bélgica e Suécia.
Errados
National Geographic entrevistou também Joel E. Cohen, autor do livro How Many People Can the Earth Support?, de 1995.
Sobre o impacto de uma população maior e o aquecimento do planeta, ele afirma: "Quem diz que todo o problema é a população está errado". Segundo Cohen, a população nem sequer é o principal fator.
O pai do malthusianismo moderno é mais pessimista. Em 14 de janeiro, o jornal britânico Guardian noticiou que Paul Erlich, autor do livro The Population Bomb, de 1968, considera que a Terra já ultrapassou sua capacidade máxima de habitantes.
Apesar do fato de as predições-desastre do seu livro estarem demonstradamente erradas, Erlich se declara mais pessimista agora do que quando escreveu o livro.
Uma organização britânica, a Institution of Mechanical Engineers, publicou em 14 de janeiro um relatório com visão mais equilibrada. O estudo não minimiza os desafios de uma população em aumento, mas afirma que eles podem ser enfrentados.
Dominic Lawson, em coluna de opinião para o jornal britânico Independent, comenta que o nosso apetite pelas más notícias sempre minimiza as boas. Seu próprio jornal apresentou o relatório num espaço breve, enquanto outros o ignoraram completamente.
Em seu artigo de 18 de janeiro, Lawson observava que outro relatório publicado na semana anterior pelas agências nacionais francesas de agricultura e desenvolvimento também foi ignorado pelos meios de comunicação.
O estudo francês se perguntava se uma população mundial de 9 bilhões, que é o máximo prognosticado, seria capaz de ter uma dieta de 3.000 calorias por dia. E a conclusão foi afirmativa.
Excessivos?
Voltando ao estudo britânico Population: One Planet, Too Many People? (População: Um Planeta, Gente Demais?), ele começa dizendo que atender as necessidades de uma população que pode atingir cerca de 9 bilhões no fim do século "será um desafio significativo para os governos e para a sociedade em geral". Em seguida, examina quatro áreas-chave: alimento, água, urbanismo e energia.
Nas últimas décadas, houve enormes melhorias na qualidade e quantidade de alimentos produzidos, aponta o relatório. No começo do século XX, um granjeiro dos Estados Unidos produzia o suficiente para alimentar 2,5 pessoas. Um século depois, o mesmo granjeiro produz o suficiente para 97 norte-americanos e 32 pessoas que vivem no exterior.
Segundo o relatório, continuar aumentando a produção de alimentos não depende só de futuros desenvolvimentos tecnológicos. Um grande aumento pode ser obtido com a redução do desperdício. Nada menos do que 25% dos alimentos frescos comprados nos países desenvolvidos vai para o lixo.
Na Índia, por exemplo, perde-se a cada ano de 35% a 40% da produção de frutas e verduras antes de o produto chegar ao consumidor. Esta quantidade é maior que todo o consumo do Reino Unido e se deve ao deficiente armazenamento e a uma gestão inadequada.
A capacidade para produzir alimento suficiente não garante em si que não haverá fome. O estudo observa que a fome é, em geral, um problema político ou de pobreza, mais do que uma questão de capacidade produtiva.
Quanto à água, o relatório informa que muitas das tecnologias e técnicas necessárias para garantir o fornecimento já existem.
O relatório pede mais prioridade à água nos projetos de desenvolvimento. Há muitas possibilidades, que vão da dessalinização até a reciclagem da água. Outro projeto a ser implementado é o de separar os sistemas de águas residuais (esgoto) e o de captação da água da chuva. Isto significaria que a água da chuva, menos contaminada, poderia ser armazenada nas épocas de precipitações mais fortes para ser usada nas épocas mais secas.
Os autores também propõem a reconsideração da prática atual de oferecer água tratada para quaisquer usos, inclusive aqueles que não precisam de água particularmente  pura.
O desafio das cidades
Quase todo o crescimento das próximas décadas acontecerá em zonas urbanas de países em desenvolvimento.
"Como no caso de muitos outros temas relativos ao crescimento da população, não há tantas barreiras assim. Podemos achar soluções para uma urbanização crescente", opina o relatório.
É preciso planejar e garantir que as soluções escolhidas sejam as corretas e se adaptem às necessidades locais. Também é necessário encarar aspectos como o financiamento, a propriedade e a participação da comunidade.
Quanto à energia, o estudo ressalta que é difícil predizer a demanda futura, e observa que as estimativas sobre quanto petróleo ainda resta variam muito. Novas tecnologias de geração de energia estão sendo desenvolvidas, apesar do alto custo.
O informe, mais uma vez, afirma que não precisamos basear nossas esperanças em uma tecnologia futura. “É provável, no entanto, que, apesar dos prognósticos de um aumento na demanda futura, a tecnologia de engenharia, que atualmente se compreende relativamente bem e está em uma etapa madura ou em uma etapa avançada de desenvolvimento, poderá contribuir para a energia requerida ao longo do século XXI sem necessidade de novos avanços científicos de importância”.
O texto adverte no entanto que, ainda que estejam disponíveis as soluções, há dificuldades em áreas como a legislação, a economia e a política. Isso significa que terá de haver uma maior coordenação entre engenheiros, comunidades e governos.
O informe conclui repetindo a afirmação de que o aumento prognosticado de população pode-se enfrentar com as tecnologias existentes. As barreiras que existem não são tecnológicas. Algo que há de se ter em mente quando se está frente a cenários de desastres que o meios de comunicação costumam apresentar.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

V DOMINGO DO TEMPO COMUM



Leituras: Is 58, 7 -10; 1 Cor 2, 1-5; Mt 5, 13 -16
Não vi nenhum templo nela (na nova Jerusalém), pois o seu templo é o Senhor, o Deus todo poderoso, e o Cordeiro. A cidade não precisa de sol ou da lua para iluminar, pois a glória de Deus a ilumina, e sua lâmpada é o Cordeiro” (Ap 21, 23)
O profeta do Apocalipse nos faz contemplar a santa cidade de Jerusalém que, no cumprimento escatológico da sua história, brilha da luz do próprio Senhor, e quase que se identifica com ele mesmo, partilhando do seu esplendor. Seus habitantes, resgatados pelo sangue do Cordeiro imolado e vivente, ficam em relação de total adesão ao próprio Senhor e irradiam a vida dele, sua glória e sua luz. A cidade dos homens coincide ao final com a cidade de Deus. O futuro prometido e esperado através de tantas promessas divinas, ansiedades e provações, está finalmente presente.
Até o símbolo mais sagrado da presença e do compromisso de Deus para com seu povo peregrino na história, o templo da Jerusalém terrestre, desaparece deixando o lugar à sua realidade, que é a presença de Deus penetrada na vida cotidiana do povo. Praças, ruas e lares coincidem com o templo, pois a vida dos habitantes da cidade santa corresponde à aliança para com Deus, e nesta correspondência entre vida e chamado de Deus realiza-se o verdadeiro culto ao Senhor. Ele é a luz que ilumina e orienta a vida dos habitantes da nova Jerusalém, e eles se tornam seu templo vivo.
No centro do “novo céu e da nova terra”, símbolo da renovação messiânica universal, preanunciada pelos profetas (Is 65,17) e realizada plenamente em Cristo, abrangendo pessoas e a criação inteira, está a nova Jerusalém, a esposa do Cordeiro, enfeitada por ele mesmo para a festa das núpcias. O ideal do êxodo é finalmente atingido: “Vi também descer do céu, de junto de Deus, a cidade santa, a Jerusalém nova, pronta como uma esposa que se enfeitou para seu marido” (Ap 21, 2).
Sonhos, fantasias? Fuga da ambígua e dura realidade do presente, à procura de consolo no imaginário? Quanta luz, esperança e força interior, projeta no precário caminho da história presente do povo de Deus esta visão da fé que antecipa a realidade escatológica que agora fica escondida no ventre materno da própria história! Ao longo dos séculos, ideologias filosóficas e políticas, e até intuições religiosas, não pouparam esforços para propor perspectivas de justiça, harmonia e paz que respondessem ao profundo anseio humano de plenitude da vida e da felicidade. Promessas messiânicas de auto-salvação. Com certeza algumas delas ajudaram numa certa medida o homem a fazer um trecho do caminho, mas muitas vezes falharam ao alcançar o objetivo principal prometido, e se transformaram em novas formas de escravidão humana e espiritual. É suficiente lembrar a dramática história do século vinte e das suas principais ideologias!
Mas mesmo as práticas religiosas não conseguem escapar ao risco da ilusão, - nos admoesta o profeta Isaías (1 leitura) - quando a elas não corresponde uma vida que assuma os horizontes e o estilo de Deus, que é a prática da justiça, o cuidado pelos necessitados e a dedicação em favor dos mais frágeis. “Assim diz o Senhor: Reparte o pão com o faminto, acolhe em casa os pobres e peregrinos. Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne. Então brilhará tua luz como aurora.... a frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá” (Is 58,7-8). “O caminho do justo – canta a LH do comum dos santos homens - é uma luz a brilhar: vai crescendo da aurora até o dia mais pleno”.
Uma vida que se deixa inspirar pelo estilo de Deus, é um caminho de profunda experiência da presença transformadora de Deus e de libertação. Ela está em continuidade com a saída do povo de Deus do Egito, quando o próprio Senhor guiava no deserto seu caminho para a terra prometida com a nuvem de dia e com a coluna de fogo de noite (cf. Ex 13,21). O dom da aliança e da Torá, deviam tornar permanente a luz oferecida por Deus, para guiar o povo na estrada da felicidade e da vida e construir uma sociedade digna dos filhos e das filhas de Deus.
É impressionante o oráculo, cortante como uma espada, de todo o capítulo 58 de Isaías, o qual destaca a contradição em que vivem os chefes e o povo no que diz respeito à aliança e à Torá. Reclama a interiorização das práticas religiosas, segundo o espírito da aliança, como já tinham admoestado os grandes profetas antecedentes. A trágica experiência do exílio tinha colocado a nu a inconsistência de uma religiosidade, satisfeita com os aspectos exteriores, mas desprovida de autêntica experiência de Deus e de compromisso solidário com os irmãos. Da experiência do exílio nasce em Israel uma nova espiritualidade profundamente renovada.
Talvez, na misteriosa Providência divina, nós também hoje tenhamos de tirar proveito da experiência purificadora da secularização da sociedade contemporânea, como o Israel do exílio, para abrir os olhos sobre a fragilidade de uma religiosidade às vezes superficial, e abrir os ouvidos à voz do Espírito, para fundamentar nossa fé em maneira mais profunda e coerente.
A mensagem do profeta antecipa as cortantes posições do Novo Testamento: Jesus identifica a si mesmo com os necessitados (cf. Mt 25, 40 ), Paulo, enraíza a exigência de um novo estilo de vida dos discípulos na experiência pascal de Jesus através do batismo (cf. Rm 12, 1-2; Cl 3, 1-4). Thiago reivindica a caridade operosa como sinal da autenticidade da fé (cf. 2, 14-17), assim como João vai repetindo nas suas cartas que “Aquele que não ama não conheceu a Deus, porque Deus é amor” (1 Jo 3, 8).
A Igreja está plenamente consciente que o dinamismo transformador e iluminador vem do próprio Senhor. É a razão porque cada ano continua celebrando, em maneira nova, o mistério da luz de Cristo que brilha nas trevas e ilumina o caminho da humanidade. Toda a liturgia do Tempo de Natal-Epifania foi uma proclamação e uma celebração desta fé, feita com riqueza de textos bíblicos e litúrgicos, de cantos e ritos, e de alegria. Qual energia divina esta liturgia libertou dentro de nós? Quais compromissos ela suscitou, nos quais consiga irradiar-se a luz que nos atingiu?
“O povo que andava na escuridão viu uma grande luz... Fizeste crescer a alegria e aumentaste a felicidade...” (Is 9, 1-6). As luzes que iluminaram as igrejas assim como as pequenas capelas das comunidades, e mesmo os arranjos luminosos das ruas das cidades e dos lares familiares, não deveriam apagar-se no vencimento da programação dos dias festivos.
A Igreja está ciente de quão complicado seja o coração do homem e da mulher. A celebração da luz manifestada na fragilidade da carne de Jesus se faz uma invocação, para que ela nos acompanhe além da festa do Natal: “Ó Deus, que fizestes resplandecer esta noite santa com a claridade da verdadeira luz, concedei que, tendo vislumbrado na terra este mistério, possamos gozar no céu sua plenitude” (Natal- Missa da noite, Oração do dia).
Ter os olhos fixos para Cristo, verdadeira luz, nos proporciona a capacidade de julgar e gozar em maneira correta das tantas luzes que hoje brilham no caminho dos homens e das mulheres, mesmo fora do tempo das festas natalinas.
Luzes que deixam brilhar o amor de quem tem cuidado com ternura dos que estão na dor, no abandono, no desespero, fora dos holofotes da publicidade, escondidos nos apartamentos, nos hospitais, nas sombras obscuras das ruas super-iluminadas da cidade.
Luzes dos escritórios e das lojas, acesas sem interrupção, testemunhas mudas do homem que fica empenhado sem parar na construção do próprio presente e do próprio futuro com suas próprias mãos.
Luzes que às vezes se apresentam como alternativas definitivas na busca do sentido e da felicidade da vida, nos brilhantes shopping centers, as novas “catedrais” das metrópoles modernas, que atraem multidões ao novo culto da cobiça pelas mercadorias de todo tipo, expostas com abundância nas vitrines.
Luzes e sombras, autenticidade e aparências, se misturam no dia a dia e parecem refletir-se umas nas outras. Babilônia e Jerusalém se cruzam. Somente o olho dos que “vivem na luz” do Senhor pode distinguir uma da outra e ajudar a cidade dos homens a tornar-se um pouco mais cidade de Deus desde já, na medida em que se torna mais autenticamente humana.
A afirmação de Jesus no evangelho de hoje,“Vos sois a luz do mundo... assim também brilhe a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus...” (Mt 5,14.16), pressupõe a experiência da autêntica relação pessoal com Cristo, a qual fundamenta o testemunho: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12). Essa relação transforma a pessoa e permite ao discípulo assumir os mesmos pensamentos e as mesmas atitudes de Jesus na própria vida. O processo da relação com Jesus, origem de luz verdadeira, coincide com o processo de conversão ao Senhor, conversão que jamais se poderá dizer plenamente terminada.
Se faltar esta experiência transformadora e luminosa do Senhor, onde o discípulo poderá haurir e partilhar o “sabor do sal” da vida cristã?
A Igreja do Concílio Vaticano II fez a escolha de voltar a confrontar-se e a mergulhar-se novamente na relação com Cristo, seu Senhor, “Luz dos povos”, para tornar-se mais capaz de irradiar a boa-nova do amor do Pai, para os homens e as mulheres do mundo contemporâneo (Constituição Lumen Gentium 1). Convida-nos a entrar no mesmo processo. Convida-nos a pegar nas mãos, com renovada consciência, a vela que recebemos no batismo, acendida no círio pascal, para que nos ponhamos a caminho, nesta que é uma vigília pascal que não acaba nunca, caminhando juntos com nossos irmãos e irmãs. Ninguém deveria se subtrair a esta humilde e fascinante peregrinação noturna, que nos encaminha rumo à luz plena e definitiva da Jerusalém celeste.
“Nada mais frio do que um cristão que não se preocupa com a salvação dos outros.... Cada um de nós tem a possibilidade de ajudar ao próximo, se quiser cumprir os seus deveres.... Se o fermento, misturado à farinha, não fizer crescer a massa, terá tido fermento verdadeiro? Se o perfume não espalhar sua fragrância, ainda o chamaremos perfume? Não digas que és incapaz de influenciar os outros. Se fores cristão, é impossível que não o faças” (São João Crisóstomo, Homilia 20,4; LH, Comum dos Santos Homens

Big Brother: espetáculo “digno de lástima”, diz arcebispo

Mostra “a fragilidade humana, a falta de valores e do sentido de dignidade e respeito”
BELO HORIZONTE, sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) – O que se oferece em um espetáculo com o Big Brother “é digno de lástima”, afirma o arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo.  Em um artigo intitulado “A celebridade é frágil”, divulgado à imprensa nesta sexta-feira, o arcebispo afirma que pode parecer “um despropósito a abordagem conjunta sobre celebridade e doença”.
“Particularmente quando se pensa na pessoa célebre como alguém com potência de força, seja física, esportiva, artística ou política - condição contrária à fragilidade do doente. No entanto, a condição humana pode hospedar, num tempo ou noutro, cedo ou tarde, força e fraqueza.”
Dom Walmor recorda que “ninguém é poderoso sempre, possui tudo sempre, tem força física sempre. E mais, ninguém está imune ao sofrimento e à dor, seja na própria vida, na família ou nas instituições que frequenta”.
“Essa verdade, que constantemente deve ser considerada, devolve cada um à realidade da sua condição de ser humano. Pela força da sabedoria, demove do orgulho e da soberba, além de corrigir o coração e a inteligência de toda indiferença causadora da falta de solidariedade, que impede a igualdade e perpetua as discriminações.”
“A consideração da fraqueza que se hospeda no ser humano, seja no enfermo, no pobre, no outro que pode menos, tem sido ofuscada, ilusoriamente, pela apelação das disputas e apegos pelo poder”, afirma.
“Não menos, e de modo imoral – prossegue o arcebispo –, seduzindo multidões e tirando, como caça-níqueis, o seu dinheiro, por meio de espetáculos questionáveis, como é o caso do Big Brother.”
“Na verdade, sob o apanágio do poder e dos momentos de celebridade, mesmo com a exposição do próprio corpo, da privacidade e dos desejos escondidos de ter e poder mais, o que se oferece em tal espetáculo é digno de lástima.”
Dom Walmor considera que ali se assiste a um show que “mostra a fragilidade humana, a falta de valores e do sentido de dignidade e respeito”.
“Voltar o olhar para quem precisa, especialmente, o doente contracenando com a condição de celebridade, é um exercício educativo, oportuno na vida de qualquer um”.
“Seja para os jovens de modo a não viverem na ilusão e chegarem despreparados ao lugar e à condição que todos chegam, ou os adultos, no auge da ascensão e conquistas, para que o orgulho e a soberba não os derrubem, com celeridade inusitada, dos postos e funções de um momento glorioso e passageiro.”
Nesta semana que antecede o Dia Mundial do Doente, Dom Walmor convida a visitar os enfermos no hospital, em casa, nos asilos, casas de repouso ou nas clínicas e abrigos.
“Que crianças, jovens, adultos e velhos, com reverência traduzida em gestos de solidariedade, ofertas e presença consoladora, sejam um apelo para que haja mais investimentos em saúde, com boas estruturas médicas para todos, em especial os mais pobres e sofredores.”
“Vale lembrar as palavras de Cristo para o juízo final, ao falar da garantia para a participação no Reino de Deus: ‘Estive doente e me visitastes’”, afirma o arcebispo

VISITA A DIVERSOS GRUPOS DA FAMÍLIA SALESIANA. NE (P. Antenor).

De 28 de janeiro a 03 de fevereiro visitamos os grupos de Salesianos Cooperadores e da ADMA localizados em Natal, Macaiba e Areia Banca.
Na paróquia de Macaiba, entorno de Natal, celebramos pela primeira a vez a Festa de . Bosco com procissão e pela manhã, conferência sobre nosso Santo Fundador.
Em Pau dos Ferros conversamos com o jovem Édson sobre o trabalho salesiano que realizam naquela cidade. A festa de D. Bosco, sengundo ele, é a segunda mais concorrida, perdendo só para as celebrações do padroeiro da cidade. Na cidade do P. Cícero Juazeiro do Norte, tratamos com o Vigário, P. César, sobre uma próxima visita a ADMA local.